Transição de comando na Cimol
Diretor-comercial da Cimol, Vitor Guidini, conta que percebeu a importância do tema sucessão familiar durante o seu MBA
Publicado em 14 de junho de 2024 | 08:30 |Por: Everton Lima
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nove em cada dez empresas brasileiras têm perfil familiar, como é o caso da Cimol. Esses negócios empregam 75% da mão de obra do País e respondem por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB).
O problema é que essas empresas não costumam sobreviver à troca de comando. Quando os fundadores deixam a liderança para os herdeiros, essas marcas enfrentam grandes desafios.
No entanto, um relatório da PWC mostra que as companhias brasileiras têm evoluído nesse sentido, com a maioria segura quanto à clareza dos papéis e à liderança dentro da empresa. Apenas 36% afirmam haver forte resistência à mudança, acima da média global de 29%.
O diretor-comercial da Cimol, Vitor Guidini, compartilha que abordar o tema foi inicialmente complicado, embora necessário. “O grande desafio em qualquer empresa familiar é iniciar a conversa sobre sucessão. Falamos por experiência própria, pois passamos mais de um ano discutindo o assunto e pensando em como proceder,” relembra.
Guidini conta que o interesse pelo assunto foi despertado quando um professor do seu MBA em Gestão Empresarial abordou o tema. “Após isso, puxei o assunto com Guidini e Anair, os fundadores da empresa, para ver a reação deles. Iniciamos a busca por informações com nossa contabilidade, começamos um processo de Holding, alinhamos o acordo para me tornar sócio, e estamos nessa construção a cada dia. Sabemos que faltam alguns detalhes importantes, mas estamos fazendo de maneira gradativa e natural — e a cada dia é um aprendizado para todos.”
Diferenças geracionais
É natural que diferentes gerações tenham pontos de vista divergentes sobre uma empresa. No caso da Cimol, essas divergências surgiram e ajudaram a amadurecer a gestão do negócio.
“Sabemos que as gerações pensam diferente sobre diversos temas, porém na empresa temos um ‘Conselho de Administração’ que foi instalado antes do processo sucessório. Nele, temos os gestores das principais áreas estratégicas da empresa (Vendas, Produto, PPCP, Compras e Financeiro), onde fazemos análises de investimentos, alinhamos diretrizes, e isso ajuda muito nas discussões. Sempre colocamos prós e contras em cima da mesa, ouvimos opiniões dos gestores e cabe aos sócios tomar a melhor decisão naquele momento. Divergências sempre existirão, todavia, temos que deixá-las de lado e convergir sempre para a melhor decisão possível para que a empresa construa e siga sua história de maneira sólida”, opina.
Guidini ainda afirma que os valores da empresa permanecerão os mesmos, mesmo que o comando mude.
“Nossos valores internos são inegociáveis e, de maneira resumida, eles são: sempre ter clareza nas informações sobre os nossos processos internos e externos, tanto para o mercado quanto para os nossos parceiros envolvidos em nossa cadeia de fornecimento e serviços. Isso não deve nunca ser mudado e deve ser bem disseminado para todos os colaboradores”, pontua.
Cimol e adaptação às novas demandas do mercado
O diretor da Cimol afirma que o processo sucessório ajuda a empresa a se preparar para os novos desafios que o mercado impõe.
“Nosso mercado é muito volátil e muda frequentemente. O que nós da Cimol buscamos sempre fazer é estar ao máximo atualizados de forma geral, tanto na questão fabril, com o que há de melhor em maquinários, quanto em design de produtos e desenvolvimento, sempre prontos para atender às mais diversas demandas e necessidades dos clientes e parceiros. Também estamos abertos às oportunidades de novos mercados e parceiros, e, por isso, sabemos que sempre precisamos de análise interna, buscando as melhores decisões para adaptações e mudanças de mercado”, conclui.
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