Oportunidades para exportações de móveis para o Reino Unido
Abimóvel, por meio do Brazilian Furniture, divulga Estudo de Oportunidades para Empresas Brasileiras de Móveis com Potencial e Exportadoras
Publicado em 3 de outubro de 2022 | 05:35 |Por: Thiago Rodrigo
Ocorreu entre os dias 25 de agosto e 07 de setembro de 2022, a Casa Brasil Londres – Think Big, Think Brazil. Organizada no bairro de Covent Garden, uma das mais criativas, pulsantes e visitadas regiões da capital inglesa, a mostra foi realizada pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e entidades setoriais parceiras, como a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) por meio da Embaixada do Brasil em Londres.
Visando fortalecer a imagem do Brasil como uma liderança na produção de alimentos e garantidor da segurança alimentar global, por meio de práticas sustentáveis, além de uma nação inovadora e criativa, com uma indústria dinâmica e em acordo com as mais avançadas práticas de governança, a Casa Brasil Londres contou com mais de 80 ativações durante as duas semanas de realização.
Entre os destaques da mostra estava a exposição de mais de 32 peças de mobiliário de marcas participantes do Projeto Setorial Brazilian Furniture, realizado pela Abimóvel em parceria com a ApexBrasil, com vista à internacionalização e ao incremento às exportações de móveis para o Reino Unido.
Panorama do Reino Unido
O Reino Unido é a quinta maior economia do mundo, além de apresentar-se como a 13ª mais complexa, segundo o Índice de Complexidade Econômica (ICE), o qual utiliza a pauta exportadora de um país para medir a sofisticação tecnológica da sua produção.
Geograficamente, o Reino Unido é composto por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Em algumas situações, contudo, é tratado como um país único, tendo a cidade de Londres como sua capital.
A indústria de móveis britânica possui uma participação substancial na economia do país e é também o quarto maior produtor da Europa, ocupando a 11ª posição como produtor mundial.
– Fornecedores colaboram para móvel sustentável
Segundo informações da recém-lançada edição do “Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras – Edição Reino Unido”, desenvolvido pelo Iemi – Inteligência de Mercado com exclusividade para os associados do Projeto Brazilian Furniture, ao observar-se os dados de consumo aparente de móveis da região, no entanto, se faz possível dizer que o país conta com uma elevada abertura comercial no setor moveleiro, visto que 62,2% do consumo interno foi suprido pelo produto estrangeiro entre 2017 e 2021.
Isso porque, entre outras questões, uma parcela relevante da produção britânica de móveis e colchões é orientada para o mercado externo. No ano passado, 20,9% da produção no setor foi exportada. Quando falamos em importação, no ano de 2021, o Reino Unido importou cerca de 2 milhões de toneladas em móveis prontos e colchões. Este montante reflete um aumento de 16,6% em comparação com o ano anterior.
Exportação de móveis para o Reino Unido
Em termos de evolução, observou-se que boa parte das linhas de produtos apresentaram crescimento no período. As de maior destaque foram: assentos giratórios (+72,9%), colchões (+56,7%) e outros móveis de metal (+30,9%).
Dessa forma e com base em outros indicadores, pode-se informar que o Reino Unido é um mercado atraente para as grandes e médias empresas que se interessam em atuar no país. Em especial aquelas que sejam detentoras de mais experiência, principalmente por ser um mercado com grande enfrentamento concorrencial.
Destaque, contudo, para a indústria de móveis brasileira, que tem na região, um dos principais mercados importadores de móveis, figurando atualmente na quarta posição do ranking de destinos das exportações no setor.
Mercado de móveis no Reino Unido
A população britânica possui um alto e diversificado nível de consumo de massa. Além disso, a maior parte dos seus cidadãos consomem uma grande quantidade de bens e serviços que vão além da mera satisfação com as necessidades básicas, com o consumo ecológico responsável crescendo no país.
Dessa forma, o setor moveleiro local vem se preocupando cada vez mais com a utilização de materiais reciclados e matérias-primas naturais sustentáveis, como madeira, revestimentos, couros e outros materiais amplamente disponíveis no Brasil. Fatores que, além do quesito design integrado à indústria, contribuem para o posicionamento dos exportadores brasileiros neste mercado-alvo.
O preço também se apresentou como um fator decisivo para 59% dos consumidores britânicos, o que faz com que a prática de comparação seja um hábito generalizado entre os consumidores. Dentre os principais fornecedores de móveis e colchões para o Reino Unido, o Brasil empregou o segundo menor preço médio.
Em 2021, o Brasil exportou 32,4 mil toneladas de móveis e colchões para o Reino Unido. Cenário que resultou em alta de 15,9%, frente ao ano anterior. Móveis de madeira para dormitório, produto que detém parcela relevante na pauta brasileira, registrou um aumento de 10,2%. Enquanto outros móveis de madeira, segundo produto mais relevante da pauta, registraram queda de 20,8%.
Em face das análises realizadas fica claro, portanto, que a maior parte dos produtos do segmento de móveis e colchões brasileiros têm potencial de crescimento no mercado britânico.
“Conclui-se que o Brasil conta com um potencial adicional de crescimento a longo prazo no mercado britânico, podendo atingir um patamar de US$ 85,5 milhões, isto é, um crescimento de 26,2% nas exportações para o Reino Unido, com a condicionante de manutenção das ações em andamento, especialmente as que visam a ampliação do mix de oferta, incorporando produtos de maior valor agregado e com design próprio em algumas categorias”, ressalta o estudo.
Atualmente, o Reino Unido é o quarto maior investidor no território brasileiro. Além disso, o país considera o Brasil uma base estratégica com a qual deseja ampliar e aprofundar suas relações bilaterais.
Após o Brexit, o Reino Unido está em campanha para estabelecer novos acordos comerciais que substituam os antigos parceiros europeus, e nesta movimentação o Brasil ocupa uma posição preferencial. Além disso, o Brasil possui o apoio do Reino Unido para a entrada na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).