Revestimentos laminados possibilitam vantagens competitivas nos móveis sob medida
Profissionais traçam um panorama do segmentos de laminados com suas características e peculiaridades de cada marca
Publicado em 9 de outubro de 2018 | 08:00 |Por:
Nunca se falou tanto na necessidade de inovar e buscar soluções inéditas para atender o mercados. As crises econômica e política exigem adaptações, pesquisa e conhecimento a respeito de métodos de produção mais inteligentes e matérias-primas que auxiliem na melhoria dos produtos e processos. Pensando em quantos clientes buscam a necessidade de preencher espaços pequenos ou difíceis, ou apenas para ter um móvel único, certos tipos de materiais se destacam. Nessa linha de raciocínio entram os revestimentos laminados como itens importantes, já que permitem solucionar projetos de diversas maneiras.
O laminado decorativo de alta resistência termo-moldável, também conhecido como postforming, é um dos maiores ícones quando o assunto é a diferenciação do trabalho do marceneiro. O material pode, em linhas gerais, ser curvado quando submetido a aquecimento em processo específico, o que torna seu uso em bordas arredondadas de bancadas de pias de banheiro e cozinhas e outros topos de móveis, uma solução usual. Com isso, profissionais detalham sobre as vantagens dos revestimentos laminados no setor.
A gerente de marketing e especificação técnica da Formica, Eunice Monteiro, avalia que existe hoje um resgate deste material, justamente devido à questão do dever maior de apresentar produtos inovadores e com design único.
“O produto valoriza os topos dos móveis em tampos, portas e frentes de gavetas, além de proteger contra a umidade nas bordas dos substratos utilizados, tais como MDF, MDP ou compensado. A quebra das linhas retas reproduz o conceito de móvel orgânico e resistente”, detalha.
Eunice complementa que o crescimento do móvel avulso como tendência, não apenas nas residências, mas também em projetos corporativos, como escritórios, hotéis, bancos e hospitais, também representa oportunidades para a marcenaria com a aplicação do postforming.
Segundo ela, são cadeiras e outros produtos que facilitam a composição destes ambientes, sem a necessidade de recorrer a grandes montagens e instalações.
O gerente de produtos da Pertech, Carlos Lima, ressalta que a diferença em relação aos revestimentos laminados standard está no tipo de resina utilizada para conferir a maleabilidade, o que acaba por conferir mais sofisticação aos projetos, mais um fator de importância em momentos delicados na economia. “Assim o marceneiro consegue, de fato, um resultado superior à média da sua concorrência. É preciso aproveitar a flexibilidade da atividade para sobreviver e, ainda mais importante, lucrar”, afirma.
O CEO da Lamiecco, Alexandre Figueiró, lembra que a possibilidade de arredondar acabamentos em mobiliário garante também mais conforto para o mobiliário sob medida produzido. “O cliente pode ter em mente aquilo que quer e o profissional pode oferecer alternativas que superem as necessidades dele. Uma vez que o postforming confere aos usuários do móvel maior conforto, o profissional pode agregar valor e se diferenciar”, justifica.
Com isso em mente, as empresas estão apostando cada vez mais no mercado sob medida. Figueiró relata que a empresa trabalha com divulgação nos pontos de venda, com promotores técnicos para esclarecimento de dúvidas, além de materiais promocionais. Na Formica, segundo relata Eunice, já existe atendimento corporativo específico para marcenarias industriais e semi-industriais. “Com o retorno desses móveis ao mercado nacional e internacional começaremos a expandir o atendimento no segmento moveleiro residencial.”
Força das linhas retas dos revestimentos laminados
Com diversas opções de cores e texturas, não falta espaço no mercado para os revestimentos laminados de madeira natural. O diretor e sócio da Max Itália, Paolo Preziosa, considera que o mercado de móveis sob medida está sempre em busca de novidades, o que estimula a indústria de matérias-primas para marcenaria a sempre se reinventar.
