Gerir e Gerar: o equilíbrio da gestão e a essência do sucesso

“Não pense por muito tempo; faça. Mas não faça por muito tempo; pense”, com essa frase de Confúcio, é possível nortear o equilíbrio da gestão

Publicado em 16 de outubro de 2019 | 19:24

No artigo anterior iniciei uma análise sobre as transformações do mercado moveleiro nos últimos anos. Novos consumidores, novas formas de competir e novos modelos de negócio, que desafiam o varejo tradicional e exigem um novo olhar e uma nova abordagem de gestão.

Nos ditos populares ouve-se que, atualmente, devemos trocar a turbina do avião com ele em voo. E na gestão é exatamente o mesmo sentimento, pois parece que ao elaborarmos um novo plano, de repente tudo muda.

Henry Mintzberg, em seu livro, Safari de Estratégia, ilustra todas as formas de pensamento estratégico já estudadas pela administração. Uma leitura obrigatória para quem gosta do tema.

Os cursos de gestão e administração, em sua maioria, foram formatados com base no que o autor chama de “Escolas Prescritivas”, ou seja, se escreve um plano detalhado e depois vai ao mercado implementar. Mas isso me lembra muito o marechal prussiano Helmut von Moltke. Ele afirmava que “Nenhum plano sobrevive ao campo de batalha”.

Particularmente acredito que, no dinamismo de nossos tempos, a gestão varejista necessita de abordagens mais adaptativas e de aprendizado constante. Uma gestão equilibrada exige o pragmatismo da gestão clássica, aliada à incerteza da inovação. O excelente líder e gestor deve saber coordenar dois importantes verbos: o “Gerir” e o “Gerar”.

– Colunas varejo de Marco Kumura

A ação de “Gerir” demanda dos líderes a compreensão de conceitos importantes na administração de uma operação de varejo. Tais como: uma DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), Fluxos de Caixa, Giros de Estoque, taxas de conversão e aproveitamento de vendas, dentre outros. São ferramentas gerenciais que permitem uma melhor visão dos resultados operacionais da empresa. Para gerir um negócio com a competitividade atual, isto é mandatório.

A ação de “Gerar” demanda dos líderes um olhar para o mercado, para o novo, em um exercício de antecipação de tendências, das formas de adaptar suas lojas para uma nova forma de competir. O crescimento do mercado eletrônico, aplicativos, novos padrões de moradia, novos padrões de consumo, novas formas de se relacionar com o cliente. Tudo isso estamos presenciando neste exato momento.

Surgem então dúvidas e incertezas, que geram primeiramente a negação do fato, e depois o medo do novo. Esta paralisia nas decisões é uma das principais causas de fracasso de um negócio. Por isso, o desafio da gestão do varejo se pauta na dialética da gestão atual. Ou seja, no equilíbrio entre o “Gerir” e o “Gerar”, entre o pensar e o fazer, entre o olhar para dentro e para fora da organização, entre a certeza de fazer o mesmo e a incerteza de tentar o novo.

Abandone a “tirania do OU” e abrace a “sabedoria do E”. Não pense mais em gerir OU gerar, mas sim, em gerir E gerar. Este é o equilíbrio da gestão que conduz ao sucesso.

 

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