Lojista 416

13 Móbile Lojista 416 | Março 2025 | Ano XLIII contramão, avançaram os indicadores que avaliam a situação econômica local atual e situação econômica local futura, com 0,9 e 0,3 ponto, para 90,4 e 98,6 pontos. COMÉRCIO SEGUE TENDÊNCIA DE DESACELERAÇÃO Também pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) registrou baixa, recuando 3,8 pontos em fevereiro e fechando o mês em 85,5 pontos – o menor nível desde dezembro de 2023. Segundo o economista do FGV IBRE, Rodolpho Tobler, a piora disseminada entre os segmentos do comércio reflete um início de ano mais desafiador para o setor. “A percepção dos empresários indica que o volume da demanda tem perdido força e que não enxergam cenário de reversão dessa tendência no curto prazo. O ambiente macroeconômico, inflação e juros em alta, atinge tanto os segmentos mais sensíveis à renda quanto os mais sensíveis ao crédito”, afirma Tobler. O Índice de Situação Atual do Comércio (ISA-COM) caiu 2,3 pontos, atingindo 88,5, com destaque para a retração no quesito que avalia a situação atual dos negócios, que variou negativamente em 3,8 pontos. Já o Índice de Expectativas do Comércio (IE-COM) teve uma queda ainda mais acentuada, de 5,1 pontos, chegando a 83,2 pontos, demonstrando a preocupação com as perspectivas futuras de vendas. CONFIANÇA EMPRESARIAL TAMBÉM APRESENTA RECUO Da mesma forma, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,3 ponto em fevereiro, chegando a 94,7 pontos. Apesar da leve retração, esse foi o quarto mês consecutivo de queda, evidenciando um enfraquecimento no ambiente de negócios, especialmente nos setores de serviços e comércio. De acordo com o pesquisador do FGV IBRE, Aloisio Campelo Jr., as empresas já projetam um cenário de desaceleração econômica para 2025. “Destaca-se a perda acumulada de 5,6 pontos nos últimos quatro meses do indicador que mede o otimismo sobre a evolução da situação dos negócios nos seis meses seguintes, um sinal claro de que as empresas já preveem dificuldades à frente”, analisa Campelo Jr. O Índice de Expectativas Empresariais (IE- E) recuou 0,3 ponto, atingindo 93,5 pontos, refletindo o quarto mês seguido de queda. O índice que mede a expectativa sobre os negócios nos próximos seis meses caiu 1,1 ponto, para 93,0 pontos, evidenciando maior cautela entre os empresários. Já o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) teve leve retração de 0,3 ponto, para 95,8 pontos, acumulando perda de 2,7 pontos nos dois primeiros meses do ano. INCERTEZA ECONÔMICA RECUA EM FEVEREIRO Por outro lado, o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), recuou 6,1 pontos em fevereiro, atingindo 110,8 pontos. Apesar da queda no mês, a métrica de médias móveis trimestrais manteve a tendência de alta, subindo 0,2 ponto, para 114,4 pontos. “Após três meses consecutivos de alta, o Indicador de Incerteza Econômica recuou para 110 pontos, sinalizando uma leve melhora no cenário macroeconômico. Durante fevereiro, o peso das incertezas externas foi atenuado, à medida que o governo Trump adotava menos medidas extremas no terreno comercial do que se previa. No front doméstico, o tema fiscal perdeu destaque no noticiário após a definição do orçamento para 2025 e os ajustes de expectativas com o pacote de cortes anunciado no final de 2024”, explica Anna Carolina. O componente de Mídia do IIE-Br caiu 3,1 pontos, para 113,6, enquanto o componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, teve uma queda mais acentuada de 15,8 pontos, atingindo 94,8 – o menor nível desde abril do ano passado. Apesar do recuo, a incerteza econômica segue em um patamar moderadamente elevado. IMPACTOS NO SETOR MOVELEIRO O cenário de menor confiança do consumidor e desaceleração no comércio tende a impactar diretamente o varejo moveleiro. A queda na intenção de compra de bens duráveis e a cautela dos empresários indicam que as vendas podem apresentar maior lentidão nos próximos meses. Para os lojistas, o momento exige estratégias voltadas para estimular o consumo, seja por meio de condições especiais de pagamento, fortalecimento da presença digital ou diferenciação no atendimento e portfólio de produtos. Apesar dos desafios, a expectativa é que a retomada da confiança possa ocorrer gradualmente ao longo do ano, acompanhando eventuais ajustes na economia. Monitorar esses indicadores será fundamental para que o setor moveleiro antecipe tendências e adote estratégias que minimizem os impactos do cenário econômico ao longo de 2025.

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