Móbile Lojista #402

50 Móbile Lojista 402 | Setembro 2023 | Ano XLII OPINIÃO Por: Luis Henrique Roman roman@uptreinamentos.com.br O varejo vive, há muitos anos, uma grande mudança estrutural que mais recentemente sofreu fortes impactos devido à pandemia. É importante compreender que não podemos atribuir apenas a este evento o novo comportamento que sofre influência da tecnologia, do ambiente virtual e até mesmo da baixa qualificação do departamento comercial. Neste sentido, buscar fatos e analisar comportamentos pode ser um grande passo para uma rápida adaptação do seu negócio com o objetivo de manter-se atualizado e pronto para encarar todos os desafios inerentes ao varejo. Dados do primeiro semestre de 2023 (retirados do site da CNDL) mostram que o varejo teve sim crescimento, assim como a renda do brasileiro, porém, ambos indicadores estão abaixo da inflação dos últimos 12 meses, deixando margem para uma importante interpretação: mesmo ganhando mais “dinheiro”, o poder de compra do empregado é menor que no mesmo período do ano passado e, apesar do crescimento do varejo, não significa que o mesmo esteja vendendo mais produtos, mas sim, vendendo produtos mais caros em quantidade similar a outrora. Tão chocante quanto estes dados, é a projeção de crescimento das vendas on- line – a projeção para 2023 é de aumento de 8% com relação a 2022, chegando ao total de R$ 185 bilhões, com expectativa de R$ 225 bilhões para 2025 – que sem a devida interpretação pode parecer um aumento atribuído ao crescimento da oferta de sites, mas com a devida atenção, mostra a comodidade exigida pelo consumidor nos mais variados canais virtuais de relacionamento. Figital Analisando outro indicador – desta vez, americano – à medida que o comércio virtual cresce, a busca pelas lojas físicas também aumenta (em proporções mais brandas) ou seja, não existe uma substituição direta entre os canais. Você deve estar se perguntando: como assim? Simples, o varejo precisa, urgentemente tornar-se híbrido, compreendendo que as plataformas digitais são excelentes canais de venda, mas também de estímulo ao consumidor. Há alguns anos ouvimos o termo omnichannel sendo utilizado como ferramenta de revolução nos departamentos de marketing, porém, pouco se aplicam seus princípios, por puro desconhecimento ou até mesmo por irresponsabilidade corporativa. Independentemente do motivo e por mais que o termo assuste, sua execução é bastante simples e objetiva. Afinal de contas, ela tem como princípio criar experiências similares em todos os canais de relacionamento com o cliente, sejam estes presenciais ou virtuais – se ainda está em dúvida sobre o virtual, revise as projeções até 2025 contidas neste texto. O varejo foi doutrinado à porta, sempre teve o entendimento de que localização é mais importante que comodidade, sempre deu preferência ao relacionamento presencial – mesmo que continue sendo negligente neste aspecto – e esquece que o tempo passa, as coisas mudam e se livrar de determinados vícios ultrapassados é uma questão de sobrevivência, e não apenas de crescimento. A porta está envelhecendo e, principalmente, se tornando obsoleta demais. As novas tecnologias – comprovadamente – não são substitutos, mas complementos, o que nos leva à necessidade de reaprender a maneira de agir. Híbrido como forma de fortalecimento

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