Lojista 403

41 Móbile Lojista 403 | Outubro 2023 | Ano XLII Felipe Nasser também é professor de pós-graduação nas áreas de Neuromarketing, Neurovendas, Inovação e Comportamento de Consumo. Empresário, diretor da F|Nasser Treinamentos e Neurobusiness, Founder da startup Funnelever. Conselheiro do Núcleo de Futuro e Tendências da ADVB- PR (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), e professor convidado ISAE Escola de Negócio mil usuários da plataforma e evidencia a busca por preços competitivos como um fator decisivo de compra. O CEO e cofundador do Reclame Aqui, Edu Neves, observa uma sintonia entre as intenções dos consumidores e o panorama do varejo até agora, algo que ele considera uma surpresa positiva. Ele destaca que, apesar das dificuldades no primeiro semestre deste ano, os consumidores estão menos relutantes em fazer compras. Com 75% ainda indecisos em relação à data, esse é o menor índice de rejeição para a Black Friday nos últimos três anos. MOMENTO PROPÍCIO A pesquisa também destaca o quanto a Black Friday é vista pelos brasileiros como uma oportunidade de compra. Qualquer produto que se encaixe no orçamento é bem-vindo. Tanto que o fator decisivo mais mencionado para concluir uma compra é a presença de produtos com preços atrativos (35%). No entanto, outros dois fatores ganharam relevância em 2023: a confiabilidade das empresas, com 13% [leia sobre awareness e a capacidade de aumentar as margens na editoria Tecnologia e Inovação desta edição] e a consideração das avaliações de outros consumidores sobre os produtos (12%). Isso coincide com outro dado crucial da pesquisa: 69% dos consumidores esperam por promoções de uma marca específica, indicando uma possível fidelidade à marca associada ao longo período de pesquisa de preços. MULTICANAL No ano passado, quase 70% dos consumidores buscaram seus produtos no comércio digital. Na Black Friday 2023, a tendência sugere que lojas físicas e on-line competirão ainda mais pela atenção dos brasileiros. Isso porque, 44,8% pretendem comprar em lojas on-line, como sites, e-commerces e marketplaces; e 26,2% planejam buscar produtos em lojas físicas, seja em grandes redes ou comércios locais. O e-commerce é o canal mais utilizado por 58% dos brasileiros, segundo uma pesquisa de Octadesk e Opinion Box. A taxa de quem utiliza ambos é 14%. Contudo, na categoria Móveis, 17% afirmam que compraram nos últimos 6 meses on-line, frente a 15% que afirmam que não comprariam neste modelo – o que demonstra que o atendimento físico ainda tem muita importância no setor. Além disso, em agosto, foi divulgada a nova edição do WebShoppers – considerado um dos mais importantes relatórios do comércio on-line, desenvolvido pela NielsenIQ Ebit –, que traz um overview do e-commerce no primeiro semestre de 2023, comparado ao mesmo período de 2022. Vendas on- line apresentaram retração. A categoria “Casa e Decoração” teve queda de -12,6 % em número de pedidos e aumento de 0,4 % no valor do ticket médio – embora esteja entre as top três categorias em importância GMV (Volume Bruto de Mercadorias). Diante esses dados, como otimizar a experiência no setor de móveis? Para responder, ouvimos o Mestre em Neuromarketing, pela Florida Christian University (USA), Felipe Nasser. Para ele, a grande questão é levar aquelas experiências que são significativas no PDV, ao mundo digital. “Através de interações de Realidade Aumentada (RA), boas fotografias e filmagem 3D, aproveitando da possibilidade de iluminação e da questão de personalização.” Nasser, que tem ampla experiência no setor moveleiro, considera que algo pouco abordado pelo varejo, é a aplicação do móvel no ambiente digital. “No ambiente físico, as pessoas vão para sentir a textura, flexibilidade, conforto etc. No digital não conseguimos retratar este conforto na parte tátil, mas é possível na parte visual”, salienta. Quando o consumidor busca um móvel, utilizar da RA é ótima alternativa para aprimorar a experiência e aumentar a intenção de compra. Além disso, Nasser pontua que colocar a aplicação deste móvel em diferentes ambientes, além de servirem como inspiração para o cliente, corrobora para o desejo de compra dos demais itens que estão naquele ambiente. Para tornar a experiência mais imersiva, o especialista também recomenda utilizar vídeos e indicações de decoração feitas por especialistas na área, por exemplo. ESTRATÉGIAS A pesquisa do Reclame Aqui indica que, entre os varejistas, os canais com maiores investimentos para a data são as redes sociais, WhatsApp e lojas on-line. Mas, diante da tendência de diversificação de canais de venda, como os varejistas de móveis podem efetivamente integrar diferentes plataformas, como e-commerce, WhatsApp e marketplaces, para alcançar um público mais amplo? Na realidade, o processo tem que ser feito em etapas, explica o especialista. Primeiramente, se perguntando se tem capacidade de atendimento em quantos canais; e quantos braços se têmpara atendê-los. “Se você temum e-commerce, é necessária uma equipe; se tem atendimento viaWhatsApp, é preciso ter pelo menos uma pessoa para responder; se está temmarketplace, tambémprecisa de uma pessoa responsável por ele.” Arquivo pessoal

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