Turnaround: o que fazer quando a empresa está prestes a quebrar?

Dados divulgados pelo IBGE mostram que o número de empresas fechadas supera a quantidade de novos negócios. Para salvar negócios da falência, consultores de turnaround propõem medidas extremas

Publicado em 20 de janeiro de 2020 | 07:30 |Por: Everton Lima

Em 2017, o Brasil fechou mais empresas do que abriu. Esse foi o quarto ano consecutivo em que isso ocorreu, de acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no ano passado. O mesmo estudo revelou que de cada dez empresas criadas em 2012, seis fecharam as portas em 2017.

É provável que a crise econômica vivida no país tenha sido a pedra no sapato de muitos negócios, no entanto, é necessária cautela ao apontar culpados por esse indicador, já que cada empresa tem suas próprias características.

Em momentos de dificuldades, é comum que os empresários procurem consultorias especializadas para tentar contornar essa situação. Existe um mercado que trata apenas disso, o chamado turnaround empresarial.

Empresas de turnaround não temem decisões impopulares

Nesses casos, a empresa passa por uma profunda transformação, objetivando a melhora de seus resultados. Max Mustrangi é sócio fundador da EXCELLANCE | Gestão de Turnaround e Reestruturação. Ele também já foi executivo sênior de grandes marcas, como Natura e Unibanco.

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Max

Empresário ajuda empresas a saírem do vermelho

Ele reconhece que um dos maiores desafios dos empresários, nos momentos de indicadores negativos, é conseguir tomar decisões impopulares. “Em momentos de crise a maior dificuldade do executivo-chave é a tomada de decisões duras e impopulares, e que deveriam ser tomadas com base na razão e não na emoção. Porém, o que costuma acontecer, é que essas decisões duras e difíceis, como: desligamento de pessoas, downsizing da empresa, eliminação de projetos etc. acabam sendo postergadas ou minimizadas, quase sempre por questões emotivas. As lideranças não gostam de se indispor com a organização e tendem com isso a preservar o status quo em troca da “compra” da rede de segurança pessoal em detrimento da saúde do negócio e do acionista”, explica.

Remédio amargo

Mustrangi esclarece que em um momento de crise, o mais importante é garantir que o caixa da empresa apresente resultados positivos. “Se a empresa está quebrando, o esforço de caixa tem que ser direcionado para manter a empresa viva. Com isso, é preciso eliminar o que não agrega valor (rentabilidade) e gera caixa no curto prazo. Executivos acostumados ao dia a dia da bonança e que vivem da leitura de resultados gerenciais (DRE) não entendem (e não conhecem) que na crise é o caixa que deve ser priorizado em detrimento do resultado”.

Para ele, não faz sentido que um negócio que está correndo risco de entrar em falência pense em objetivos de médio ou longo prazo. “A partir do momento em que o caixa for reequacionado, as dívidas de curto prazo estiverem sob controle, o resultado (EBITDA) voltar ao positivo e houver transcorrido certo tempo de estabilidade (seis a doze meses), aí sim, é possível começar a pensar na retomada de investimentos de longo prazo com muita cautela e análise crítica”, enfatiza.

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