Lojista 396

47 Móbile Lojista 396 | Março 2023 | Ano XLII atendimentos junto aos clientes”. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas até 2030 é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Para isso, é preciso mudança de postura no mercado. As mulheres formam 52% da força de trabalho do varejo brasileiro quando se trata de cargos iniciais, mas, conforme a hierarquia empresarial avança, vão perdendo espaço. Na liderança, elas representam apenas 30% dos cargos de diretoria do setor. É isso o que revela a pesquisa Economic Graphs, do LinkedIn. No entanto, o mercado de consumo é uma engrenagem alavancada pelas mulheres. A mulher é responsável não só pelo seu próprio consumo, ela é a responsável pelo processo de compra da família. E isso se dá não somente no mercado físico. Segundo o Sebrae, 71% das mulheres são ativas nas redes sociais e compras (e vendas) on-line. Tal comportamento pode ser estendido à área profissional. Afinal, o universo digital corrobora para os representantes por eliminar barreiras geográficas. Para entender como a carreira de representantes comerciais é promissora também às mulheres, a Revista Móbile conversou com Alexandra. Leia a seguir: Móbile Lojista | Como você começou a trabalhar com representação comercial? Alexandra Pinheiro Pires | Sou representante comercial há 14 anos e há 20 no mercado de varejo como um todo. Uma motivação de “virada de chaves” na minha carreira profissional foi depois de trabalhar em um escritório de representação chamado AMLuz. Ali eu vi uma oportunidade de trabalhar para mim no modelo que eu acreditava. Eu estava na minha segunda graduação GETI (Gestão Empresarial em Tecnologia da Informação), cheia de energia e acreditando no e-commerce e na revolução tecnológica que viria nos próximos anos. Além de [acreditar que conseguiria] melhorar muito meus rendimentos, entendia que seria um percurso árduo e de muita perseverança. Lojista | Pretende alcançar novos mercados neste ano, como o de exportações? Alexandra | Minhas indústrias de móveis são a Rio Doce Móveis de Cozinhas, Móveis Peroba, Colchões Polar, Robel Móveis e Edantex Tapetes. Não trabalho com exportações, mas pretendo e já estou no caminho de grandes redes para performar de maneira que eu leve para elas bons negócios e oportunidades de melhoria, como trabalhar o ponto de vendas, que muitas vezes fica esquecido. Lojista | O mercado, de forma geral, tem passado por grandes transformações nos últimos anos, como a aceleração da digitalização. Como você avalia todas estas mudanças e qual o principal aprendizado neste processo? Alexandra | Acredito muito no processo de informatização para todas as áreas e ainda nessa revolução da agilidade da comunicação do próprio negócio. Porém, acredito também que as relações comerciais entre as pessoas são partes fundamentais. Não existe a melhor performance digital sem que tenha alguém para tocá-la, desenvolvê-la. Assim, não podemos inverter os papéis. Todo negócio surge, mesmo que à distância, entre pessoas. Lojista | Há desafios em ser mulher nesse mercado? Alexandra | Ser mulher num mercado que é predominantemente liderado por homens é uma quebra de paradigma diária. Primeiro, pelo respeito com uma profissional séria que está ali levando conhecimento, produto e tecnologia, além de mudanças para empreender melhor, uma nova visão de mercado, um jeito novo de uma possível transformação (quando necessária) e, muitas vezes, “trocando” para uma forma melhor para ambos. Lojista | Em homenagem ao Mês da Mulher, o que você diria para mulheres que estejam iniciando/desejam iniciar no setor moveleiro? Alexandra | Quanto às mulheres que querem começar, digo que acreditem no que realmente querem como vida. Sejam resilientes e acreditem sempre que tudo que realmente queremos, acontece. Uma frase que resume isso é que “não podemos querer pouco para conseguir algo, e sim, querer muito para que dê certo!”

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