Brasil concentra mais de 1,3 milhão de sites de e-commerce
Perto de 3/4 dos e-commerces (76,55%) oferecem até dez produtos em seus sites
Publicado em 7 de setembro de 2020 | 08:00 |Por: Cleide de Paula
A mais recente edição pesquisa “Perfil do E-Commerce Brasileiro”, divulgada em agosto de 2020, e realizada pela parceria entre PayPal Brasil e BigDataCorp, aponta que há mais de 1,3 milhão de sites de e-commerces no País. O ritmo de crescimento é de 40,7% ao ano.
A série teve início em 2015 e a aceleração no número de sites de comércio é a maior já registrada. Reflexo direto da pandemia e da necessidade de digitalização das empresas, em especial os pequenos negócios. Se, em 2019, 26,93% dos e-commerces eram de pequeno porte e faturavam até R$ 250 mil por ano, hoje essa parcela representa quase metade das lojas on-line (48,06%).
– Grupo Zema, de Araxá (MG), é atração da Móbile Talks
O e-commerce no Brasil segue em evolução. 55,68% já adotam meios eletrônicos de pagamento, o que representa um aumento de 5,4 pontos percentuais em relação ao estudo de 2019. Da mesma forma, mais de 3/4 das lojas on-line (76,55%) se encontram em uma das 211 plataformas de e-commerce mapeadas, aumento de 2,52 pontos percentuais sobre o resultado de 2019.
Os principais destaques da sexta edição da série revelam as seguintes descobertas:
- O e-commerce já é responsável por 8,48% do total de sites na internet brasileira. Essa fatia não passava de 2,65% há cinco anos.
- 88,77% dos sites de e-commerce no Brasil recebem até 10 mil visitas mensais; no extremo oposto, 8,73% são grandes sites, com mais de meio milhão de visitas mensais. Os 2,5% restantes estão na faixa intermediária: recebem entre 10 mil e meio milhão de visitas por mês.
- Perto de 3/4 dos e-commerces (76,55%) oferecem até dez produtos em seus sites; 12,17% oferecem de 11 a 100 produtos; enquanto 11,28% apresentam mais de uma centena de produtos.
- São Paulo segue sendo o Estado que concentra a grande maioria dos e-commerces no Brasil: 58,95%. Em segundo lugar, estão o Rio de Janeiro (6,93%) e Minas Gerais (6,2%).
- Mais de três quartos (76,67%) das ofertas de produtos nos e-commerces brasileiros custam menos de R$ 100; 10,31% delas situam-se entre R$ 100,01 e R$ 500; em seguida há a faixa dos produtos acima de R$ 1 mil, com participação de 10,07%. Vale notar que a faixa de preços com a menor participação, 2,95%, é a das ofertas entre R$ 500,01 e R$ 1 mil (*).
- As mídias sociais já são adotadas por cerca de 70% (68,63%) das lojas on-line. Os valores citados são preços médios dos sites, ou seja, a média do preço de todos os produtos vendidos em uma dada loja virtual.
- O YouTube cresceu em importância no e-commerce brasileiro: entre as lojas on-line que se utilizam de mídias sociais, a rede está presente em 39,87%, aumentando a participação em 7,65 pontos percentuais em relação a 2019. A plataforma fica atrás apenas do Facebook, presente em 54,18% dos comércios eletrônicos do País. Na sequência vêm Twitter, com 30,45% de participação; Instagram, com 21,16%; e Pinterest, com 4,81%.
- Entre as soluções adotadas pelas lojas on-line, a mais popular é a das plataformas fechadas (63,41%), que vêm conquistando participação gradual e constante desde o início da série histórica. As lojas sem plataforma representam quase um quarto dos e-commerces (23,45%) e as plataformas abertas respondem por apenas 13,14% do total de e-commerces.
- A adesão ao SSL (Secure Sockets Layer), uma camada de segurança que criptografa os dados transacionados entre consumidor e loja on-line, voltou a crescer e hoje se encontra em 88,43%. Essa adesão só foi maior em 2017, quando chegou a 91,27%.
- 81,96% dos e-commerces no País já são responsivos, ou seja, já estão preparados para serem acessados em qualquer tela, inclusive a do celular. Este é mais um recorde desta edição da pesquisa.
- A estratégia de analytics caiu 6,4 pontos percentuais entre as lojas on-line este ano, para uma participação de 48,55%.
Perfil dos empreendedores
O CEO e fundador da BigData Corp, Thoran Rodrigues, destaca a participação do pequeno empreendedor no e-commerce brasileiro. “É preciso avaliar quantos e-commerces não têm sequer um único empregado: pela primeira vez este ano, esse empreendimentos são maioria, ou 52,63%. Quando o corte são as lojas on-line com até 5 empregados, o universo desses pequenos negócios abrange mais de 3/4 do total de comércios eletrônicos”,salienta.
Thiago Chueiri, diretor de Desenvolvimento de Negócios do PayPal Brasil, nota que, para serem capazes de manter um mínimo de vendas e conseguirem sobreviver, muitos negócios tiveram de migrar para a versão on-line devido à pandemia.
“Isso, claro, somado ao amadurecimento que o setor vem apresentando no decorrer dos últimos anos – haja visto o crescimento registrado em 2019, que já havia batido os 37%. Sabemos que o meio digital é o caminho natural para qualquer empresa que tenha a pretensão de se manter viva e atuante no mercado, mas a Covid acelerou muito a tomada de decisão de muitos lojistas. Como sempre, crise e oportunidade parecem caminhar juntas”, declara.
Pesquisa
A série Perfil do E-Commerce Brasileiro usa o processo de captura de dados da internet da BigData Corp., o qual prevê o processamento de mais de 10 petabytes semanalmente, extraídos de visitas a mais de 28 milhões de sites brasileiros, dos quais são obtidos informações estruturadas e seus links. Os dados apresentados foram colhidos na primeira semana de agosto de 2020.