Movergs divulga manifesto em prol do setor moveleiro

Documento clamando pela colaboração da cadeia de fornecimento conta com apoio de sete entidades moveleiras de diferentes regiões do RS

Publicado em 18 de março de 2021 | 11:35 |Por: Thiago Rodrigo

O setor moveleiro gaúcho não consegue mais segurar no preço ao varejo os sucessivos reajustes nas matérias-primas, componentes, acessórios e embalagens aplicados desde maio do ano passado. De forma construtiva, a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) lança um manifesto nesta quinta-feira, dia 18, clamando pela união de esforços dos diferentes elos cadeia para o enfrentamento desse momento crítico de retomada do setor. O intuito é encontrar um entendimento para a continuidade das atividades do setor, que sabidamente têm encontrado dificuldade de absorver os reajustes nos insumos.

O documento, assinado pela Movergs com anuência de sete entidades moveleiras gaúchas, destaca que todos os segmentos da cadeia moveleira são codependentes. “Não se trata de uma disputa comercial, pois é sabido que os aumentos e a dificuldade de abastecimento afetam a todos num efeito cascata que vem desde os insumos primários. Trata-se, portanto, de buscar um diálogo construtivo e soluções colaborativas entre os pares da cadeia de madeira e móveis”, diz o documento, enviado para entidades empresariais e governamentais como Abimóvel, Fiergs e Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur).

Está no ar a edição 305 da Móbile Fornecedores

O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de móveis do país. Conta com aproximadamente 2,8 mil indústrias moveleiras gerando 36.066 empregos diretos (Inteligência Comercial Movergs, com base nos dados do novo Caged em dezembro de 2020). O estado também é o segundo maior exportador de móveis do Brasil. As principais indústrias do estado têm reputação internacional na produção de mobiliário residencial.

Augusto Tomasi

Movergs

Rogério Francio, presidente da Movergs

O faturamento do estado em 2020 foi de R$ 8,22 bilhões, crescimento nominal de 9,1% em relação a 2019. Já a geração de empregos em 2020 foi positiva em 4,0% na comparação com o início daquele ano, encerrando dezembro com um saldo positivo de 1.340 empregos diretos em comparação ao começo do mesmo ano. Leia o manifesto na íntegra:

Manifesto da Movers em nome da cadeia moveleira

É crescente a preocupação do setor moveleiro gaúcho com o reajuste nos componentes e insumos bem como redução nas cotas de aquisição. A Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (MOVERGS), entretanto, não pretende impetrar um tom agressivo nem politizar a questão.

Não se trata de uma disputa comercial, pois é sabido que os aumentos e a dificuldade de abastecimento afetam a todos num efeito cascata que vem desde os insumos primários. Trata-se, portanto, de buscar um diálogo construtivo e soluções colaborativas entre os pares da cadeia de madeira e móveis.

Dito isso, a indústria gaúcha de móveis esclarece que já não tem capacidade de absorver o aumento nos custos de produção. Embora os dados mais recentes de desempenho mostrem um faturamento nominal crescente em 2020 (+ 9,1% no RS), a realidade dista desses parâmetros, justamente em virtude da elevação nos custos de produção. No momento, a indústria enfrenta faturamento real negativo, margens deprimidas, falta de matérias-primas, baixos estoques e consequente incapacidade de atender a demanda do consumidor.

Ressalta-se, ainda, o forte aumento nos índices de preços no acumulado dos últimos 12 meses: mais de 40% no IPA- DI e IPA-M (FGV) e quase 30% no IGP-M (FGV). Esse ritmo de aumento nos preços está penalizando a cadeia moveleira de forma muito severa, podendo inviabilizar muitas operações e prejudicando o setor como um todo.

Dessa forma e entendendo que todos os segmentos da cadeia moveleira são codependentes, a MOVERGS formaliza seu manifesto no intuito de clamar pela união de esforços para o enfrentamento desse momento crítico de retomada do setor. Também pedimos que aos setores de base compreendam o impacto em cascata dos reajustes deliberados sobre os fornecedores da indústria e a própria indústria moveleira.

Ademais, conclamamos a Abimóvel para um esforço político no sentido de isentar os impostos de importação sobre chapas, que hoje incidem em 10%. Uma medida nesse sentido, embora não surta grande impacto nas perdas que a indústria moveleira vem enfrentando, ao menos demonstraria a inclinação política em estimular a produção industrial do nosso país, nesse momento tão crucial.

Assina este manifesto a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), com apoio de

Sicom Lagoa Vermelha
Sindimadeira-RS
Sindmarc-RS
Sindmobil Região das Hortênsias
Sindmóveis Bento Gonçalves
Sinduscom Erechim
Sinduscom Nordeste-RS
Sinduscom Passo Fundo e Região

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