Tecnologia impacta produção e criação de móveis autorais

A tecnologia tem um papel fundamental na produção e na criação de móveis autorais, pois permite que o design seja aliado à inovação, durabilidade e sustentabilidade. Novas tecnologias, principalmente ligadas aos materiais utilizados nos projetos, vem sendo a pesquisa de designers por todo país. “Associar tecnologia a materiais considerados simples (como palhas, tramas, entre outros) também é um desafio”, explica Katalin Stammer, designer e arquiteta. Leia reportagem sobre o design do mobiliário autoral no Brasil na edição 347 da Móbile Fornecedores.

O uso de matérias-primas avançadas e processos produtivos de alta performance eleva o nível do mobiliário, tornando-o ainda mais competitivo no cenário global. A designer Marta Manente explica que sua experiência com a Modalle Móveis, por exemplo, tem mostrado como a tecnologia é essencial na curadoria de materiais para áreas externas, garantindo que os produtos resistam às intempéries sem perder qualidade estética e funcional.

Em uma parceria com a Sierra Móveis, uma das indústrias de alto padrão que mais investe em tecnologia para a produção de móveis residenciais e corporativos, a designer apresentou um novo produto em Milão. “Isso reforça como a inovação é intrínseca ao design e essencial para criar produtos de impacto positivo”, declara.

Futuro e tendências em móveis autorais

Para o futuro do mobiliário autoral brasileiro, ela observa a tecnologia caminhando lado a lado com a sustentabilidade. Isso porque a escolha de materiais ecologicamente corretos, técnicas produtivas que aumentam a durabilidade dos móveis e processos que minimizam impactos ambientais serão cada vez mais relevantes.

“O design precisa considerar não apenas a estética, mas também a longevidade do produto na vida das pessoas. Só com alta tecnologia aplicada à produção e ao desenvolvimento de materiais conseguiremos criar móveis sustentáveis, inovadores e de qualidade superior, consolidando ainda mais o Brasil no mercado internacional”, afirma.

Já Katalin Stammer enxerga como tendência os conceitos de Ergonomia Sensorial, do qual o Brasil é pioneiro ao cunhar em pesquisa do escritório Katalin Stammer Arquitetura e Design e apresentado no último Congresso Nacional Moveleiro, realizado em 2024 em Curitiba (PR). “Refere-se às novas métricas relacionadas às peças autorais. Métricas essas que falam de uma dimensão ainda pouco explorada relacionada ao estímulo sensorial do mobiliário versus seu efeito emocional que com certeza apresentarão ao mundo mais das nossas raízes e história quando falamos de brasilidade”, conta.

Ana Brum, diretora técnica do Centro Brasil Design lembra que peças que identifiquem bom acabamento e móveis que tenham sido vencedores do iF Design Award são um bom demonstrativo de tendências não só do mobiliário autoral brasileiro, mas do design de produto, arquitetura e comunicação. O prêmio iF Design Award é referência no reconhecimento de design mundo afora e em 2025, premiou 84 produtos brasileiros.

Poltrona Perlage do Studio Marta Manente