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27 MAIO 2023 parceria com a Universidade de Cornell e a Insead. Ao menos, segundo pesquisa da Confe- deração Nacional da Indústria (CNI), realizada pelo Institu- to FSB, 84% das empresas brasileiras avaliam que inovar é necessário para o futuro, sendo que 80% das respon- dentes obtiveram ganhos em lucratividade, produtividade e competitividade durante a pandemia. Toda empresa tem uma cultura organizacional. Rafael de Tarso Schroeder, professor de Inova- ção e Transformação Digital da Isae – Escola de Negócios, gos- ta de dizer, de forma popular, que “é o jeitão como as coisas funcionam por ali”. Segundo ele, existem regras declaradas, mas também existem valores e princípios não tão visíveis, que estabelecem a base para as re- lações entre as pessoas, líderes e clientes. “Algumas culturas [no caso, organizacionais] são mais flexíveis e abertas, outras rígidas e hierárquicas, de acor- do com o objetivo de cada em- presa e, muitas vezes, orientada pela visão da liderança”, diz. Quando a empresa considera o campo da inovação, é eviden- te que não existe um modelo único, mas uma realidade no qual se vivencia um cenário de constante mudança, acelerado pelas tecnologias e por novos perfis de clientes. “Então, é fundamental estimular a flexibilidade, a capacidade de adaptação com a criação de novos produtos, serviços e pro- cessos. No fim é sobre garantir a competitividade e a pereni- dade do negócio”, considera Schroeder. A cultura da inovação está ligada à gestão da inovação na empresa. Na prática, signifi- ca definir metas, objetivos e processos que estimulem um ambiente em que as novas ideias possam ser compartilhadas, priorizadas e testadas. É pro- mover a conexão dos desafios e oportunidades que estão fora da empresa, com a preparação dos colaboradores e líderes para sintetizar, criar e resolver pro- blemas. A cultura de inovação tem como fim gerar resultados inovadores, ser algo inerente na forma de pensar e agir de todos que trabalham na empresa, é fruto de ciclos de aprendizado, esforço de comunicação e cons- tância de propósito. As empresas que querem esti- mular uma cultura de inovação, precisam criar um senso de ur- gência, sensibilizar a alta gestão, definir uma estratégia, dedicar recursos e estabelecer uma boa comunicação e rotina para criar maturidade. Outro ponto muito importante de acordo com o professor do Isae, é conectar líderes e colaboradores ao ecos- sistema de inovação. “Temos muitas empresas, startups, institutos de pesquisas que podem acelerar o proces- so. A inovação aberta, é uma ferramenta para essa transfor- mação. Por fim é preciso medir os resultados, aqui reforço, medir a jornada de inovação, que envolve o esforço (eventos, treinamento), a execução ( pro- jetos inovadores no portfólio) e o impacto da inovação (indica- dores financeiros, sociais, clima organizacional) para o setor, empresa ou mercado”, assinala. INOVAÇÃO E IDEIAS A inovação em algumas empre- sas ainda acontece de forma espontânea ou especificamente em alguns setores, como pro- dutos, marketing ou produção. A Cultura de Inovação como objetivo, pretende estabele- cer os processos, ferramentas e meios para que a inovação alcance todos os níveis e áreas da empresa e não somente algumas delas. “Acredito que o setor moveleiro tem uma forma de operar, com os ciclos de criação bem estabelecidos, o desafio é ir além do produto e levar ferramentas de design e cultura de inovação para todas as áreas da empresa” Rafael de Tarso Schroeder Professor do Isae Isae

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