Lojista 392

9 Endividamento das famílias ainda é uma pedra no sapato do varejo nacional é esperado que os brasileiros invistam na compra de móveis para a sala, como sofás, poltronas e racks para servirem de apoio para a tradicional troca de televisores, comum nos períodos do mundial. De acordo com a Associação Brasileira do Varejo (ABV), essas datas sazonais do último trimestre devem injetar R$ 20 bilhões na economia brasileira. VAREJO CRESCE EM AGOSTO Levantamento do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) mostra que o varejo brasileiro cresceu 2,8% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2021. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, a alta foi de 15,8%. A explicação seria o calendário de 2022, que contou com uma quarta- feira a mais do que no mês de agosto do ano passado. O destaque do varejo nacional nesse período esteve na compra de combustíveis. Depois de meses acumulando altas históricas, o preço da gasolina caiu e levou os consumidores de volta aos postos. “De forma geral, agosto marcou o décimo mês seguido de crescimento do Varejo, algo que não ocorria desde dezembro de 2019. Ainda assim, o nível das vendas está abaixo do período pré-pandemia quando eliminados os efeitos de aumento de preços”, afirma o gerente de produtos de dados da Cielo, Diego Adorno. DADOS SOBRE A MOVIMENTAÇÃO DAS LOJAS FÍSICAS Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostra uma distância na movimentação das lojas físicas de rua e em shoppings no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019, antes do início das restrições. Em junho de 2022, o fluxo de visitação, tanto em lojas de rua quanto de shopping, continua abaixo do visto no período pré-pandêmico (junho/19), com respectivas quedas de 29,2% e 26,0%. A distância em relação ao período anterior à pandemia é a maior observada desde fevereiro para lojas de rua e desde janeiro para lojas de shopping. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 16,0% para lojas de rua e 21,4% para lojas de shopping. “Com a previsão de uma possível desaceleração da inflação neste segundo semestre e o índice de desemprego em queda, temos situações bastante favoráveis para o setor como um todo, num cenário otimista para o segundo semestre de 2022”, afirma o presidente da SBVC, Eduardo Terra. BAIXO PODER DE COMPRA DAS FAMÍLIAS AINDA É UM DESAFIO O consumo das famílias é um grande motor para o aumento das vendas do varejo e da atividade industrial. No entanto, os indicadores não são animadores. O endividamento das famílias brasileiras é o maior dos últimos 12 anos, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). 29% das famílias estão com as contas atrasadas, um aumento de 0,2% em agosto, na comparação com julho. 78% estão endividadas. Esses números indicam que a falta de capital e de crédito podem fazer com que a venda de móveis não cresça tanto no último trimestre, quando comparada a outros setores, cujo ticket médio é mais baixo. Além das dívidas, o orçamento familiar está sendo consumido pela inflação. Nesse sentido, o relatório do Ipea se mostra mais otimista para o fim deste ano. “No que se refere à inflação, apesar da atual taxa ainda elevada e da perspectiva de que pontos de pressão inflacionária, como petróleo, bens industriais e serviços, ainda se mostrem resilientes à queda, o cenário inflacionário projetado para os próximos meses vem se tornando mais favorável”, afirma o documento. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 8,73% no acumulado dos últimos 12 meses, com deflação de 0,36% em agosto. A retração nos preços verificados no grupo de Combustíveis foi a que mais contribuiu para a deflação. Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado foi de 12,71% em agosto, desacelerando em relação ao índice registrado no mês anterior. Pexels

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