Sob Medida 118

37 Segurança no Trabalho, projeto do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da OIT, a cada 52 segundos é emitido um comunicado de acidente de trabalho, sendo um fatal a cada 3 horas e 51 minutos. Lideram os acidentes: corte/laceração (20,96%), fratura (17,34%), contusão/ esmagamento (5,2%), amputação/ enucleação (1,03%). Para os profissionais da marcenaria que almejam tornar seus processos produtivos mais seguros e confortáveis para o dia a dia da função, o instrutor de formação profissional da escola Senai Roberto Simonsen, Igor da Silva Andrade, coloca que se deve tomar medidas para minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e integridade de toda a equipe. Na marcenaria, os envolvidos estão sujeitos a diferentes riscos ocupacionais, como físico (ruídos e vibração das máquinas), químico (solvente, poeira, gases, etc.), acidente (contragolpes das peças no ato do corte, armazenamento de material, entre outros) e o risco ergonômico, por conta das posições nas máquinas, esforço e transporte manual. “A principal norma a seguir na marcenaria é a NR-12, que trata da proteção de máquinas e equipamentos para evitar acidentes com as partes móveis e/ ou perfurocortantes das máquinas e ferramentas. Assim como a NR- 17, que aborda sobre a ergonomia e também deve ser bastante observada”, aponta Andrade. Entre os fatores ambientais que interagem com os marceneiros, destacam-se o conforto térmico e a iluminação. Somando-se a um ambiente perigoso, há a rotina da profissão que faz com que o marceneiro possa se descuidar. Com o tempo ele pode, por exemplo, deixar de fazer o uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI) e de respeitar o que estipula os fabricantes dos insumos e máquinas. Hoje em dia, é possível encontrar os acessórios de proteção nas próprias revendas para marcenaria, sempre observando a certificação e o selo do Inmetro dos mesmos. “É importante frisar que, além de usar os EPI’s, deve-se ter em conjunto um sistema eficiente de treinamentos”, recomenda Andrade. Além dos riscos envolvendo o processo produtivo e manipulação dos equipamentos da marcenaria, é preciso ficar atento com as ameaças de acidentes de natureza química. Por isso a importância do uso de roupas protetoras, luvas e máscaras, para evitar respirar gases e demais impurezas. O recomendado é que a exposição de pó no ambiente de trabalho não ultrapasse 5 mg por metro cúbico. O instrutor do Senai frisa que o pó de cavaco é uma grave ameaça aos marceneiros. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc) determina que há evidências de carcinogênese (produção de câncer) da serragem para os seres humanos. Além disso, algumas madeiras são mais patógenas (liberam substâncias que causam enfermidades) podendo causar reações alérgicas, transtornos pulmonares e até mesmo intoxicação. Para evitar esse risco, o empresário da marcenaria deve adotar medidas para eliminar o excesso de serragem produzida, o que pode ser feito por meio de um sistema de extração local, com sistemas de exaustão, limpeza constante e, durante a manipulação do substrato, uso de máscaras e roupas específicas. Ŷ Materiais inflamáveis devem ser armazenados segundo recomendações de segurança do fabricante que constam, normalmente, na embalagem do produto Pexels

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