Lojista 412
57 Móbile Lojista 412 | SETEMBRO 2024 | Ano XLII Thiago dos Santos | Hoje o mercado é ainda mais exigente em todos os aspectos, então não basta ser apenas um bom vendedor de móveis, mas precisa ter uma estrutura que permita um bom pós-venda. Se eu fosse elencar três fatores que tenho como princípio básico diria que, em primeiro lugar, ainda é crucial ser um vendedor eficaz, capaz de abrir novos espaços e cultivar parceiros. Em segundo lugar, a qualidade do pós- venda é vital, necessitando de uma boa estrutura e dinâmica eficiente. E, em terceiro, a capacidade de ser consultivo está se tornando cada vez mais importante para atender às demandas dos parceiros. Lojista | Então, vender não é a única habilidade necessária para ser um bom representante comercial no setor moveleiro? Santos | Não basta apenas vender, não basta apenas fazer um bom pós-venda. Hoje, temos que atuar com frequência na parte de treinamento de produtos, de entendimento de processos, transmitir para o cliente os processos da indústria da melhor maneira possível para que ele consiga, lá no ponto de venda, estratificar isso da melhor maneira com as equipes e transformar isso em resultado. Lojista | Como você se mantém atualizado em um cenário tão dinâmico do setor moveleiro? Santos | A maioria é de origem digital, seja no aspecto de estudo, por meio de fóruns, reuniões em equipe, redes sociais de atualização e troca de informações. A rede social tem contribuído muito nesse sentido da atualização, do dia a dia, então acompanhar a rotina digital do nosso parceiro tem sido um recurso forte no nosso resultado. Lojista | Com 25 anos de experiência no mercado de móveis, quais mudanças significativas você observou e como impactam a dinâmica do setor? Santos | Seguramente, a grande mudança que presenciamos nesse tempo da representação foi a entrada do digital com muita força, como ferramenta de venda e marketing. Quando comecei, ainda era muito pouco utilizado, e isso veio crescendo nesse período, o período pandêmico foi o grande impulsionador, foi onde vimos um ‘boom’ muito grande de busca por ferramentas digitais para trazer suporte na venda, tanto da indústria quanto do varejo de loja. Lojista | Com a ascensão do digital, como você adaptou seu método de trabalho? Santos | No escritório, temos duas frentes: uma de pessoas que atuam no varejo físico diretamente e a equipe na representação que atua somente com a frente on-line. Então, algumas pessoas do escritório trabalham somente com suporte a clientes que têm e-commerce, ou que precisam de um suporte na parte de auxílio com o próprio marketing digital. Lojista | E para seus parceiros, como está essa transição físico-digital? Santos | Muitos clientes nos procuram buscando orientação sobre como iniciar no mundo digital, especialmente nas redes sociais e estratégias de impulsionamento. Nosso papel tem sido predominantemente consultivo, ajudando tanto indústrias quanto varejistas a adotar essas ferramentas rapidamente para expandir sua presença on-line e alcançar um público maior. Nosso objetivo é entender profundamente as ferramentas disponíveis para que possamos oferecer suporte diário eficaz e transformar essa transição em resultados tangíveis para nossos parceiros. Lojista | Como se tornar de fato relevante na relação com as marcas? Santos | O representante precisa conhecer profundamente o produto, a indústria e os processos envolvidos. Isso permite que ele atue de forma consultiva e seja uma voz ativa na relação, indo além de uma mera ferramenta de vendas. Ele deve estar presente no dia a dia do parceiro, agregando valor com percepções que só quem visita as lojas e colhe feedback diretamente do campo pode oferecer. Ser esse elo ativo entre a loja e a indústria é fundamental para se tornar uma figura relevante. Lojista | Considerando os parceiros, como você se sente apoiado pela indústria de móveis? Santos | Esse processo ainda vai melhorar muito, estamos numa fase de troca em que a indústria, a loja e o representante trocam muita informação, geram recursos. Algumas indústrias estão mais intensas nessa questão de gerar insumo, então estão mais engajadas nisso, consequentemente estão mais atualizadas e já conseguem ter mais informações. Outras indústrias que começaram mais recentemente estão entrando nesse processo, então tendem a evoluir e crescer. Lojista | Para finalizar, como você vê o futuro da representação comercial? Santos | Acredito que as representações mais bem- sucedidas serão aquelas com forte capacidade consultiva. Isso significa ter um bom entendimento técnico da marca e do produto, permitindo ao representante não apenas vender, mas também atuar como consultor para os parceiros, ajudando-os a replicar esse conhecimento no ponto de venda. A experiência de venda será o grande diferencial daqui para a frente. Os produtos estão se tornando cada vez mais semelhantes, mas o que realmente fará a diferença será a habilidade do representante em criar uma experiência única com o produto para os clientes.
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