Varejo de móveis e eletrodomésticos tem queda de 3,5% em setembro
Em comparação com o mesmo mês de 2020, a queda foi de 22,6% a maior do varejo, enquanto a receita nominal no mesmo período foi de -13,4%
Publicado em 11 de novembro de 2021 | 12:47 |Por: Thiago Rodrigo
O varejo de móveis e eletrodomésticos caiu 13,5% em setembro comparado a agosto de 2021. Em relação a agosto de 2020, o varejo de móveis e eletrodomésticos recuou 22,6%, maior que os 19,8% averiguados em agosto comparado a julho deste ano.
A queda de 22,6% no volume de vendas ante setembro de 2020 é quarta taxa negativa depois de quatro meses no campo positivo. Com isso, a atividade exerceu a maior contribuição na composição absoluta da taxa interanual, somando -2,7 p.p. ao total de -5,5% do comércio varejista.
Em relação ao ano, o setor acumula, de janeiro a setembro, -0,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, primeira taxa no campo negativo no segundo semestre de 2021. O indicador acumulado nos últimos doze meses apresentou taxa positiva de 3,1%, abaixo do acumulado até agosto (7,7%).
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE. Os dados de volume de vendas não mostram o segmento de móveis separado de eletrodomésticos na comparação com o mês anterior.
Na receita nominal de vendas do comércio varejista e comércio varejista ampliado, o varejo de móveis e eletrodomésticos teve queda de 3,6% em setembro em relação a agosto. Em relação ao mesmo mês de 2020, a receita nominal de móveis (somente) teve variação negativa de 7,1% (enquanto eletrodomésticos teve variação de -14,8%). O acumulado do ano na receita nominal de móveis é de 10,4%.
Atividades no Volume de vendas no varejo | MÊS/MÊS ANTERIOR (1) | MÊS/IGUAL MÊS DO ANO ANTERIOR | ACUMULADO | |||||
Taxa de Variação (%) | Taxa de Variação (%) | Taxa de Variação (%) | ||||||
JUL | AGO | SET | JUL | AGO | SET | NO ANO | 12 MESES | |
COMÉRCIO VAREJISTA | 3,1 | -4,3 | -1,3 | 5,7 | -4,1 | -5,5 | 3,8 | 3,9 |
4 – Móveis e eletrodomésticos | -2,2 | -2,9 | -3,5 | -12,0 | -19,8 | -22,6 | -0,9 | 3,1 |
4.1 – Móveis | – | – | – | -6,3 | -13,8 | -17,5 | 4,6 | 8,7 |
4.2 – Eletrodomésticos | – | – | – | -14,8 | -22,7 | -24,0 | -3,1 | 0,9 |
Varejo geral
O volume de vendas do comércio varejista no país recuou 1,3% em setembro, na comparação com o mês anterior, segunda queda consecutiva, após a maior alta do ano em julho, quando cresceu 3,1%. No ano, o varejo acumula crescimento de 3,8% e nos últimos 12 meses, alta de 3,9%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (11) pelo IBGE.
“Esse segundo mês de queda vem com intensidade razoável, mas em menor amplitude que agosto (-4,3%). Depois da grande queda de abril do ano passado, início da pandemia, veio uma recuperação muito rápida que levou ao patamar recorde de outubro e novembro de 2020. Depois tivemos um primeiro rebatimento com uma nova queda forte em dezembro e dois meses variando muito próximo do mesmo nível pré-pandemia, até março, mês a partir do qual houve nova trajetória de recuperação. Desde fevereiro de 2020, o setor vive muita volatilidade”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
– Móbile Talks do mês é com Marcelo Cennachi
Ele explica que a volatilidade tem fatores distintos para cada um dos picos. Desde fevereiro de 2020, foram três picos negativos (abril de 2020, março de 2021, e setembro de 2021) e pelo menos dois picos de altas (outubro e novembro de 2020 e julho de 2021).
“Neste último, de setembro de 2021, o fator determinante é a inflação. Isso fica claro quando comparamos a queda de 1,3% no volume e a variação de -0,2% na receita, estável. O componente que joga o volume para baixo é a inflação. As mercadorias subiram de preço. Em combustíveis e lubrificantes, por exemplo, a receita foi -0,1%, totalmente estável, e o volume caiu 2,6%. O mesmo vale para Hiper e supermercados, que passa de 0,1% de receita para -1,5% em volume. Mas o mesmo fator não se aplica a Tecidos, vestuário e calçados que caiu tanto em volume, (-1,1%), quanto na receita com queda ainda maior, sinalizando deflação gerada pela redução da demanda”, explica Santos.
Ele observa que enquanto as quedas de dezembro 2020 e janeiro 2021 deveram-se ao fim do auxílio emergencial; a recuperação a partir de março é explicada pela flexibilização das medidas de distanciamento social, com a maior abertura do comércio.