Células robóticas: uma nova opção na indústria moveleira

Para permanecer competitiva no mercado toda empresa deve se manter atualizada, acompanhando os recursos e tecnologias desenvolvidas ano a ano e que trazem mais eficiência, praticidade e produtividade. Ainda pouco conhecidas nas indústrias de móveis e outros produtos provenientes da madeira, as células robóticas representam uma ótima opção, principalmente para produtos que possuem usinagens de grande complexibilidade, como peças de design, esculturas, pés de mesa e cadeira, entre outros.

As células robóticas são uma herança da indústria automotiva, atualmente estão se popularizando e fazendo parte de outros setores. O seu principal elemento é o braço robótico, que consiste em um braço mecânico com 6 ou 7 eixos de trabalho simultâneos. Deste modo, tem seus movimentos similares aos de um braço humano. Semelhante aos centros de usinagem, a sua programação é feita com o auxílio de softwares, no qual a tarefa é simulada e traduzida para a linguagem de programação específica do robô.

Para empresas do setor moveleiro ou de outros produtos derivados da madeira, existem duas aplicações principais, a manipulação e a transformação de materiais. Na primeira, geralmente a célula robótica possui ventosas que, além de realizar várias operações relacionadas ao transporte, também possibilitam a colocação e remoção das peças nos maquinários. Na segunda, o robô possui um spindle em sua ponta, onde podem ser inseridas ferramentas específicas para usinagem e para operações de acabamento.

Como possuem 6 ou mais eixos de trabalho e por serem montadas de acordo com a necessidade de cada empresa ou produto, para o caso da transformação da matéria-prima, as células robóticas se destacam pela infinidade de artigos que são capazes de produzir. Por exemplo, quando equipadas com uma mesa de trabalho rotativa, permitem a usinagem de esculturas e peças de design de extrema complexidade. Além disso, também podem ser instaladas sobre trilhos onde o robô pode se movimentar conforme a programação. Deste modo, o alcance é amplificado para a produção de componentes com mais de 6 metros de comprimento, como no caso de casas pré-moldadas.

Existem pontos positivos e negativos quando comparadas com um CNC 5 eixos. A produtividade é bastante semelhante, sendo que a célula robótica pode conter troca rápida de ferramentas ou até um cabeçote com o uso simultâneo de 4 ferramentas. Apesar disso, os movimentos livres são um pouco mais lentos, o que torna o CNC 5 eixos um pouco mais produtivo em itens seriados. No entanto, principalmente por possuir um maior alcance, facilita a produção ou adaptação de gabaritos e sistemas de fixação, auxiliando a produção de peças únicas ou de baixa demanda.

Células robóticas ocupam um espaço físico muito pequeno quando comparado com seu alcance, por isso, se você possui pouco espaço em seu pavilhão, elas podem ser uma ótima opção. Por outro lado, dependendo da posição em que o braço robótico realiza determinado trabalho, ele pode gerar uma imprecisão de 0,1 a 0,2 mm. Então, se os seus produtos exigem uma tolerância menor que esta, o CNC 5 eixos irá lhe atender melhor. Um último fator a ser comparado é o custo de aquisição. É claro que existem inúmeros modelos, tanto de CNC’s quanto de células robóticas, mas em geral, em modelos com recursos e produtividade semelhantes, a célula robótica possui um custo em média 20% inferior.

A usinagem de peças complexas até pouco tempo atrás era exclusiva dos CNC’s 5 eixos, hoje o mercado já oferece uma nova opção. Quando empregadas na movimentação de materiais, as células robóticas podem elevar a empresa a um novo nível de automação, afinal, não é à toa que são praticamente um símbolo da Indústria 4.0. Na hora de planejar os investimentos, ampliações e melhorias, lembre-se de levar esta alternativa em consideração.

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