Smart Energy 2024 discutiu energias limpas em Curitiba (PR)
Biocombustível, Mercado Livre e Cidades Inteligentes fecham o evento que contribui para discussão e implementação de energias limpas
Publicado em 30 de setembro de 2024 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo
A Smart Energy 2024 – Conferência Internacional de Energias Renováveis termina nesta quinta-feira (26), no Campus da Indústria da Fiep, no Jardim Botânico, em Curitiba. Neste último dia de discussões serão abordados Redes e Cidades Inteligentes, Segurança em TI para Energia, Mercado Livre e Eficiência Energética, Investimentos, Políticas Públicas e Biocombustíveis. Promovido pelo Tecpar, o evento é realizado pela Rede Paraná Tecnologia e Metrologia.
No período da manhã, a conferência debaterá os biocombustíveis. Às 9h30, o CEO da Compagas (Companhia Paranaense de Gas), Rafael Lamastra Jr., destacará as iniciativas da empresa para estímulo ao biometano. A empresa anuncia que sua intenção é já a partir do ano que vem, distribuir 15% de biometano, uma energia limpa e 100% renovável, pelas redes de gás canalizado. “Nosso objetivo está no desenvolvimento de um mercado sustentável e eficiente, com energia limpa, alinhado às metas de descarbonização”.
Recentemente, a Compagas divulgou o investimento de R$ 505 milhões para o período de 2024 a 2029. Destes, R$ 100 milhões serão destinados para a construção de novos gasodutos para as cidades de Londrina e Maringá. A empresa se compromete a construir quase 70 quilômetros de rede para atender os segmentos industrial, residencial, comercial e veicular na região.
O tema biocombustíveis segue com o painel “Inovação e Políticas Públicas no Setor de Biocombustíveis no Paraná: Desafios e Oportunidades”, que terá a moderação do professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Eduardo Felga Gobbi e os painelistas Rafael Gonzalez do CBiogas, Donizete Tokarski da UBRABIO e o representante da Assembleia Legislativa do Paraná, Edson Lau, que destaca os benefícios do uso de biocombustíveis.
“Os biocombustíveis oferecem vantagens claras, especialmente no que diz respeito ao impacto ambiental e à segurança energética. Sendo uma fonte renovável, ao contrário dos combustíveis fósseis, eles contribuem para a redução das emissões de gases de efeito estufa, o que é essencial no combate às mudanças climáticas”, diz. Ele reforça que os biocombustíveis impulsionam o desenvolvimento regional.
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“Os biocombustíveis incentivam a criação de empregos e o fortalecem a economia e, sob o ponto de vista estratégico, reduz a dependência do Brasil de combustíveis importados. Além disso, o setor também impulsiona a inovação tecnológica, promovendo um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável”, complementa Lau.
Um dos professores que colaboram com a realização da Smart Energy 2024, prof. Luiz Ramos da UFPR, observa que, além do fortalecimento do trabalho no campo, distribuição de emprego e renda e a não dependência dos derivados do petróleo, os biocombustíveis ajudarão o meio ambiente, pois contribuem na redução de gás de efeito estufa e descarbonização. Contudo, Ramos reforça a importância de políticas públicas para o setor e cita a Lei 14.948, sancionada em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que regulamenta a produção, comercialização e o uso do hidrogênio verde.
“A tendência à descarbonização leva a necessidades dessas políticas que estão sendo propostas para, cada vez, posicionar o Brasil na vanguarda internacional. O Brasil tem potencial de ser um grande produtor de hidrogênio verde. Se será ou não, vai depender de investimento nessas tecnologias e também de planos de negócios, de possibilidade de exportação e regulamentação do mercado interno.”
As discussões da manhã terminam com o tema “Integração de Smart Grids: Parcerias e Inovações para a Eficiência Energética”, painel mediado pelo diretor da Electra, Franklin Miguel. O período da tarde inicia com o tema “Cidades Inteligentes e Energia: Integração e Sustentabilidade”, com Eduardo Mazzarolom da iCities. Na sequência, o engenheiro Luciano Carstens, gerente de Future Grid do Lactec, abordará “Segurança Cibernética em Sistemas de Smart Energy”.
Ele falará sobre a Inteligência Artificial aplicada às estruturas de cibersegurança para o setor elétrico. “Será uma oportunidade para explorar as inovações no setor elétrico e como elas podem contribuir para um futuro mais sustentável”, diz Carstens, que representa também o Centro de Competências Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial Future Grid.
Sustentabilidade e compra direta de energia elétrica
À tarde haverá o painel “Impacto das Políticas Públicas na Sustentabilidade Energética”, moderado por Kelly Schiavinato, representante da Assembleia Legislativa do Paraná, e com os painelistas Reginaldo Joaquim do IAT, Patrícia Percoma da OAB/PR e Rodrigo Pedroso da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar). Na sequência, ocorrerá a palestra “A Fomento Paraná e o apoio à Eficiência Energética”, com Mounir Chaowiche e os “Investimentos em Smart Energy: Financiamento e Modelos de Negócios”, com Thais Paola Grandi, do BRDE.
O mercado livre de energia também será abordado na palestra “Benefícios da Migração para o Mercado Livre de Energia: Economia e Eficiência na Prática”, com João Braga Filho, gerente da Tradener, pioneira na comercialização de energia no mercado livre no país.
O processo de abertura do mercado de energia iniciou no país em 1998 e espera-se que até 2030 já tenha abrangido os consumidores residenciais e pequenos comerciantes. Estima-se que a economia com a compra direta de energia elétrica possa chegar a 30%. “Não há dúvida de que estamos evoluindo. Estamos na penúltima barreira para a liberação total do mercado livre, mas é importante entender que essa última etapa é muito mais complexa, com muitas regras a serem implementadas, uma vez que abrangerá todos os consumidores atendidos em baixa tensão, que representam 84 milhões de unidades consumidoras de energia do país”, explica Braga Filho.
O gerente da Tradener reforça que a maior vantagem com o mercado livre de energia é a liberdade de escolha. “Com a abertura do mercado, o consumidor pode selecionar seu fornecedor, assim como escolhemos nossa operadora de celular”, compara.
A Smart Energy 2024 – Conferência Internacional de Energia Inteligentes conta com o patrocínio das empresas: Compagas, Copel, Fomento Paraná, Electra Energy, Eletron Energia, Lactec, Paraná Projetos, Simepar, Sistema Fiep e Tradener. E tem o apoio do IEP – Instituto de Engenharia do Paraná, Spinseg, Abrate, Abrapch, Absolar, Apeam (Associação Paranaense de Engenheiros Ambientais), Enline, Abinee, Invest Paraná, Fisul – Setor Elétrico Escola de Negócios, iCities, R. Rocha & Associados, SindiEnergia, Thymos, OAB Paraná, Napi Hidrocarbonetos Renováveis, RenovaPR, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cigre e Fecomércio.
Smart Energy 2024
Conferência Internacional de Energias Inteligentes
Data: Terça-feira: (24) – 13 às 17h, Quarta (25): das 8h às 19h, Quinta (26): das 8h às 19h
Local: Campus da Indústria – Av. Comendador Franco, 1.341
www.smartenergy.org.br