A empresa é responsável pela comercialização das lâminas italianas Alpi no Brasil e para que seja possível comunicar as novidades ao seu público, Preziosa revela que conta com o contato direto com distribuidores exclusivos e ainda com as feiras de negócios voltadas para os fabricantes de móveis, sejam eles indústrias ou marcenarias. “Em especial, as feiras dedicadas realizadas em São Paulo são os principais encontros e oportunidades para que os marceneiros possam conhecer de perto os produtos e nós possamos ter noção das exigências dos nossos clientes”, afirma.
Com o atendimento de indústrias de móveis de alto padrão e marcenarias, o gerente comercial da Macopá, Luís Gregório Santos, concorda. “Nossos clientes atendem a públicos de altíssimo padrão, alguns até mesmo no segmento dos móveis com design assinado. Na marcenaria, percebemos a necessidade de diferenciação e de agregar valor aos produtos com o uso dos revestimentos laminados naturais como alternativa para oferecer móveis soltos e ambientes exclusivos.”
Para chegar ao público, um contato bastante próximo com formadores de opinião como arquitetos e especificadores é uma das opções da Macopá, que está reformulando meios digitais, como o site e redes sociais. “Fazemos chegar às mãos dos especialistas e tomadores de decisão, amostras físicas dos nossos produtos e buscamos estar presentes em feiras nacionais e internacionais como iSaloni, em Milão, e a Abimad”, salienta.
O diretor da Lamiwood, Donato Menestrina, enxerga o mercado sob medida como elitizado e as lâminas faqueadas proporcionam grandes possibilidades que consumidores de mobiliário e marceneiros têm para fugir do mesmo. Ele defende que há necessidade de os profissionais enfatizarem essas questões com mais eficiência para o mercado.
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Com atuação na produção de painéis revestidos de madeira natural e os revestimentos laminados em si, a Decorbras percebe crescimento do mercado. “Hoje administramos a comercialização de cinco plantas de produção, trabalhando dois turnos, fabricando painéis e chapas de madeiras”, comenta o diretor da Rama Administração e Gestão Comercial, Marcelo Schiochet, um dos responsáveis pela venda dos produtos da empresa catarinense.
Charme em comum
Tanto o postforming quanto o laminado tradicional apresentam inúmeros padrões e cores em seu acabamento, o que permite a grande variedade de uso nos projetos de ambientes ou móveis soltos. Os profissionais destacam, no entanto, a diversidade de tons e padronagens que a madeira natural oferece.
Na Formica, Eunice Monteiro indica os seis padrões da linha Natural Wood, sendo o Black Wood, Dakar Wood, Lancaster Wood, Castle Wood, Coconut e Eternit Walnut. De acordo com a gerente de marketing e especificação técnica da indústria, são produtos postforming com profundidade e aspecto natural de madeira, com a vantagem da facilidade de aplicação.
A Lamiecco tem uma grande linha de cores, acabamentos e padrões madeirados. “Dispomos de texturas que imitam couro, linho, madeira, aço, etc., em diversos tipos. Nossos madeirados tem toque suave e alta definição de impressão, o que confere ao produto aspecto diferenciado”, destaca Alexandre Figueiró.
Em lâminas, a grande variedade faz a diferença segundo Luis Gregório Santos, da Macopá. “Não se limita a um catálogo. Ao preferir a madeira natural, o marceneiro terá no final da sua linha de produção um produto verdadeiramente único”, completa.
Ele aponta padrões de tom mais escuro, o Nogueira, Cumaru e Imbuia; tom avermelhado com o Carvalho Vermelho e Jequitibá; tom claro com o Carvalho Branco, Maple, Pinho-de-Riga, Marfim e Amapá; e o tom variado com o Freijó.
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A empresa busca lâminas importadas para suprir as necessidades de mercados exigentes. Destacam-se, de acordo com o gerente comercial, as que vêm dos Estados Unidos, como a Nogueira, o Carvalho Branco e o Carvalho Vermelho. Entre as opções nacionais, ele conta que as maiores procuras são pelo Jequitibá e Freijó. “Nesta última, a empresa desenvolveu um padrão único e exclusivo, o rústico”. Donato Menestrina, da Lamiwood, complementa que entre as tendências de uso nos projetos de mobiliário estão padrões como Carvalho e Nogueira, que são importados, além do Freijó, Pau-Ferro e Tauari.
Reportagem originalmente publicada na edição 97 da Móbile Sob Medida