Sob Medida 117

22 A transformação também é digital. Para Perin, não é a sociedade que transforma a tecnologia, mas a sociedade que se adapta à tecnologia criada. “Empresas disruptivas como Uber, Amazon, bancos digitais e outras estão fazendo a concorrência repensar seus negócios porque são capazes de alterar costumes de uma vida toda. Dentro de minha visão, de maneira genérica, as marcenarias não estão preparadas”, diz Perin, que pondera: “Existem aquelas que estão mergulhando no contexto 4.0 e simplificando sua operação de maneira digital. Essas estão extremamente qualificadas para a competição futura em cenários de mudança constante”. INTERNET A internet é uma ferramenta que modificou muito o modus operandi do trabalho e da sociedade como um todo – somam-se a ela as redes sociais e os smartphones com seus aplicativos. Além disso, também revolucionou a venda e divulgação de produtos. O que o marceneiro pode esperar das relações comerciais no futuro é a pergunta de um milhão de dólares... “Se serve de consolo, essas dúvidas não são só para o marceneiro, são questionamentos que tem esquentado as melhores cabeças do mercado. Ninguém está preparado. O imperativo hoje é estar antenado. Atento às mudanças porque elas têm sido muito rápidas”, observa Stopa. No que tange as relações comerciais, o proprietário da Stopa Lab compartilha da análise de que vivemos uma época de “descoisificação” em que as “coisas” têm perdido valor em detrimento da “experiência”. “A pessoa quer ter em casa uma cozinha que lhe permita uma experiência com a praticidade, com o conforto, com a estética. Não é uma coisa (apenas) utilitária para o uso do dia a dia. Por isso, reitero que um dos maiores desafios está ligado ao design e à experiência que a empresa constrói com o cliente”, define Stopa. Por outro lado, ainda que a internet seja fundamental, se o cliente não enxergar performance superior em seu produto e serviço, o marceneiro não será diferente dos demais. Por isso, estar preparado para o novo é sempre um desafio. “Precisamos pensar em parcerias digitais, isso ainda é pouco explorado no presente momento. A questão de aceitar e tentar se adaptar ao novo é uma questão de inteligência empresarial. Precisamos ser inteligentes se estamos dispostos a continuar no mercado”, considera Perin. ESTRATÉGIAS O vendedor com lábia, mas sem argumentos verdadeiros está desaparecendo do mercado por conta do amplo acesso à informação. Como a venda acontece em cima da credibilidade, é preciso se aproveitar das ferramentas que a internet oferece e usá-las para reforçar sua credibilidade. Um exemplo é divulgar um trabalho e o tempo de atendimento do momento do primeiro ESPECIAL Isso de ‘estar à frente’ acho meio desgastado. O mercado hoje é plural, diverso, aberto e ‘nichado’ de maneira que, a partir do momento que uma empresa (marcenaria) encontra sua identidade estética, foca em que tipo de produto e serviço quer trabalhar, para que público quer trabalhar, ainda que os resultados demorem, mas tendo uma boa administração, ela vai encontrar seu espaço” DANIEL STOPA STOPA LAB contato até a montagem na casa do cliente em 21 dias. Feito isso, conseguir um depoimento do cliente após esse processo e divulgar (nas redes sociais e no site da marcenaria) para o mercado consumidor, tem grande valor. “Mas claro, tem de se atentar também para a concorrência, pois vender a imagem de que entrega os móveis sob medida em 45 dias não garantirá maior reconhecimento se a concorrência consegue entregar o mesmo item em 30 dias”, coloca Perin. Quer dizer, manter uma empresa diferenciada no novo cenário e, também, buscar estar à frente das mudanças é necessário. “Estar ou não preparado para a mudança envolve uma série de fatores. Um bom trabalho com ferramentas adequadas pode colaborar na evolução para atender a um mercado cada vez mais exigente”, opina Cláudia Lens Arquivo Pessoal

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