Setor de colchões impulsionado

Dados, inovações, tecnologias e tendências do setor colchoeiro, que só cresce em tecnologias de produtos que garantem melhor noite de sono e desenvolvimento de inovações do chão de fábrica para melhor desempenho industrial

Publicado em 18 de dezembro de 2023 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo

Reportagem publicada originalmente na Móbile Fornecedores 321, em setembro de 2022, dados referente à época

O mercado mundial de colchões girou a quantia de US$ 35 bilhões em 2021. Trata-se de um setor em crescimento ao avaliar os últimos dez anos, de acordo com o CSIL – Centre for Industrial Studies. Os motivos para o crescimento no consumo mundial de colchões, incluem o aumento contínuo dos gastos e a evolução dos hábitos de consumo dos países emergentes, dando mais importância à qualidade do sono; e o bom desempenho das economias avançadas, que registraram crescimento moderado.

Segundo projeção da IBISWorld, fornecedora de pesquisas para indústrias, a crescente conscientização à qualidade do sono, evidenciada durante a pandemia de Covid-19, fez com que a indústria de colchões crescesse e continue crescendo, sem sinais de desaceleração. Indicadores deles apontam que a indústria global de colchões está projetada para crescer mais US$ 13 bilhões nos próximos cinco anos. Insights do estudo indicam que os compradores farão gradualmente mais compras online, mas sem tornar as lojas físicas obsoletas.

Atualmente, a indústria de colchões vive uma enxurrada de informações e preocupações com questões da cadeia de suprimentos, preços, incertezas comerciais, canal de e-commerce, bed-in-a-box, sustentabilidade, circularidade, logística reserva e, claro, Inmetro. No Brasil, isso é a preocupação de 486 unidades produtivas, segundo o Iemi – Inteligência de Mercado, empresas que empregam quase 29 mil pessoas, diretas e indiretas.

Leia a Móbile Fornecedores 321

O diagnóstico do mercado é de que as grandes vendas de 2020 e 2021, pararam – em 2021, a produção de colchões e camas-box alcançou o volume de 38 milhões de peças, após produzir 35,7 milhões de peças em 2020. Em 2022, o que se percebe é que muitos consumidores adiantaram a compra do produto no ano anterior. “Tem acontecido não só no Brasil, como no mundo todo. No caso do Brasil, temos o agravante que é a recessão de cenário econômico de muita incerteza e empobrecimento muito grande da população. Isso ajuda a diminuir a venda de colchões”, pontua o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol), Rogério Soares Coelho.

Por outro lado, ao menos é positivo ver que o consumidor brasileiro está dando maior importância à qualidade do sono é algo que cada vez mais as pessoas dão valor. Se durante a pandemia as pessoas passaram a se preocupar mais com sua casa, o local de dormir não passou desapercebido. “A pandemia alertou aos brasileiros quanto ao empobrecimento do sono deles. Ficar muito em casa chamou a atenção para isso que as pessoas estão dormindo muito pior e, consequentemente, o colchão é uma parte importante desse processo”, destaca o presidente.

Das 38 milhões de peças produzidas, 37,8% foram consumidas internamente, dos quais apenas 0,16% foram importadas (US$ 2,7 milhões). O principal canal são lojas próprias ou franqueadas – sendo que o e-commerce registrou o maior crescimento em 2021, com alta de 22% no volume de peças. A região Sudeste concentra 42,8% da produção, sendo que a mesma região e o estado de São Paulo são o principal local de consumo. Também foram investidos R$ 57 milhões pelas empresas e em exportações, a indústria brasileira de colchões alcançou US$ 21,4 bilhões em 2021.

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Nos últimos dois anos, as matérias-primas subiram tanto em 2020 e 2021, que afetou todo o setor de forma que foi preciso praticamente dobrar o preço do colchão. “Felizmente em 2022, os custos de matérias-primas estão estabilizados, com algumas variações. Temos algumas complicações como o custo do frete, o óleo diesel subiu muito, então a gente acredita que as matérias-primas tendem a ficar nos atuais patamares, com algumas variações, mas nada tão absurdo como foi em 2020 e 2021”, analisa Coelho.

