Fresas para corte em CNC Nesting

Publicado em 22 de maio de 2025 | 17:31

Devido à grande versatilidade, ao aproveitamento de matéria-prima e a precisão no corte, o uso de CNC nesting e routers nas indústrias moveleiras vem aumentando na última década. Tal crescimento levou os fabricantes de ferramentas a desenvolverem fresas cada vez mais eficientes. Por isso, neste artigo vamos falar um pouco sobre essa evolução e sobre as principais tendências do mercado atualmente.

Primeiramente precisamos entender os principais fatores a serem levados em consideração na escolha da ferramenta para o processo de corte. São eles:

Velocidade: é fundamental que a fresa desempenhe uma boa velocidade de avanço, sem isso a máquina se torna improdutiva, afinal não diluirá seu custo hora em várias peças produzidas.

Economia de matéria-prima: ao longo dos 2,75 m de comprimento de uma chapa, a fresa pode cortar mais de 15 vezes em determinados planos de corte. Por isso, usar um diâmetro pequeno é muito importante. Por exemplo, ao trocar uma fresa de diâmetro 14 para uma de 6, a diferença de material usinado nesses 15 cortes seria de 12 cm. Com isso seria possível encaixar peças maiores no plano de corte, resultando em uma economia de matéria-prima de até 5%.

Acabamento: é comum alguns tipos de ferramentas remover pequenos pedaços do revestimento, em alguns casos isso pode causar retrabalhos e gerar um grande prejuízo para a empresa. Deste modo, a fresa deve ser escolhida de modo compatível com o tipo de material e revestimento que será usinado por ela.

Custo: neste fator, deve ser calculado o custo da fresa e de suas afiações dividido pela quantidade de chapas cortadas. Em determinadas máquinas, é possível medir a quantidade de metros usinados, tornando o cálculo ainda mais fiel. Obviamente, quanto menor for o resultado dessa divisão, maior será a economia para a empresa.

Infelizmente, esses quatro fatores acabam colidindo uns com os outros ao projetar uma ferramenta. Para operar em alta velocidade, a fresa precisa ter um diâmetro suficientemente grande para suportar o esforço de corte. Além disso, em diâmetros pequenos é difícil trabalhar a geometria a ponto de proporcionar um bom acabamento, indo contra o aproveitamento da matéria-prima.

Desenvolvido há uns 15 anos e ainda muito usado em CNC nestings, há no mercado um modelo de fresa constituído de diamante PCD, geralmente com diâmetros entre 12 mm e 16 mm. Sua geometria proporciona um ótimo acabamento, durabilidade razoável e boa velocidade de corte (até 20 m/min). Muitas vezes são utilizadas com turbina para extração de cavaco, o que aumenta ainda mais a sua eficiência.

Até pouco tempo atrás esse tipo de fresa era indiscutivelmente o mais eficiente para o processo. Entretanto, um novo modelo originário da China vem surpreendendo por seu excelente desempenho. Trata-se de uma fresa com núcleo em metal duro (widea), com diâmetro de corte entre 5 mm e 8 mm e corpo de aço engrossado na região da haste. Isso a torna econômica e menos suscetível a vibrações, sendo capaz de entregar até mais que 20 m/min de velocidade.

Popularmente elas estão sendo chamadas de “fresas descartáveis”, mas a tradução correta de sua denominação é “fresas retas TCT”. Sua geometria com ângulos de corte bastante agressivos, proporciona bom acabamento na maioria das chapas, mesmo em revestimentos críticos.

No Brasil, seu custo varia entre 100 e 300 reais, dependendo do fabricante e dimensões. Além da economia na matéria-prima, o mais incrível é que, em condições favoráveis, sua durabilidade pode ultrapassar os 6 mil usinados, acima de 300 chapas cortadas. Isso resulta em um custo por peça produzida de 30% a 60% menor que os modelos em PCD, mesmo entregando a mesma velocidade e acabamento.

Um ponto negativo é a extração do cavaco. O pequeno diâmetro da fresa faz com que o pó se compacte no canal usinado, tornando difícil sua remoção. Algumas vezes é necessária uma limpeza da mesa e das peças cortadas. Já conhecia esse modelo de fresa? Pesquise mais sobre, consulte seus fornecedores a respeito delas. Isso pode gerar uma grande economia para sua empresa!

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Anderson Peruzzo

Engenheiro mecânico especialista no processo de usinagem e na fabricação de móveis e outros artigos em madeira. CEO da AP Solutions, empresa de assessoria e treinamentos para indústrias do ramo moveleiro e produtos derivados da madeira. Através da disseminação do conhecimento, a AP Solutions tem como objetivo tornar o setor cada vez mais tecnológico, eficiente e competitivo a nível internacional.

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