Lojista 415
11 Móbile Lojista 415 | JAN/FEV 2025 | Ano XLIII TRIMESTRE DE OURO O último trimestre costuma ser um período de destaque para o varejo, impulsionado por datas como a Black Friday e o Natal. Em 2024, o desempenho seguiu essa tendência positiva, marcando novos recordes para o setor. Segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), as vendas da Black Friday cresceram 16,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O comércio físico liderou o crescimento, com alta de 17,1%, enquanto o e-commerce registrou um avanço de 8,9%, considerando as vendas realizadas em 29 de novembro de 2024 em relação a 24 de novembro de 2023. O setor de Móveis, Eletro e Depto teve alta de 7,9%, consolidando sua importância no período. “A Black Friday superou pela primeira vez o nível do período pré-pandemia e teve faturamento 15,2% maior que em 2019. Uma das razões para essa alta foi o pagamento da parcela do 13º e de benefícios como vales exatamente no dia da Black Friday”, explica o vice-presidente de tecnologia e negócios da Cielo, Carlos Alves. O Natal de 2024 também trouxe resultados sólidos. As vendas no varejo, apuradas entre os dias 19 e 25 de dezembro, cresceram 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado, confirmando o bom momento do comércio no final do ano. CONJUNTURA NACIONAL A recuperação do setor moveleiro ocorreu em paralelo a uma melhora no cenário econômico nacional. Em 2024, a taxa de desocupação caiu para 6,1% no trimestre de setembro a novembro, atingindo a menor marca da série histórica iniciada em 2012, segundo o IBGE. Esse avanço no mercado de trabalho foi acompanhado por um crescimento do PIB. Durante um anúncio no início de janeiro de 2025, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a economia brasileira deverá atingir um crescimento de 3,6% em 2024. Esse desempenho superou as projeções anteriores do Banco Central, que em junho estimava aumento de 2,3% para o ano. Os números foram impulsionados por setores como a indústria e os serviços, que apresentaram desempenhos robustos ao longo do ano. Além disso, o Ministro também informou que o déficit primário do ano deve atingir 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), indicando maior controle fiscal em meio à recuperação econômica. Apesar desses sinais positivos, desafios ainda se fazem presentes. A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no acumulado de janeiro a novembro, foi de 4,29%. Além disso, conforme dados do Banco Central do Brasil, a taxa básica de juros (Selic) foi reajustada ao longo do ano, fechando 2024 em 12,25%, mantendo o crédito em patamares elevados. No mercado cambial, o real sofreu uma desvalorização significativa de 21,5%, encerrando o ano cotado a 6,18 reais por dólar. Mesmo assim, a redução do desemprego e o aumento no número de pessoas ocupadas, que bateu um novo recorde em dezembro, chegando a 103,9 milhões, criam um ambiente mais favorável para o consumo, reforçando as expectativas de crescimento para o setor moveleiro e de eletromóveis em 2025. Desta forma, os empresários brasileiros encerraram 2024 mais confiantes do que no final de 2023. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE ficou em 97,3 pontos. Comparativamente com dezembro de 2023, levando em conta o dado sem ajuste sazonal, o ICE fechou 2,2 pontos acima, com indústria e comércio registrando as maiores altas, respectivamente, de 4 e 2,9 pontos. OLHANDO PARA O FUTURO Para 2025, as projeções para o setor moveleiro indicam continuidade no crescimento, ainda que em ritmo mais moderado. De acordo com a Abimóvel, espera-se um aumento de 2,5% no volume produzido e de 5,5% em valores nominais em relação a 2024. No mercado internacional, as exportações devem avançar cerca de 2,5%, mantendo o setor competitivo globalmente. Os fabricantes continuam investindo em tecnologia, inovação e práticas sustentáveis para agregar valor aos produtos e atender às novas exigências do consumidor. A integração entre canais físicos e digitais segue como prioridade estratégica, consolidando o omnichannel como diferencial competitivo para lojistas de móveis e eletromóveis. No geral, as empresas do setor devem manter um olhar estratégico, aproveitando o momento de recuperação, mas enfrentando com criatividade os desafios econômicos e geopolíticos globais. A combinação entre modernização, eficiência operacional e atenção às mudanças no comportamento do consumidor será essencial para sustentar o crescimento. Com consumidores cada vez mais exigentes e conectados, 2025 se apresenta como um ano de desafios e oportunidades. O sucesso do setor dependerá da capacidade de adaptação às transformações do mercado, garantindo que o segmento moveleiro continue em destaque na economia nacional.
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy MTY1NDE=