Acessibilidade: mobiliários inclusivos são destaque na Fimma

Além de inovações voltadas à produtividade e eficiência operacional, a Fimma Brasil apresenta tendências também dentro do mercado de acessibilidade. A Realplast, por exemplo, empresa de Caxias do Sul (RS), está lançando na feira uma mesa com regulagem de altura que é ideal para cadeirantes.

A novidade funciona por meio de um cartão de aproximação que é configurado em um medidor de altura. “Ao contrário da maioria das mesas nesse modelo que existem no mercado, em que a própria pessoa mexe na regulagem, essa mesa funciona com o cartão configurado exatamente com as características da pessoa. Isso garante a ergonomia correta da mesa”, detalha Fernando Martinelli, coordenador técnico da empresa.

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A mesa com regulagem de altura da Realplast é fabricada com aço carbono na estrutura e conta com tampo em polímero. Assim como todos os produtos da marca da linha escolar, a novidade atende aos requisitos da norma ABNT 140006, que estabelece padrões de segurança para o mobiliário escolar. “Percebemos que produtos com acessibilidade são uma necessidade crescente no mercado, especialmente quando falamos em escolas”, conta o coordenador.

A Realplast participa da Fimma pela primeira vez neste ano. “Nossa base de clientes é especialmente Centro e Nordeste. Nossa ideia com essa participação é ampliarmos nossa atuação aqui no Sul, que é justamente onde temos nossa empresa”, finaliza Martinelli.

Móveis para pessoas com mobilidade reduzida

Abrir um sofá retrátil pode ser uma tarefa simples para muitos, mas um desafio enorme para idosos ou pessoas com mobilidade reduzida. O problema também ocorre na hora de alcançar utensílios guardados nos armários altos da cozinha.

A Line Atuadores, indústria brasileira com sede em Maringá (PR), desenvolve mecanismos automatizados que facilitam esse cenário e está apresentando as suas soluções na Fimma 2025. Seus atuadores podem ser aplicados em estofados, camas, armários, espelhos e diversas soluções planejadas, adaptando o espaço às necessidades de cada pessoa.

Com tecnologia própria, comando por botões, controle remoto ou voz (inclusive via Alexa), a Line abrange soluções acessíveis para o setor moveleiro nacional. “A acessibilidade precisa estar no centro das discussões sobre design e funcionalidade. Automatizar móveis é garantir mais conforto e qualidade de vida para todos os públicos”, reforça Marcos Marin, diretor comercial da marca.

Poltrona para pessoas obesas

Projetada desde o início para atender às reais necessidades de pessoas obesas, a Poltrona Atena, da Prima Design, é um exemplo de como o design pode ser inclusivo sem renunciar à estética. O produto, que nasceu a partir de uma demanda de uma rede hospitalar, hoje integra a linha fixa da marca como uma solução que alia ergonomia, resistência e visual elegante

“Quando o desafio surgiu, percebemos que a maioria das poltronas para obesos no mercado eram apenas opções adaptadas. Não tinham sido pensadas desde o início para essa finalidade”, explica Catia Scarton, diretora da Prima Design. Foi a partir desse olhar que a empresa convidou o designer Fernando Motta para desenvolver a linha Atena, assinando um modelo com capacidade para até 250 kg, respeitando todas as normas técnicas exigidas.

Mais do que atender a critérios de segurança, a proposta da Prima era criar uma peça que também tivesse conforto e leveza, fugindo do estigma de mobiliário de saúde. “Queríamos uma opção que atendesse às normas técnicas, mas que também tivesse essa leveza visual”, reforça Catia.

Uma grande oportunidade para a indústria

Quando o assunto é acessibilidade, é bom sempre frisar que o tema deve ir além das tendências e se tornar uma pauta fixa no setor moveleiro. “No geral, a população está parando de crescer e o envelhecimento segue evoluindo. Isso representa uma enorme oportunidade para os fabricantes de móveis e fornecedores de sistemas mecânicos, pneumáticos e eletrônicos. É preciso desenvolver produtos adequados para esse novo público, com soluções reais para quem permanece longos períodos na cama ou em cadeira de rodas”, afirma.

Bernardi destaca ainda a importância da informação clara nos produtos – como a indicação de peso suportado – e o cumprimento de normas de ergonomia e segurança. “É um mercado em transformação. Precisamos entender o que estamos fazendo e para quem. O design precisa ser pensado para todas as pessoas”, resume.