ESG na indústria moveleira: Killing
Em mais um case de ESG na indústria moveleira, o consultor de novos negócios da Killing, Felipe Killing Schemes, compartilha tudo sobre o assunto
Publicado em 28 de dezembro de 2022 | 09:00 |Por: Thiago Rodrigo
Entre 19 e 30 de dezembro, apresentamos entrevistas especiais sobre a aplicação do conceito de ESG na indústria moveleira. Serão seis fornecedores, Biesse, Dexco, Farben, Henkel, Killing e Sayerlack, que contam como incorporaram os conceitos de ESG, a colaboração que gerou para a empresa, sociedade, meio ambiente e clientes, entre outros.
Portal eMóbile | Quando a empresa incorporou o ESG em seu negócio e como foi essa introdução, simples, difícil, com muitos investimentos, transformações?
Felipe Killing Schemes | É difícil precisar quando a empresa incorporou o ESG, pois essa sigla veio recentemente ao mercado e ao nosso vocabulário. Porém, a Killing já trabalha com esse conceito desde sua fundação. Mas, claro, sempre temos que melhorar novos indicadores, novos métodos e outros pontos a serem trabalhados. Começamos a ter uma governança maior, uma gestão unificada sobre isso em 2018.
eMóbile | Como colaborou para a empresa gerar menos danos ao meio ambiente, mais fruto à sociedade e ter uma governança exemplar junto aos clientes?
Schemes | Primeiramente, no caso da indústria química, resíduo é custo, é matéria-prima que compramos e não utilizamos em nossos produtos. Esse é um grande ganho, intrínseco ao modelo de negócio, ter eficiência na geração de resíduos é questão de sobrevivência no nosso mercado.
A governança praticada desde os primórdios até hoje, junto aos nossos clientes, comprova os nossos 60 anos de atuação no mercado. Se não tivéssemos isso, não teríamos 60 anos de história. E, no ano 2000, a Killing começou o processo de governança coorporativa, com a criação de uma holding, e um conselho de administração com profissionais externos. Ao longo desse tempo, o conselho foi se envolvendo nessas questões ambientais e de conceito ESG, considerados muito importante para a empresa.
eMóbile | Quais novas práticas foram realizadas pela empresa podem servir de exemplos em cada um dos três pilares?
Schemes | Na verdade, trabalhamos sempre com quatro pilares, a governança é um deles. A existência do conselho de administração é o principal dessa prática, que atua sobre a empresa e a diretoria. Na questão econômica, a empresa tem uma política muito rígida quanto a endividamento e gestão de riscos, é uma empresa muito sólida financeiramente para perdurar por muito tempo.
Tivemos resultados positivos por muitos anos consecutivos e isso também é um ponto muito importante. Na questão social, a pintura de museus e escolas e a promoção do meio-frango, que é uma ação que arrecadou R$ 300 mil e apoiou instituições e ONGs, enquadradas na estratégia social da empresa.
Na questão ambiental, a questão da gestão de resíduos integrada, em que tratamos o resíduo como se fosse um exame de um paciente, em que identificamos as ineficiências da empresa, para atuar não só na destinação do resíduo, mas na causa da geração dele. Dessa forma, minimiza a geração de resíduos e causa menor impacto ambiental possível. Temos a questão também de que levamos soluções aos clientes, trabalhamos muito forte com produtos à base hot melt ou base água, que não tem solvente, e que geram impacto ambiental bem menor lá na ponta.
eMóbile | Quais impactos positivos do negócio foram potencializados a partir do ESG? Quais impactos negativos foram minimizados?
Schemes | A questão de colocar na ponta do lápis e montar uma estratégia social para a empresa, onde ela causa mais impacto, incluindo a parte ambiental, acaba concentrando os recursos onde eles vão ter um maior retorno tanto ambiental, quanto social.
Isso nos ajudou a gerar mais impacto com o mesmo recurso e achar ganhos de ineficiência dentro da empresa, de processos produtivos que consumiam mais energia, ou de produtos que causavam maior impacto ambiental, que conseguimos fazer escolhas e tomar decisões para ter mais retorno e menos impacto.
eMóbile | Quais sugestões que a empresa dá para indústrias de móveis e fornecedores do setor antes de implementarem as práticas ESG?
Schemes | Acredito que a indústria de móveis, como um todo, poderia, realmente, ir atrás do que causa maior impacto. No caso da madeira, a questão do selo FSC, de origem renovável, será que essa madeira, mesmo sendo de origem renovável, será que está vindo de áreas certificadas com o selo. A questão também da gestão de fornecedores e empresas, será que eles realmente estão engajados no conceito ESG?
Não adianta a empresa olhar para isso sozinho, ela tem que olhar para a cadeia de terceiros e de fornecedores. Então, buscar empresas que tenham certificações internacionalmente reconhecidas, que tenha parâmetros e governança para provar esses indicadores para o cliente. Essa transparência que é importante. E também outra questão é o descarte de móveis, devemos olhar para produtos que durem mais tempo, para evitar o retrabalho.
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