Agora, o último caso foi a possibilidade de antidumping de importações brasileiras de fios texturizados de poliéster, originárias de China e Índia. A Abicol viu com muita preocupação isso, mas a medida foi suspensa. “O antidumping iria gerar uma inflação muito alta, principalmente nos produtos mais simples, sem nenhuma necessidade”, diz Coelho. De acordo com ele, os fabricantes de fio de poliéster da indústria nacional representam 25%. “Ou seja, não está se protegendo a indústria nacional, porque ela não produz por sua totalidade. A entrada dessa tarifa seria extremamente danosa para a indústria e para o consumidor. Apesar de achar que iam aumentar a receita e proteger a indústria nacional, a médio, longo prazo, seria exatamente o contrário”, considera.

Tendências no setor

Sustentabilidade, economia circular, logística reversa, todos são conceitos cada vez mais abordados na sociedade atual. Fazem parte um do outro, complementam-se, mas o que importa é que são assuntos tendências na indústria de colchões. “Nós sabemos que, cedo ou tarde, a economia circular no setor colchoeiro vai entrar de forma mais forte, veremos se em cinco ou dez anos”, frisa o presidente da Abicol.

A logística reversa para colchões já foi assunto dos eventos da Abicol para a indústria colchoeira. “Ela veio para ficar em todos os setores, isso está claro. No colchão vai tratar especialmente das espumas. Quando a gente fala de espumas, temos grupos de trabalho bastante atuantes e já estamos nos preparando no sentido de legislação – analisar e ver como se daria essa legislação, e principalmente como vamos aplicar”, diz o presidente. Afinal, a economia circular não envolve apenas o fabricante, mas também lojista e o consumidor. É algo que tem que ter a participação de todos.

Em meio a isso há a mudança de perfil do consumidor. A diretora da Rondomóveis, Maria Eduarda, enxerga que está mudando, pois com a digitalização acelerada e mais informações o cliente está mais exigente. “Cabe a nós fabricantes investir em tecnologia, fazer estudos de mercado e desenvolver produtos que satisfaçam as necessidades desse consumidor”, afirma.

Desse modo, algo que vem acontecendo nos últimos anos é a aproximação das fabricantes com o consumidor final nas mídias sociais, o DTC – Direct to Consumer. “Ou seja, a indústria vendendo direto ao consumidor. Muito mais do criar canal direto de venda de produtos e serviços aos consumidores finais, trata-se de uma profunda mudança estrutural e estratégica, que abre portas para expansão de atividade levando empresas e negócios a um patamar competitivo muito mais elevado”, considera.

Certificação
Um foco de atuação da Abicol atualmente pela atualização constante é a certificação compulsória de colchões frente ao Inmetro. “Houve um decréscimo da fiscalização de colchões com o selo do órgão e, com isso, o aparecimento de colchões completamente irregulares. “Isso não acontecia de uma forma tão violenta depois da certificação compulsória. Felizmente, existe o observatório do colchão que está atento e fazendo seu trabalho de verificar e alertar o consumidor sobre quais os produtos, quais os produtores são éticos. Desse modo, o observatório do colchão tem feito um bom trabalho, sendo possível ter resultados melhores com colchões certificados no mercado”, diz Rogério Soares Coelho. Junto a isso, há também o Selo de Segurança Abicol, do qual a associação procura fortalecer. Sendo uma entidade que congrega cerca de 75% a 80% do mercado nacional de colchões, preocupada com todos os parâmetros que envolve a construção do colchão: a qualidade do produto, quem está construindo, o respeito ao meio ambiente, as boas práticas. “O Selo Abicol vem dar segurança ao consumidor, principalmente ao consumidor consciente, que aquele produto atende as normas e essa empresa procura atender cada vez mais – talvez de uma forma não direta de ESG, que hoje a gente sabe que é um conceito muito presente”, diz Coelho.

