Lojista 407

11 Móbile Lojista 407 | ABRIL 2024 | Ano XLII registraram alta de 2 e 3,9 pontos, respectivamente, enquanto os setores da indústria e da construção apresentaram quedas de 0,4 e 0,3 ponto. “Em fevereiro, notamos uma maior discrepância entre a confiança na situação atual e as expectativas. É preocupante quando essa discrepância vem da deterioração das expectativas, que indicam as perspectivas de negócios futuros”, afirma. Comparando os resultados do primeiro trimestre com o último trimestre de 2023, Tobler aponta uma melhora mais generalizada na confiança entre os setores. “O segmento industrial, mostrando sinais de recuperação desde o final do ano passado, teve alta de 3,9 pontos em relação ao quarto trimestre de 2023. Os setores de serviços e comércio também tiveram aumentos significativos após uma variação negativa no último trimestre de 2023”, ressalta. Nas expectativas, o setor de serviços teve a maior alta (4 pontos), seguido pela indústria (3,4), comércio (2,6 pontos) e construção (1,3 ponto). “A indústria melhorou sua percepção quanto aos estoques e demanda. O setor de serviços, apesar de começar o ano com confiança baixa, mostrou recuperação”, descreve Tobler. O comércio, afetado no ano anterior, teve expectativas de melhoria diante de um cenário econômico mais favorável. Os bons resultados na atividade de serviços e varejo em janeiro levaram a revisões positivas nas projeções do PIB, influenciando positivamente a confiança dos empresários. “A queda esperada da taxa de juros básica, junto a uma inflação controlada e a dinâmica favorável no mercado de trabalho, contribui para a percepção de uma economia mais forte”, diz Tobler. No entanto, existe cautela quanto à demanda no setor de serviços e à evolução do crédito. Nenhum dos setores analisados nas sondagens alcançou o nível de neutralidade de 100 pontos, permanecendo em um campo de pessimismo moderado. O setor da construção está mais próximo da neutralidade, com 96,6 pontos no Índice de Confiança, seguido pela indústria (96,5), serviços (95,8) e comércio (90,4). “Após as crises enfrentadas desde a recessão de 2014, os empresários adotam uma postura mais cautelosa, reconhecendo as incertezas que ainda existem sobre as perspectivas de seus negócios”, conclui Tobler. CRESCIMENTO APÓS DUAS QUEDAS O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), também medido pelo FGV IBRE, registrou aumento de 1,6 ponto em março, atingindo 91,3 pontos. Esse crescimento ocorre após duas quedas seguidas. Por outro lado, nas médias móveis trimestrais, o índice registrou queda pelo sexto mês consecutivo, desta vez de 0,6 ponto, fixando-se em 90,6 pontos. A economista do FGV IBRE, Anna Carolina Gouveia, relata que o aumento da confiança dos consumidores em março deve-se à melhora em todos os quesitos do indicador, exceto na intenção de compra de bens duráveis, que apresentou queda acentuada. Este avanço marca o primeiro resultado positivo do ano, alterando o nível do indicador de pessimista para moderadamente pessimista, ultrapassando os 90 pontos. Anna Carolina observa que, apesar da recuperação no mês, as restrições financeiras das famílias continuam impactando a confiança, mantendo o indicador de situação financeira atual em patamares historicamente baixos. No mês de março, houve melhora tanto nas expectativas para os próximos meses quanto nas avaliações sobre o momento atual. O Índice de Expectativas (IE) cresceu 1,2 ponto, alcançando 99,1 pontos. O Índice da Situação Atual (ISA) também subiu, aumentando 2,1 pontos para 80,7 pontos. Dentro dos componentes do ICC, o item que avalia as perspectivas futuras das finanças familiares destacou- se com um aumento de 7,6 pontos, chegando a 100,8 pontos, compensando parte da queda do mês anterior. O indicador que analisa as expectativas sobre a economia futura também cresceu, subindo 4,8 pontos para 110,6 pontos. Contrariamente, a disposição para a compra de bens duráveis diminuiu, com uma queda de 9,2 pontos para 85,8 pontos. Além disso, observou-se uma melhoria nas percepções sobre as finanças pessoais e a economia local, com seus indicadores subindo 2,0 e 2,1 pontos, respectivamente, para 69,9 e 91,8 pontos. A elevação da confiança se manifestou em todas as faixas de renda analisadas, ainda que em diferentes intensidades. Os consumidores com menor renda (até R$ 2.100,00) contribuíram significativamente para a melhora nas avaliações do momento atual, apesar de suas expectativas mais reservadas para os próximos meses. NÍVEL DE INCERTEZA RECUA O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas registrou queda de 0,7 ponto em março, atingindo 103,8 pontos. Esse é o valor mais baixo desde julho de 2023, que foi de 103,5 pontos. Anna Carolina informa que a diminuição do indicador em março ocorreu principalmente devido ao declínio do componente de Expectativas. Esse movimento decorreu da menor dispersão nas previsões de mercado para a taxa de câmbio para os próximos 12 meses. A economista da FGV IBRE destaca que a queda no nível de incerteza indica a relativa resiliência da economia brasileira, caracterizada por um mercado de trabalho dinâmico, inflação sob controle e desempenho positivo em alguns setores no começo do ano. Contudo, ressalta que discussões recentes sobre a velocidade da redução da taxa de juros interna e a situação da economia global podem influenciar o IIE-Br nos meses seguintes.

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