Lojista 393

21 Varejo em seu mais recente comunicado aos investidores. Nesse quesito, a estrutura gigantesca das lojas físicas e suas centrais de distribuição ganharam um novo papel: contribuir para a logística de um poderoso e-commerce. “Já tínhamos a melhor logística para produtos pesados do País. Ao longo desses três anos, investimos em tecnologia e infraestrutura para operar uma revolução em nossos serviços e atender cada vez melhor os clientes. Reorganizamos nossos 30 centros de distribuição para lidar com a demanda do e-commerce (sobretudo leves), com as aquisições das logtechs ASAPLog e CNT, e hoje temos uma rede de mais de 300 mil entregadores na última milha, além de uma proposta de valor única no mercado com nosso fulfillment multiplataforma. Nossa malha própria atinge mais de 64% de todas as nossas entregas, sendo 40% realizadas em até 24h”, explica a Via Varejo. A COMPLEXIDADE DO ON-LINE Os dados da Via falam de sua grande estrutura. Ainda assim, as ações da companhia enfrentaram oscilações durante os últimos anos, o que indica uma desconfiança dos investidores com as promessas da marca no digital. Ao apresentar ao mercado os resultados do trimestre da Magalu, o CEO da marca, Fred Trajano, chamou a atenção para um fato óbvio, mas que, às vezes, é ignorado pelas pessoas: o mercado digital não é uma ilha e responderá às questões macroeconômicas. O crescimento das vendas on-line nesse aplicativo foi, segundo Fred, causado pela pandemia da Covid. Com a flexibilização das atividades sociais e econômicas, houve queda ou, nas palavras do CEO, “normalização”. “A gente vê empresas no mundo que apresentaram estabilidade nas suas vendas on-line. Algumas, pela primeira vez, viram vendas um pouco decrescentes, mas isso simplesmente pelo fato de que houve dois anos de base de comparação, como eu falei, com crescimento anormal”, explicou o CEO. Ainda assim, o empresário defendeu aos investidores a tese de que o futuro do varejo está nos canais digitais: “Não é uma inflexão e sim uma normalização. O futuro do varejo não é analógico, o futuro do advertising [publicidade] não é analógico, o futuro é digital tanto no varejo quanto no on-line. Olhando para frente é muito importante ter uma consciência de estar experimentando no ano de 2022 uma foto e não o filme”, afirmou. O E-COMMERCE DE MÓVEIS E O COMPORTAMENTO DO BRASILEIRO De acordo com dados do IBGE, a participação do e-commerce no varejo brasileiro entre os meses de janeiro de 2020 e janeiro de 2021 foi de 8,4%. Desde os anos 2000, essas vendas vêm crescendo de forma constante, sendo que em todos esses anos, o mês de dezembro se mostra como um destaque para o varejo digital. Isso demonstra que, assim como no varejo físico, o Natal é a principal data para as vendas. Contudo, a Black Friday já desponta como uma nova tendência para as vendas no período. Em novembro de 2021, as vendas on-line no varejo brasileiro corresponderam a 17,9%. Em dezembro do mesmo ano, esse percentual caiu para 9,3%. O varejo eletrônico de móveis e eletrodomésticos apresenta números surpreendentes. Ainda analisando os dados de dezembro de 2021, esse setor correspondeu a 28,2% das vendas on-line brasileiras, superando setores como o de vestuário. No ano passado, as vendas de móveis e eletrodomésticos pela internet sempre ficaram acima de 25% entre as vendas on- line, demonstrando a popularidade dessa categoria entre os consumidores que consomem pelos canais digitais. O caminho da digitalização de empresas e negócios já pode estar sendo considerado irreversível em todo o mundo. Um levantamento feito por membros da Emerging Multinationals Research Network (EMRN), rede internacional de pesquisadores, apontou que a pandemia acelerou a digitalização das empresas Após crescimento acelerado, e-commerce tende a se estabilizar, de acordo com varejistas Pexels

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