O setor moveleiro e a sucessão familiar

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 | 18:04

Como um setor, tradicionalmente familiar como é o setor moveleiro, pode e deve se comportar diante de um assunto tão polêmico e atual como a sucessão familiar?

Esta é uma questão que agita o setor, especialmente nos tempos atuais em que os métodos de gestão e de monitoramento dos resultados estão cada vez mais apurados e em que as decisões precisam ser cada vez mais ágeis e isentas de emoções.

Em primeiro lugar, existe um aspecto a ser desmistificado que merece ser avaliado com a devida calma. Sucessão familiar não é, necessariamente, um mantra sagrado que garante o sucesso ou perenidade do negócio. Nem sempre uma geração nova vai ter melhores respostas e soluções do que a geração anterior. No entanto, por diversas razões (quem se lembra do exemplo da rede de lojas Disapel, que sofreu perdas sensíveis na sua gestão por conta daquele fatídico acidente aéreo, sabe do que estou falando), a necessidade de se planejar uma empresa para que, em caso excepcional, não haja desconexão na administração do negócio, tanto através do planejamento como do inusitado é uma necessidade que nenhuma empresa deveria negligenciar.

Existe o modelo de sucessão familiar propriamente dito, em que se prepara o sucessor dentro da empresa para que ele siga na gestão com os sonhos e projetos que até então, geralmente foram de sucesso e crescimento. O sucessor percorre os principais departamentos da empresa para conhecer o processo, se atualizar e quando necessário ter o domínio da atividade. Este modelo é o mais comum no setor atualmente, entre tantos exemplos bem sucedidos, a Paropas de Ubá é um deles.

Acontece, também de, em determinadas situações, se optar pela profissionalização da empresa. Nestes casos, a parte atuante da família no negócio vai para o Conselho de Administração e um profissional de mercado passa a gerir a operação. É o caso da DJ Móveis.

Pode acontecer também de o modelo ser misto. Conselhos de Administração para os sócios familiares e que o cargo de gestor seja exercido por critérios de qualificação, mesmo sendo da família. É o caso atual da Caemmun, onde a renomada instituição Dom Cabral se encarregou de avaliar no mercado, a partir de critérios de performance, o candidato ideal ao cargo e nenhum deles atingiu o nível de qualificação do Diego Munhoz, que assumiu a empresa não por ser da família, mas sim apesar de ser da família.

O mais importante, independente de qual modelo sua empresa esteja classificada, é que a gestão esteja atenta aos desafios que o mundo dos negócios atual impõe.

É preciso ser criativo, ágil, visionário e absolutamente comprometido com o negócio.

Em tempos de margens reduzidas, nossa realidade atual e cenário de futuro, não há mais espaço para estagnação, improviso ou mesmo amadorismo. Quem não entrar na nova onda vai ser engolido pelo mar de dificuldades crescentes que nos aguardam nos próximos anos.

Sua empresa está preparada para o que está por vir?

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