Sob Medida 117
21 de consumo, compra no varejo, mudanças no mercado, novas formas de vender e também de se comunicar, formam uma esfera de questionamentos que permeiam todos os setores industriais e a vida de todas as pessoas. Nesse sentido, existem muitas empresas (inclusive marcenarias) ligadas. Para uma empresa sobreviver no cenário atual, seja ela grande, pequena ou média, é necessário e fundamental estar atento às questões de gestão e às novas formas de consumo, comunicação com o consumidor, marketing e design. Quanto a isso, Stopa avalia que as marcenarias não estão preparadas para sobreviver às mudanças, pois são pouquíssimas que têm profissionalizado seus processos, sejam eles produtivos, de administração ou marketing. O consultor moveleiro, Cláudio Perin, idealizador do Portal do Montador, acrescenta que o marceneiro não está percebendo algo perigoso. Hoje, muitos ainda vendem móveis para o pai e, com isso, acham que nada mudou. Mas o filho desse pai começa a consumir e tem um pensamento muito diferente do progenitor. “Vejo que hoje pagamos pela comodidade dez vezes mais que 20 anos atrás porque, por incrível que pareça, temos menos tempo – que ocorre porque quanto mais tecnologias mais escasso é o nosso tempo, pois acabamos por ocupá-lo com mais produtividade”, vislumbra Perin. O marceneiro também precisa pensar em velocidade e comodidade. Pensar em fidelizar o cliente é necessário, mas muitas vezes o cliente não está disposto a passar horas conversando sobre o projeto de uma cozinha. “Quem entender que precisa fazer em 15 minutos o que antes fazia em uma hora, estará anos luz na frente da concorrência. O relacionamento com o cliente precisa ser breve e intenso”, destaca o consultor moveleiro. CAMINHO INVERSO O mercado caminha para o desejo da diferenciação e personalização dos produtos. Por outro lado, há aqueles que não escolhem essa direção e as empresas que fazem a opção por esse mercado mais tradicional devem, principalmente, ter uma definição de custos muito precisa. “O mercado desses produtos é um tanto mais apertado, a concorrência passa a ser mais focada em preço, o cliente desse universo quer o produto sob medida, mas tem como referência o mercado seriado e a maioria não está disposto a pagar o ‘preço’”, declara Cláudia Lens. Assim, além de custos bem definidos é necessário que se tenha padrões para colaborar na otimização de tempo e mão de obra, afinal, quando se fala de produtos pouco diferenciados a margem aplicada acaba sendo menor. “Isso aumenta a necessidade de precisão e velocidade de entrega. O controle e a organização são fundamentais nesse caso”, destaca Cláudia. Perin acrescenta: “Se você não tem um design diferenciado ou inovador, precisa ser ágil e administrar custos inferiores. Será obrigado a vender por menos. Terá um mercado menos seletivo em termos de novidade, porém tão exigente quanto em outros aspectos como a entrega e a funcionalidade”, afirma. “Quem compra um móvel normalmente não é capaz de entendê-lo como uma obra de arte. Então, salvo esses casos, o consumidor pode até pagar mais caro, desde que seja mais rápido e que não consuma seu tempo”, analisa Cláudio Perin Arquivo Pessoal Para Daniel Stopa, as facilidades do processo produtivo decorrente da “revolução chamada MDF” alteraram bastante o mercado sob medida Ricardo Kleine
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