Lojista #406

43 Móbile Lojista 406 | Março 2024 | Ano XLII dos clientes, mas também estabeleceu umnovo padrão para o varejo de móveis, combinando tecnologia e design de maneira inovadora”, pontua o especialista. “Outro projeto relevante, lançado há dois anos, foca na sustentabilidade e no consumo consciente. A iniciativa permite que os clientes retornem móveis Ikea usados em troca de crédito para novas compras, com os itens devolvidos sendo recondicionados e revendidos. Esta abordagem oferece uma opção mais sustentável aos consumidores, e promove um ciclo de vida mais longo para os produtos, alinhando-se com os princípios de economia circular e redução da pegada de carbono”, salienta Campos. Assim, a gestão ágil no varejo moveleiro representa uma transição da rigidez para a flexibilidade, do planejamento extensivo para a adaptação rápida. Ao focar na satisfação do cliente e na eficiência operacional, as lojas de móveis podem se adaptar e prosperar em um mercado em constante evolução. satisfação do cliente, ao mesmo tempo em que oferece uma gestão de riscos mais eficiente emummercado volátil. ADAPTABILIDADE E SATISFAÇÃO DO CLIENTE No mercado de móveis, as preferências dos consumidores variam significativamente, influenciadas por tendências culturais, como programas de televisão ou eventos importantes. “Tais influências podem alterar os gostos e desejos dos consumidores, afetando diretamente a demanda por certos estilos ou tipos de móveis. Por exemplo, a crescente preferência por móveis de design industrial destaca a influência das tendências no mercado”, observa um especialista. Ele destaca que a gestão ágil é uma ferramenta essencial para fabricantes e varejistas responderem a essas mudanças. Para adotar práticas ágeis, recomenda-se começar com ferramentas como roadmaps e ciclos de aplicação, que dividem os objetivos em etapas menores, facilitando o gerenciamento e adaptação às mudanças. “Um exemplo na indústria de móveis poderia ser a adoção de realidade aumentada para ajudar consumidores a visualizar os móveis em suas casas,” ele sugere, enfatizando o valor de iniciar com funcionalidades básicas e expandir baseado no feedback dos usuários. Entre as técnicas específicas, menciona o Scrum e o Kanban, que permitem organizar o trabalho em ciclos curtos (sprints) e visualizar o progresso das tarefas, respectivamente. Estas abordagens agilizam o desenvolvimento de novos produtos e serviços, e colocam o foco nas necessidades e na satisfação do cliente. Campos também ressalta o papel das novas tecnologias, como a inteligência artificial e o metaverso, para oferecer inspirações e personalizações que podem enriquecer a experiência de compra e satisfazer os desejos do consumidor. “Um exemplo prático seria um aplicativo que, ao reconhecer o interesse por um aparador, sugere automaticamente itens complementares, que harmonizam com o produto principal. Essa abordagem não só potencializa as vendas, agregando produtos à cesta do consumidor, mas também melhora a percepção de valor e satisfação do cliente com a compra, aproveitando para otimizar os custos de frete, um ponto sensível no transporte de móveis.” Assim, a combinação de metodologias ágeis com inovações tecnológicas representa uma estratégia capaz de transformar a jornada de compra, aumentar a satisfação do cliente e impulsionar as vendas. MONITORAMENTO DE SUCESSO E INDICADORES DE DESEMPENHO Para assegurar que a implementação da gestão ágil esteja no caminho certo, é crucial monitorar indicadores de desempenho que reflitam o progresso emdireção aos objetivos da empresa. Campos recomenda atenção para indicadores como a satisfação do cliente, medido através de pesquisas e feedback direto, e a eficiência operacional, observada por meio da velocidade de lançamento de novos produtos e da redução de custos. Alémdisso, indicadores financeiros, como o aumento da receita e a margemde lucro, fornecemuma visão clara do impacto financeiro das práticas de gestão ágil. Campos aponta a Ikea como exemplo de empresa que utiliza a gestão ágil para testar, aprender e ajustar seus processos, resultando emmelhorias contínuas na oferta de produtos e na experiência do cliente – citando seu pioneirismo no uso da realidade aumentada, em 2014, permitindo aos clientes visualizar móveis em seus próprios espaços antes da compra. “Esse projeto evoluiu por meio de tentativas e ajustes, até alcançar umponto em que todo o catálogo da empresa se tornou digitalizável e disponível emmodelos tridimensionais. Isso não apenas melhorou a experiência de compra Arquivo pessoal Henrique Campos Jr. é doutor e mestre em administração de empresas, professor do departamento de Marketing da EAESP/FGV e pesquisador do Centro de Excelência em Varejo da FGV. Pesquisa modelos de negócios para empresas varejistas, tecnologia no varejo, métricas de marketing e gamification

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