Setor de colchões na vanguarda

Em meio a todo esse cenário do setor colchoeiro brasileiro, há empresas que se destacam no mercado de colchões brasileiro. Em 2021, as grandes empresas foram responsáveis por 58,3% da produção nacional de colchões. Entre essas grandes empresas estão Castor Colchões e Gazin Colchões, empresas constantemente lembradas na avaliação de lembrança de marcas do varejo brasileiro do Prêmio Top Móbile, realizado todos os anos desde 2006. Para a Gazin Colchões, os motivos para alcançar o sucesso é “sempre fazer o melhor para todos”.

“Esse é o lema primordial do Grupo Gazin e norteia toda a sua atuação no mercado. Nas indústrias do grupo isso fica ainda mais evidente. A preocupação com a satisfação total dos clientes, seja de lojistas ou consumidores finais é diária. Por isso a empresa investe na melhoria constante dos processos produtivos, matérias-primas de primeira qualidade e tecnologia de ponta, além de desenvolver produtos com design diferenciado e voltados para atender tendências de mercado e as necessidades e desejos de nossos clientes”, conta Paulo Henrique de Souza, supervisor de marketing da Gazin Colchões.

As empresas confiam em seus processos produtivos para obter alta qualidade nos produtos, alta produtividade na fabricação e outros diferenciais na produção de colchões. Na Gazin, a preocupação com qualidade e produtividade começa muito antes, com a seleção de matérias-primas, tecnologia e um processo produtivo em constante revisão e melhoria. A intenção é fabricar produtos com qualidade sem igual de forma ágil, garantindo o atendimento da demanda dos pedidos dos clientes.

“Da fabricação a entrega, estamos sempre monitorando o processo por meio do nosso programa de controle de qualidade e pós-venda. Outro ponto importantíssimo é a parceria que mantemos com nossos fornecedores, minimizando a falta de matérias-primas. Acreditamos fortemente que esse é um cuidado obrigatório que garante a lembrança de nossa marca na mente dos clientes. O prêmio Top Móbile comprova”, diz Souza.

A Castor tem seu chão de fábrica com muita organização e planejamento nos processos. Também possui um completo centro laboratorial para realizações de testes que avaliam os produtos fabricados. “É um laboratório exclusivo de última geração e profissionais qualificados. Os colchões são produzidos com 100% espuma e/ou molas, com o maior número de molas por m2 (autêntica marca Pocket®), alinhado com tecnologia e qualidade para assegurar mais garantia aos colchões”, diz Helio Antonio Silva, CEO da Castor.

Com 60 anos de tradição, a marca utiliza matérias-primas e tecnologias dentro de que há de melhor no mercado. “Os frequentes estudos na área do sono fazem com que aliado a tecnologia e inovação nos destacamos como diferencial em colchão no mercado brasileiro. Sempre acompanhando as tendências mundiais, buscamos entregar aos nossos clientes não só um colchão, mas sim produto que ofereça um sono reparador aliado ao bem-estar”, acrescenta o CEO.

Isso feito, é importante trabalhar para que o produto seja desejado pelo consumidor, que procura por durabilidade, garantia de qualidade e conforto. “Prezamos pela qualidade e durabilidade de nossos produtos com o maior número de molas por m2 e tecnologia suíça. Nos posicionamos muito no nosso diferencial que é a qualidade e procuramos por meio das revendas exclusiva e/ou multimarcas de maneira cada vez mais profissional no sentido de atender nossa clientela e manter ou aumentar ainda mais nossa satisfação junto aos clientes”, considera Silva.

Já a Gazin pesquisa e monitora o mercado nacional e internacional para determinar quais são os desejos e necessidades dos clientes. “Inclusive temos antecipado algumas tendências, desenvolvendo produtos de extrema qualidade, com certificação dos órgãos competentes, design diferenciado e inovações tecnológicas. Outro fator relevante é o compromisso das indústrias Gazin com prazos de entrega para os clientes, o que gera um ambiente de credibilidade e confiança”, afirma o supervisor de marketing.

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