Lojista 408

41 Móbile Lojista 408 | MAIO 2024 | Ano XLII “Nosso maior desafio foi começar a conversa de maneira aberta, pensando no futuro da empresa, mas respeitando a opinião de todos e permitindo que o processo ocorresse de forma orgânica, gradativamente e naturalmente. Mantivemos os pés no chão e seguimos diretrizes pré- estabelecidas entre fundadores e possíveis sucessores,” revela Guidini. PREOCUPAÇÃO SURGIU DURANTE MBA Guidini conta que o interesse pelo assunto foi despertado quando umprofessor do seu MBA emGestão Empresarial abordou o tema. “Após isso, puxei o assunto comGuidini e Anair, os fundadores da empresa, para ver a reação deles. Apartir daí, iniciamos a busca por informações e orientações comnossa contabilidade, começamos umprocesso deHolding, alinhamos o acordo parame tornar sócio da empresa, e estamos nessa construção a cada dia. Sabemos que faltamalguns detalhes importantes nesse processo, porémestamos fazendo de uma maneira gradativa e natural —e a cada dia é umaprendizado para todos.” DIFERENÇAS GERACIONAIS É natural que diferentes gerações tenham pontos de vista divergentes sobre uma empresa. No caso da Cimol, essas divergências surgiram e ajudaram a amadurecer a gestão do negócio. “Sabemos que as gerações pensam diferente sobre diversos temas, porém na empresa temos um ‘Conselho de Administração’ que foi instalado antes do processo sucessório. Nele, temos os gestores das principais áreas estratégicas da empresa (Vendas, Produto, PPCP, Compras e Financeiro), onde fazemos análises de investimentos, alinhamos diretrizes, e isso ajuda muito nas discussões. Sempre colocamos prós e contras em cima da mesa, ouvimos opiniões dos gestores e cabe aos sócios tomar a melhor decisão naquele momento. Divergências sempre existirão, todavia, temos que deixá-las de lado e convergir sempre para a melhor decisão possível para que a empresa construa e siga sua história de maneira sólida”, opina. Guidini ainda afirma que os valores da empresa permanecerão os mesmos, mesmo que o comando mude. “Nossos valores internos são inegociáveis e, de maneira resumida, eles são: sempre ter clareza nas informações sobre os nossos processos internos e externos, tanto para o mercado quanto para os nossos parceiros envolvidos em nossa cadeia de fornecimento e serviços. Isso não deve nunca ser mudado e deve ser bem disseminado para todos os colaboradores”, pontua. ADAPTAÇÃO ÀS NOVAS DEMANDAS DOMERCADO O diretor da Cimol afirma que o processo sucessório ajuda a empresa a se preparar para os novos desafios que o mercado impõe. “Nosso mercado é muito volátil e muda frequentemente. O que nós da Cimol buscamos sempre fazer é estar ao máximo atualizados de forma geral, tanto na questão fabril, com o que há de melhor em maquinários, quanto emdesign de produtos e desenvolvimento, sempre prontos para atender às mais diversas demandas e necessidades dos clientes e parceiros. Também estamos abertos às oportunidades de novos mercados e parceiros, e, por isso, sabemos que sempre precisamos de análise interna, buscando as melhores decisões para adaptações e mudanças de mercado”, conclui. SUCESSÃO FAMILIARREQUER PREPARAÇÃOE FOCO A consultora do Sebrae/PR, Jocelei Fiorentin, explica que a sucessão familiar requer muito planejamento. “Desta forma, o empreendedor preserva seus familiares de futuras dificuldades e mantém a credibilidade da empresa. Avaliar as alternativas que se apresentam, seja umherdeiro ou um executivo de fora, e conduzir tudo de forma profissional diminui o risco da descontinuidade do negócio”, avalia a consultora. Ela destaca que é essencial manter todos os familiares envolvidos, mas com um objetivo em comum. “Tem que existir a separação da emoção e da razão, planejar de forma profissional o presente e o futuro do negócio. É preciso encontrar pontos comuns em que as ideias de diferentes gerações se encaixem através do diálogo. Só assim será possível construir uma sucessão mais sólida e segura”, explica Jocelei. Divulgação Cimol Sucessão familiar deve ser feita com diálogo aberto e diretrizes claras

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