Publicado em 26 de maio de 2020 | 09:24
“A mudança acontece quando a dor de mudar é menor do que a dor de permanecer o mesmo”
Sigmund Freud – Psicólogo – 1856-1939
Evolução Corporativa é quando uma empresa se torna melhor no que faz, em uma transformação progressiva no tempo. Normalmente é executada de forma mais planejada, onde diversos aspectos da gestão são discutidos e debatidos pelas lideranças. A evolução é desejada e incentivada, porque já se tem clareza que ela é necessária para competir com vantagens nos mercados em transformação.
Está claro isso, não? Evoluir é confortável.
Uma Revolução Corporativa é uma transformação radical em um período relativamente curto no tempo. Normalmente ocorre quando surgem impactos e crises que abalam as estruturas de mercado, e parte importante do que conhecíamos muda ou se transforma rapidamente. Temos na memória as crises do petróleo nos anos 70 e 80 (energia), o Crash da bolsa de NY em 1929 (econômica), a crise Enron (ética e contábil), a crise do sub-prime americano (financeiro) e a segunda guerra mundial em 1939 a 1945 (poder e medo).
Foi nestes momentos de grave crise, que marcas como Fanta, Nutella, Campbell’s, Sucrilhos nasceram e se tornaram marcas relevantes em todo o mundo. BMW, Mercedes, Ford, Merck, J&J, BASF e Dow Chemical se consolidaram nestes tempos. Novas regras de compliance e de contabilidade foram desenvolvidas e o programa do carro a álcool brasileiro (Proalcool) foi criado. Várias histórias de sucesso e fracasso, que serão explorados em um outro artigo.
Mas revoluções corporativas são inesperadas, são temidas e desconfortáveis.
Recentemente, empresas como Airbnb, Uber, dentre outras, nasceram após a crise de 2008, que reforçou o movimento revolucionário das Startups. Empresas que naturalmente desejam quebrar as regras de mercado, simplesmente por verem melhor as novas necessidades de um consumidor em transformação. Cresceram explorando a “lentidão” das empresas poderosas e estabelecidas, até o momento em que, muitas delas, foram superadas e tornaram-se obsoletas. (Leiam o livro “O Dilema da Inovação” de Clayton Christensen)
Muitas empresas nos últimos anos perceberam que, com a rápida transformação dos mercados e com as novas tecnologias emergentes (IA, Cloud, Cyber…), seria preciso implantar uma cultura da inovação em organizações cheias de processos e regras já desenhadas. Máquinas de eficiência, mas pouco flexíveis para mudar rápido e mudar certo. Por isso, começaram uma aproximação com as startups para acelerar este processo. Como reflexo, vimos o crescimento dos debates sobre o tema inovação nos fóruns empresariais.
Como manda a história, novamente fomos pegos de surpresa. Uma nova e inesperada crise atinge o mundo inteiro, com impactos que ninguém consegue mensurar ou antever. O novo Corona Vírus, mudou os hábitos das pessoas, quebrou e interrompeu diversas cadeias de valor em todo mundo, exigindo que os líderes organizacionais decidam efetivamente.
Ninguém no comando das empresas de hoje, viveu algo parecido em suas vidas. Podemos ler e estudar os livros de história para entender um pouco mais sobre o impacto da gripe espanhola em 1918. Mas era um outro mundo, muito menos conectado, muito menos tecnológico e muito menos global.
Não pretendo com este artigo antever o futuro, nem desenhar os cenários prováveis para os mercados. Porque, na realidade, ninguém sabe exatamente. O estudo da gestão e do marketing nos permite nos preparar em alguns pontos essenciais, com base em fatos já estabelecidos e em comportamentos já percebidos. Temos que desenvolver decisões rápidas e empresas flexíveis. (Agilidade e Flexibilidade)
Por isso, listei abaixo alguns tópicos que servirão de guia para orientá-lo na retomada de seus negócios neste momento de caos. Estou partindo do pressuposto que todos fizeram as reduções de estrutura e despesas necessárias. Desta forma, vamos discutir a preparação para a retomada:
Para fazer as mudanças acima você deve refletir em três pontos essenciais para a transformação: Pessoas, Processos e Tecnologias. Tenha as melhores pessoas, repense todos os processos e adote tecnologias de inteligência de mercado, que apoiem seu processo decisório.
Assim, poderá responder melhor as três perguntas abaixo, que podem inspirar novas ações de mercado e melhorar sua competitividade:
Enfim, de forma resumida estou propondo que façam uma revolução em sua empresa. Com os pontos listados acima, há caminhos para inspirar suas ações nesta rápida transformação.
Tome a frente e assuma a liderança deste processo e não paralise as decisões que envolvam estas mudanças, porque a corrida para a retomada já começou.
De todas as incertezas atuais, pelo menos temos duas certezas a considerar: (1) Que tudo isso irá passar, e (2) que somente os mais adaptados vencerão.
Decida hoje! Revolucione agora e evolua depois.
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Empreendedor, CEO da Marketscape (empresa de referência em Inteligência de Mercado), mestre em Gestão de Negócios e professor na Fundação Dom Cabral, PUC/PR e UEL. Atua também como palestrante, colunista da CBN Londrina, diretor da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ABDV) e diretor de Inovação da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL). Tem se dedicado a estudos avançados em Estratégia, Vendas, Marketing e Inovação. Desenvolveu projetos empresariais no Brasil, em países da América Latina, Oriente Médio, África e Leste Europeu.
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