Lojista 410

19 Móbile Lojista 410 | JULHO 2024 | Ano XLII “Em maio de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.445,19 na soma de todas as dívidas. Considerando todas essas dívidas, cada inadimplente devia, em média, para 2,10 empresas credoras. Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (30,70%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,72% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000”, conclui o levantamento. CONFIANÇA DO CONSUMIDOR VOLTA A SUBIR O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 1,9 ponto em junho, na comparação com maio. Economistas do FGV argumentam que o cenário poderia ser melhor, mas dependeria de uma situação mais amigável em relação aos juros. “Após recuo no mês anterior, a confiança do consumidor volta a subir influenciada tanto pela melhora da percepção sobre a situação atual quanto pelas expectativas para os próximos meses. Esse resultado foi impulsionado, principalmente, pelas faixas de renda mais baixas. Em médias móveis trimestrais, a confiança dos consumidores reflete certa estabilidade e uma melhora tímida na média do segundo trimestre com relação ao trimestre passado. Tais resultados refletem a dificuldade em alcançar níveis mais satisfatórios de confiança e parecem estar vinculados às limitações financeiras das famílias e às taxas de juros elevadas, evidenciada pelos indicadores de situação financeira atual e de intenção de compra de duráveis, que apesar da melhora no mês, se mantém em níveis pessimistas”, afirma a economista do FGV IBRE, Anna Carolina Gouveia. Ainda de acordo com a FGV, o desastre climático no Rio Grande do Sul contribuiu para uma queda do otimismo no setor do comércio. Contudo, a entidade salienta que alguns setores que vendem bens duráveis, como o varejo de móveis, tiveram melhora nesses indicadores. “Veículos, móveis e eletrodomésticos e comércio de materiais de construção registraram alta em junho em relação ao mês anterior”, aponta a FGV. SBVC REBATE “CRISE NO VAREJO” Relatório publicado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostra bons resultados para o varejo brasileiro no ano passado, questionando uma suposta crise no setor. “O discurso de ‘crise do varejo’, embora esteja presente em alguns players, não é a regra do varejo – os números comprovam. O Varejo Restrito (bens de consumo, exceto automóveis e materiais de construção) fechou 2023 com uma expansão nominal de 4,1%, movimentando R$ 2,23 trilhões e impactando por 20,45% do PIB brasileiro (que teve uma expansão de 2,9%). Desde 2016, o desempenho do varejo supera o da economia como um todo”, opina a SBVC. Ainda assim, a entidade reconhece algumas dificuldades do varejo, principalmente quando o assunto é crédito. “O ano de 2023 foi extremamente desafiador para o varejo brasileiro. A CNI SE POSICIONA CONTRA A MANUTENÇÃO DA SELIC EM DOIS DÍGITOS Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa Selic em 10,5% ao ano, encarecendo a contratação e crédito no Brasil, sob a justificativa de controlar a inflação, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou nota criticando a decisão. “A CNI considera inadequada e excessivamente conservadora a decisão do Copom de interromper o ciclo de cortes na Selic, mantendo-a em 10,5% ao ano. Isso porque, neste momento, a decisão só irá impor restrições adicionais à atividade econômica – com reflexos negativos sobre o emprego e a renda –, sem que o quadro inflacionário exija tamanho sacrifício”, diz a nota. O presidente da entidade sugeriu que o Copom volte a avaliar a queda gradual da Selic. “A manutenção do ritmo de corte na Selic seria o correto, pois contribuiria para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem prejudicar o controle da inflação” defende o presidente da CNI, Ricardo Alban. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a inflação desacelerou em todas as sete capitais analisadas, chegando a 0,22% na data de 30 de junho. crise de crédito deflagrada logo no mês de janeiro pelos problemas contábeis das Lojas Americanas fez com que diversas empresas, já afetadas por anos de crescimento lento e mal posicionadas diante da transformação digital, não conseguissem renovar seus compromissos financeiros em um cenário de juros elevados. Para muitas delas, a recuperação judicial se tornou a alternativa possível para obter algum fôlego”, explica o estudo.

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