Liliane Bortolucci, diretora da ForMóbile, comenta edição 2018

Evento foi realizado em São Paulo entre os dias 10 e 13 de julho e contou com rede de conteúdos segmentadas, inovações em madeira maciça e participação de youtubers célebres

Publicado em 18 de julho de 2018 | 10:00 |Por:

Neste ano, a Feira Internacional da Indústria de Madeira e Móveis (ForMóbile) foi realizada entre os dias 10 e 13 de julho, no São Paulo Expo, após um período de forte recessão econômica que abalou o setor moveleiro e a indústria como um todo entre os anos de 2013 e 2017. Diante desse cenário, a direção do evento apostou em diversas novidades como a segmentação dos conteúdos, o reforço na exposição de madeira maciça e no convite aos marceneiros que se destacam atualmente no YouTube. A diretora da Informa Exhibitions (empresa que realiza a ForMóbile), Liliane Bortolucci, comenta na entrevista abaixo estes tópicos e traça uma análise geral da feira.

Portal eMóbile | Qual avaliação geral da ForMóbile em termos de visitação, expositores e negócios?
Liliane Bortolucci | Devemos, sem dúvida, ultrapassar nossa expectativa de chegar a 60 mil visitantes, pois a movimentação foi muito forte todos os dias. Mas estes números ainda estão sendo levantados. O principal ponto que conseguimos melhorar com relação à última edição de 2016 foi a qualificação do público graças à nossa rede de conteúdo segmentada (como o ForMóbile Trends, Espaço Madeira e Indústria do Futuro). Isso possibilitou a visitação de um público mais decisor, ou seja, de donos das empresas, de pessoas que vêm para investir, comprar, fazer negócio. Esse foi um grande upgrade em relação a 2016. Já a quantidade de expositores não teve grandes variações. De certo modo a feira se adaptou ao mercado e a situação econômica vigente, o que levou, por exemplo, algumas empresas se unirem em um estande só.

Divulgação ForMóbile

Liliane Bortolucci

Liliane Bortolucci: “Devemos ultrapassar nossa expectativa de chegar a 60 mil visitantes”

Portal eMóbile | Como a crise que afetou o setor industrial, com fortes impactos no setor moveleiro, afetou também a ForMóbile?
Liliane Bortolucci | Foi o próprio cenário econômico que definiu o tamanho da feira. Algumas marcas não participaram, acredito, mais pela situação econômica que o país está atravessando do que pelo próprio evento em si. O setor de máquinas demora um pouco mais para retomar e precisa se sustentar em planejamentos a longo prazo. Mas os grandes players compareceram, especialmente fornecedores de matérias-primas, ferragens e o setor colchoeiro. Toda a cadeia do setor moveleiro ainda está bem representada na ForMóbile.

Portal eMóbile | Mas a situação econômica é ainda preocupante para a próxima edição da ForMóbile, em 2020?
Liliane Bortolucci | Eu tenho acompanhado os indicadores, principalmente do IBGE, e a recuperação é crescente. Na verdade, a ForMóbile também atua como um gatilho e também ajuda a acelerar o setor moveleiro, uma vez que promove o encontro de profissionais decisores tantos das empresas fornecedoras quanto das compradoras. Nossa projeção para 2020 é que a feira seja ainda maior do que a deste ano, porque as empresas já começaram um processo de aumento de vendas e negócios. O setor moveleiro também depende muito da construção civil, que quando começa a crescer também alavanca a produção de móveis.

Portal eMóbile | Quais novidades para a ForMóbile 2020? Alguns dos projetos realizados este ano irão permanecer?
Liliane Bortolucci | Nosso planejamento estratégico é baseado em pesquisa, que já estamos fazendo com os expositores e depois faremos com os visitantes nas semanas seguintes à feira. Vamos avaliar todas as atividades que realizamos, ver qual delas teve muito acesso e que será preciso aumentar. Vamos fazer as ações para 2020 baseando-se nas ações de 2018. Agora a gente começa a avaliar tudo o que foi feito, o que foi bem aceito, para dar nosso direcionamento, afinal tivemos muitas novidades. Mas o ponto é não iremos abandonar nada do que fizemos, mas sim trabalhar em cima da demanda do visitante e do expositor e propor novas ações, para atender as exigências de cada perfil.

A ideia central é detectar o que o público quer, quais suas reais demandas, e preparar nosso planejamento em cima disto. Podemos antecipar que uma novidade positiva que tivemos em relação a 2016 foi o setor da madeira maciça (no Espaço Madeira), a qual iremos reforçar na próxima edição. Pretendemos ter mais empresas que trabalham com esta matéria-prima específica, além de players em máquinas, ferramentas, serras, corte, etc.

Portal eMóbile | Mas do ponto de vista da organização, qual ação se destacou mais?
Liliane Bortolucci | É até difícil falar qual das ações se destacou mais, pois cada uma atende a públicos específicos. As ações programadas foram para atender cada perfil diferente. Fomos dosando cada projeto dentro de cada necessidade diferente, de cada perfil de visitante. Seria injusto falar qual foi o melhor ou pior. Nós queremos saber, sim, como cada ação atendeu cada perfil. A ideia e continuar trabalhando com essa segmentação. O caminho que seguiremos é o de segmentar e separar, porque os diferentes segmentos da cadeia moveleira, embora sejam complementares na prática, não buscam a mesma informação.

A ForMóbile também atua como um gatilho e também ajuda a acelerar o setor, uma vez que promove o encontro de profissionais decisores tantos das empresas fornecedoras quanto das compradoras.

Portal eMóbile | Uma das novidades foi o Espaço Maker, que contou com a participação de marceneiros célebres no YouTube. Como avalia essa experiência?
Liliane Bortolucci | Ali precisávamos às vezes até acalmar o pessoal, pois ficava muito movimentado. Os youtubers tem muitos seguidores, então quando o seguidor se viu frente a frente com os marceneiros, pode interagir com eles mais de perto. Os projetos que os youtubers executaram foram todos pensados e elaborados para colocar em prática o conceito que ele queria ensinar na hora. O público foi acompanhando, do começo ao fim, como o marceneiro criava o móvel, e depois abria para as perguntas. Houve muita interação e também troca de conhecimento quanto ao uso das ferramentas e das matérias-primas. Se fosse para falar qual dos conteúdos deram mais certo, acredito que eu colocaria o Espaço Maker como o primeiro.ForMóbile 2018

Portal eMóbile | A partir de 2018 a ForMóbile está de casa nova, o São Paulo Expo. Quais as principais diferenças deste pavilhão de exposição se comparado ao anterior (Anhembi Parque)?
Liliane Bortolucci | O São Paulo Expo pavilhão conta com muitas facilidades. Da garagem para o edifício o visitante anda pouco, passa por uma passarela que cai direto no pavilhão, evitando que ele sofra com frio, chuva ou sol (uma das constantes reclamações do Anhembi). Quando está muito calor, este pavilhão é climatizado com ar-condicionado. Há também uma boa quantidade de sanitários em todos os quatro lados do São Paulo Expo, o que também era um gargalo no Anhembi e em muitos outros locais de exposição nos quais já trabalhei. As grandes feiras acabaram migrando para cá, e o São Paulo Expo se tornou o principal pavilhão de exposições do Brasil. Está em boa localização na cidade de São Paulo, perto do aeroporto de Congonhas. Isso facilita muito a vinda das pessoas à feira.

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