Exportações de móveis e colchões crescem 6,8% no 1º semestre

Período foi de reorganização frente às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, com antecipação das entregas ao principal mercado

Publicado em 20 de agosto de 2025 | 11:43 |Por: Thiago Rodrigo

As exportações brasileiras de móveis e colchões prontos encerraram o primeiro semestre de 2025 com crescimento de 6,8% frente a igual período do ano passado, totalizando US$ 374,2 milhões embarcados entre janeiro e junho. O avanço reflete um trabalho constante de fortalecimento da presença internacional do mobiliário brasileiro, com ganhos de competitividade apoiados em design, sustentabilidade, diferenciais técnicos e visibilidade global.

O chamado “tarifaço” dos Estados Unidos, contudo, vem provocando reações diversas ao longo da cadeia desde seu anúncio em abril. Em maio, as exportações cresceram 12,3%, com US$ 70,3 milhões embarcados. Número que expressa, em especial, o envio antecipado de produtos relativos a contratos firmados com os EUA, frente à imposição da nova tarifa, que à época já havia sido elevada para 10%. Em junho, porém, diante da confirmação da medida e de novas especulações tarifárias, houve uma retração imediata de 3%, com US$ 68,1 milhões exportados.

Estados Unidos é o principal destino

Principal mercado importador do mobiliário brasileiro, os Estados Unidos responderam por 28,0% das exportações de móveis e colchões prontos no semestre. A participação do país norte-americano saltou para 38,4% ao se considerar também os componentes, máquinas e demais suprimentos para a fabricação de móveis.

Por falar na indústria fornecedora, apesar do bom desempenho no segmento de móveis e colchões prontos, o resultado agregado das exportações da cadeia de componentes, tintas, vernizes, máquinas, equipamentos e demais insumos para a fabricação de móveis apresentou queda de 2,5% no primeiro semestre de 2025. O valor total exportado passou de US$ 1,758 bilhão no mesmo período de 2024 para US$ 1,715 bilhão este ano. Resultado também decorrente das Ordens Executivas dos EUA que impactaram componentes, fornecedores e máquinas.Brazilian Furniture

Perspectivas para o segundo semestre

Agora, com a entrada em vigor da tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo móveis de madeira – responsável por 80% da pauta exportadora de produtos acabados no setor – , dá-se início uma nova fase para a indústria nacional, marcada pela necessidade de diálogo, inteligência setorial, reposicionamento comercial, readequação produtiva e reavaliação de mercados prioritários.

Os impactos são especialmente significativos nos principais polos exportadores do país, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, que juntos exportam quase 99% dos móveis brasileiros. Estados como Bahia, Pernambuco, Paraíba e Pará, que vêm ampliando sua inserção internacional, também deverão ser afetados em suas estratégias de consolidação.

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