Lojista 403

11 Móbile Lojista 403 | Outubro 2023 | Ano XLII “Esse quadro é heterogêneo nas faixas de renda, com melhora dos indicadores nos dois horizontes de tempo nas faixas de renda mais baixa e piora das expectativas futuras das famílias com renda mais alta. No mês, o movimento é reflexo da continuidade de fatores positivos na economia, concomitante a um cenário desafiador ao consumidor com juros, nível de endividamento e inadimplência elevados. Para os próximos meses, a confiança do consumidor pode voltar à neutralidade dos 100 pontos, caso a tendência atual continue”, afirma Anna. A acomodação da confiança de setembro foi influenciada pela combinação de uma melhora na percepção da situação atual e uma calibragem na tendência de alta das expectativas futuras. O Índice de Situação Atual (ISA) teve um aumento de 1,8 ponto, atingindo 83,2 pontos – o que representa o maior nível desde dezembro de 2014 (86,7 pontos). Enquanto isso, o Índice de Expectativas (IE) recuou 0,9 ponto, alcançando 106,7 pontos, após um aumento de 10 pontos observado de maio a agosto. Ao analisar as percepções atuais do cenário econômico local, o indicador que mede a satisfação em relação à situação econômica local atingiu o seu nível mais alto desde julho de 2014, ao aumentar 1,3 pontos e atingir 92,2 pontos. O indicador que avalia as opiniões sobre as finanças familiares também registrou um incremento positivo de 2,3 pontos, chegando a 74,6 pontos, mantendo-se no seu melhor resultado desde o período pré-pandemia, em fevereiro de 2020 (76,6 pontos). EXPECTATIVAS DOS CONSUMIDORES SÃO BOAS Entre os indicadores que avaliam as expectativas dos consumidores para os próximos meses, o indicador que mede o desejo de comprar bens duráveis permaneceu relativamente estável, subindo 0,9 ponto e atingindo 99,5 pontos. Esse indicador acumulou um acréscimo de quase 20 pontos desde junho. No mesmo sentido, o indicador que mede as expectativas em relação à situação econômica local aumentou 1,5 ponto, alcançando 117,2 pontos, após uma queda em agosto. Por outro lado, apenas o indicador que mede as perspectivas para as finanças familiares registrou uma queda de 5,2 pontos em setembro, chegando a 102,4 pontos, revertendo parte do aumento observado nos dois meses anteriores. A análise por faixas de renda revela resultados heterogêneos, com um aumento na confiança dos consumidores nas faixas de renda mais baixas (com renda até R$ 2.100,00 e entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00), impulsionado principalmente pela melhoria na percepção da situação atual. Enquanto isso, as faixas de renda mais alta (entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00 e acima de R$ 9.600,01) experimentaram uma redução na confiança, influenciada pela piora das expectativas futuras. COMÉRCIO, POR OUTRO LADO, RECUA Embora a confiança do consumidor siga avançando, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE registrou uma queda de 1,6 ponto, situando-se em 92,2 pontos, no nono mês do ano. Além disso, nas médias móveis trimestrais, houve uma redução de 0,7 ponto, marcando a primeira queda após cinco altas consecutivas. “A confiança do comércio voltou a cair em setembro, mantendo a volatilidade dos últimos meses. A piora ocorreu tanto nas avaliações sobre o momento atual quanto nas expectativas em relação aos próximos meses, mas chama a atenção a terceira queda consecutiva na percepção sobre a demanda atual. A dificuldade de manter a trajetória positiva dos últimos meses parece estar relacionada à desaceleração da confiança dos consumidores e pelo tempo que o efeito da melhora das variáveis macroeconômicas, como a redução de juros, vai levar para refletir na atividade do setor”, avalia o economista do FGV IBRE, Rodolpho Tobler. A queda do ICOM em setembro se disseminou em quatro dos seis principais segmentos do setor, abrangendo ambos os horizontes temporais. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 0,4 ponto, chegando a 94,2 pontos, marcando o nível mais baixo desde maio deste ano (90,1 pontos). Entre os componentes que compõem o ISA-COM, a queda foi influenciada pela redução do indicador que mede o volume de demanda no momento presente, que caiu 1,1 ponto. No mesmo sentido, o Índice de Expectativas (IE-COM) cedeu 2,7 pontos, atingindo 90,5 pontos, impactado pela queda de 5,1 pontos do indicador que avalia a Tendência dos Negócios para os próximos seis meses, após um aumento de 8,0 pontos no mês anterior. EVOLUÇÃO TRIMESTRAL DA CONFIANÇA DO COMÉRCIO Mesmo com a oscilação da confiança do comércio dos últimos meses, o ICOM médio do terceiro trimestre ficou 4,2 pontos acima da média do trimestre imediatamente anterior. Pelo lado do ISA-COM, esse foi o segundo trimestre consecutivo de alta, mas já se observa uma desaceleração no ritmo de crescimento. E pelo lado das expectativas, houve avanço de 4,7 pontos nessa métrica trimestral, o primeiro resultado positivo desde o terceiro trimestre de 2022. “Essa primeira alta do IE-COM trimestral parece estar muito ligada aos primeiros sinais positivos do ambiente macroeconômico, como início do ciclo de redução de juros e inflação desacelerando, mas ainda é preciso cautela dado o patamar baixo do índice”, completa Tobler.

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