Lojista 400
27 Móbile Lojista 400 | Julho 2023 | Ano XLII suas experiências e influenciando a decisão de compra de outros clientes em potencial. O mercado varejista brasileiro enfrentou desafios significativos ao longo das últimas quatro décadas, mas também tem se beneficiado das oportunidades trazidas pela tecnologia e pelas mudanças nas preferências do consumidor. A adaptação a um ambiente em constante transformação tornou-se uma necessidade para as empresas varejistas, que precisaram se reinventar e investir em inovação para se manterem competitivas. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Anteriormente, a aquisição de móveis era vista principalmente como um investimento de longo prazo. A maioria dos móveis era feita sob medida ou adquirida em lojas físicas tradicionais. No entanto, à medida que a estética e a funcionalidade se tornaram aspectos-chave para os consumidores, as lojas de móveis começaram a oferecer uma variedade maior de opções de design, estilos e materiais. Com o passar do tempo, observou-se uma mudança para o consumo mais frequente de móveis, que embora ainda focado na utilidade e na ergonomia, foi impulsionado por tendências de design, decoração, funcionalidade e praticidade. Contudo, a integração global e o aumento do acesso à informação, proporcionaram com que um consumidor do interior do Brasil tivesse acesso, por meio da internet, às principais tendências em design e materiais do mercado europeu, por exemplo. “Isso colaborou para a construção de um perfil de consumidor cada vez mais exigente, tanto em termos de qualidade física, como também preocupado com valores agregados, como design e sustentabilidade”, pontua a diretora- executiva da Abimóvel. Assim, a responsabilidade socioambiental se tornou tema relevante no setor. Ao longo dos anos, houve maior conscientização sobre a importância de utilizar materiais ecologicamente corretos na fabricação de móveis. A utilização de madeira de reflorestamento, painéis de fibras de madeira reciclada e tecidos orgânicos passaram a ser mais comuns, buscando minimizar o impacto ambiental. DESIGN Há 40 anos, o design de móveis no Brasil refletia predominantemente as influências da época, que eram marcadas por estilos mais clássicos e tradicionais. Os móveis costumavam apresentar linhas mais ornamentadas, detalhes entalhados e acabamentos em madeira escura. Os estilos, em sua maioria, eram o neoclássico e o colonial, com móveis robustos e imponentes. No entanto, ao longo dos anos, o design dos móveis no País passou por uma notável evolução e diversificação. Houve uma transição gradual para estilos mais contemporâneos, minimalistas e funcionais. Essa mudança refletiu a influência de tendências internacionais, bem como a busca por móveis que se adaptassem a espaços menores e a um estilo de vida mais prático. Em contraste com o minimalismo, houve uma tendência de resgate de estilos vintage e retrô. Móveis inspirados em décadas passadas, como os designs dos anos 1950, 1960 e 1970, foram reinterpretados e incorporados ao design contemporâneo. Essa abordagem criativa caiu no gosto do consumidor que, ao invés de seguir apenas uma estética específica, aderiu à combinação de elementos de diferentes épocas, estilos e culturas em um único ambiente. A introdução de novos materiais e técnicas de fabricação também teve um impacto significativo. O uso de materiais como metal, vidro, plástico e madeiras mais claras e com tons naturais conquistaram espaço. Linhas mais limpas, geometria simples e formas orgânicas ganharam valorização. Além disso, o design de móveis também passou a refletir a diversidade cultural e regional do País. Houve um resgate de elementos e técnicas tradicionais de diferentes regiões, incorporando características regionais aos móveis, como o uso de fibras naturais, como o vime e a palha, e elementos artesanais. Pode-se dizer que a evolução também esteve associada à valorização do design nacional e à presença de designers brasileiros reconhecidos internacionalmente. Houve um maior investimento em pesquisa, inovação e criação de produtos com identidade brasileira, que aliam estética, funcionalidade e sustentabilidade. Atualmente, a integração da tecnologia no morar segue crescente. Móveis com portas USB, carregadores sem fio, iluminação LED e outros recursos tecnológicos foram incorporados para atender às necessidades dos consumidores conectados. A urbanização e a diminuição do espaço nas residências impulsionaram o desenvolvimento de móveis inteligentes e multifuncionais. Peças modulares e flexíveis ganharam destaque. Esses móveis podem ser adaptados e rearranjados de acordo com as necessidades do ambiente e do usuário, proporcionando soluções práticas e versáteis para otimizar o espaço. “Há valorização de móveis que atendem a vários propósitos”, resume o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo. “Os consumidores também estão cada vez mais conscientes da qualidade e durabilidade dos produtos”.
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