PIX parcelado pode impulsionar capital de giro
A nova modalidade de PIX parcelado, aproxima o crédito do ponto de venda e tem potencial para impulsionar o caixa de pequenas empresas
Publicado em 26 de novembro de 2025 | 08:13 |Por: Julia Magalhães

O PIX parcelado começa a ganhar força como uma solução relevante para o capital de giro das pequenas e médias empresas brasileiras. Em um cenário ainda marcado por juros altos e acesso restrito ao crédito tradicional, essa nova forma de transação pode se tornar uma alternativa rápida, digital e acessível para manter o caixa saudável e financiar o crescimento.
A base para esse movimento é a consolidação do PIX como principal meio de pagamento do País. Segundo o Banco Central, apenas no primeiro semestre de 2025 foram realizadas 36,9 bilhões de transações via PIX – um aumento de 27,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Hoje, a ferramenta representa mais da metade de todas as operações financeiras no Brasil.
Agora, a modalidade parcelada adiciona uma camada de crédito ao sistema. De forma semelhante ao funcionamento de um cartão de crédito, o PIX parcelado depende de um limite pré-aprovado junto à instituição financeira do empreendedor. A jornada de uso será definida pela experiência oferecida por cada banco ou fintech.
“O PIX parcelado aproxima o crédito do ponto de venda e permite às PMEs diluir pagamentos maiores sem pressionar o caixa”, comenta o CFO da Omie, plataforma de gestão empresarial (ERP) voltada para pequenas e médias empresas, Frederico Braga
Crescimento da adesão entre consumidores
A demanda já é perceptível. Segundo a pesquisa Jornada de Crédito, da Matera Insights, 31% dos entrevistados afirmaram ter utilizado o PIX parcelado – número que sobe para 53% entre os que acessaram produtos de crédito nos últimos dois meses. A modalidade já demonstrava tração antes mesmo da padronização prevista pelo Banco Central.
Com o avanço da regulamentação e o crescimento do Open Finance, o acesso ao crédito tende a se tornar mais justo e baseado em dados atualizados.
Crédito digital conectado ao negócio real
Plataformas de gestão empresarial (ERPs) têm papel decisivo nessa nova era do crédito. Quando integradas ao Open Finance, elas permitem que o histórico do negócio seja compartilhado com credores de forma automatizada. Isso significa decisões baseadas no fluxo de caixa real, e não apenas em relatórios defasados.
“Quando o empreendedor compartilha seus dados via Open Finance, o sistema financeiro começa a enxergar o negócio como ele realmente é – não só como um CNPJ no papel”, destaca Braga.
Com isso, instituições financeiras podem oferecer prazos e limites mais aderentes à realidade da operação. É natural que o modelo comece com parâmetros conservadores, mas com amadurecimento, pode ganhar escala e impacto significativo no setor.
PIX parcelado é crédito e inclusão
O potencial do PIX parcelado vai além do financiamento. Ele representa um modelo mais inclusivo, capaz de alcançar empreendedores que normalmente ficam fora do radar dos bancos tradicionais.
Dados da CNDL e do SPC Brasil mostram que o PIX já é o meio de pagamento mais utilizado por 76% dos consumidores brasileiros. A possibilidade de parcelar dentro desse ecossistema torna o crédito mais próximo, integrado à rotina operacional e à realidade financeira das PMEs.
“Mais do que uma inovação tecnológica, o PIX parcelado é uma nova forma de pensar o crédito: mais ágil, mais acessível e mais conectada à operação real das empresas”, resume Braga.
Se o PIX transformou a forma como brasileiros fazem pagamentos, sua versão parcelada pode transformar a forma como pequenos negócios acessam crédito e viabilizam o crescimento.
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