Confiança recua em fevereiro, diz FGV IBRE
Entretanto, índices do FGV IBRE mostram uma diminuição do pessimismo nas avaliações sobre o momento atual indica um cenário levemente mais otimista
Publicado em 26 de março de 2024 | 08:37 |Por: Júlia Magalhães
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), monitorado pela Fundação Getúlio Vargas Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), continua sua trajetória de declínio que começou em setembro, atingindo o patamar mais baixo desde maio do ano anterior. Apesar de uma conjuntura aparentemente positiva, caracterizada por um mercado de trabalho favorável e uma inflação controlada, o alto nível de endividamento das famílias ainda restringe sua capacidade de consumo, sobretudo em relação a compras de maior valor.
Em contrapartida, o Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) apresentou queda em fevereiro, solidificando-se em um patamar considerado favorável. Essa redução reflete a continuidade de um cenário econômico doméstico relativamente estável, com melhorias no mercado de trabalho e inflação controlada. Nos próximos meses, o indicador pode continuar a flutuar dentro de uma faixa positiva, dependendo de variáveis como tensões geopolíticas internacionais e os resultados das contas públicas do País.
Confiança empresarial recusa após nove meses
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da FGV IBRE diminuiu 0,7 ponto em fevereiro, atingindo 94,0 pontos, evidenciando o primeiro declínio após nove meses de crescimento contínuo.
Este recuo reflete uma expectativa de desaceleração nos segmentos cíclicos da economia, particularmente evidente nos setores de Comércio e Serviços, onde as previsões para a demanda nos próximos três meses se tornaram menos otimistas.
Apesar dessa tendência geral, o setor da Indústria manteve suas expectativas estáveis, enquanto a Construção viu uma melhoria, indicando resiliência e otimismo para o futuro. Além disso, o indicador de intenção de contratações na Indústria registrou uma alta, contrapondo-se à queda no otimismo empresarial sobre o ambiente de negócios nos próximos seis meses.
Confiança do comércio desacelera
Após três meses de aumentos consecutivos, no segundo mês do ano o Índice de Confiança do Comércio (ICOM), também monitorado pela FGV IBRE, registrou um decréscimo de 1,0 ponto, fixando-se em 89,5 pontos. No entanto, na análise das médias móveis trimestrais, o índice continuou sua trajetória ascendente pelo terceiro mês, apresentando um incremento de 0,4 ponto e alcançando 89,8 pontos.
A economista do FGV IBRE, Geórgia Veloso, comenta que a confiança do comércio sofreu uma queda em fevereiro, afetada principalmente pela revisão das expectativas para os meses seguintes, que se mostraram negativas em cinco dos seis principais segmentos. Entretanto, a diminuição do pessimismo nas avaliações sobre o momento atual indica um cenário levemente mais otimista, evidenciado pelos resultados favoráveis em termos de volume de demanda atual.
“Para assegurar a continuidade da recuperação indicada pelo ISA-COM nos próximos meses, é fundamental a manutenção do progresso no mercado de trabalho e a redução do endividamento das famílias, fatores estes que influenciam diretamente o consumo e que ainda instigam incertezas, impactando as expectativas.”
Contrastando com a queda geral no índice de confiança, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) apresentou um avanço significativo de 3,4 pontos, chegando a 93,3 pontos. Este aumento foi impulsionado pela melhora no indicador que mensura o volume de demanda atual, que subiu 6,3 pontos para 95,0 pontos, marcando o maior nível desde outubro de 2022, quando atingiu 97,8 pontos. As percepções sobre a situação atual dos negócios mostraram-se relativamente estáveis, com uma variação positiva de 0,4 ponto, para 91,7 pontos.
Varejo moveleiro
No contexto atual, o varejo moveleiro enfrenta desafios significativos devido ao declínio na confiança do consumidor e ao alto endividamento das famílias, que limitam as compras de maior valor, como móveis. Contudo, a redução na incerteza econômica e melhorias no mercado de trabalho apresentam uma janela de oportunidade.
As empresas do setor podem aproveitar esse cenário ao oferecer condições de pagamento flexíveis e focar em estratégias de marketing que ressaltem o valor e a durabilidade dos produtos.
Além disso, a adaptação aos novos hábitos de consumo, como a preferência por compras online e a demanda por móveis multifuncionais para lares com espaços reduzidos, pode abrir novos caminhos para o crescimento no segmento. Em resumo, a resiliência e a capacidade de adaptação serão essenciais para que o varejo moveleiro aproveite as oportunidades atuais, superando os desafios impostos pelo atual contexto econômico.
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