Nunca se falou tanto em inovação no ambiente corporativo como atualmente
Provavelmente nunca foi tão necessário inovar como nos dias de hoje. Como lidar com esta realidade na medida em que muitos estão buscando o mesmo objetivo?
Publicado em 1 de outubro de 2019 | 18:14
A necessidade de inovação. De fato, vivemos um tempo desafiador, afinal temos clientes cada vez mais exigentes, cada dia mais bem informados e melhor preparados. Muitos, inclusive, são expoentes de uma nova dinâmica social e comportamental, em que o “ser” vale cada vez mais do que o “ter”, impactando diretamente na forma e intensidade do consumo.
Não por acaso algumas empresas moveleiras se destacam neste momento exatamente por investirem pesadamente tanto na inovação de métodos, processos, ou mesmo de produtos. Não descuidando, sobretudo, das melhores e mais modernas práticas de gestão, em alguns casos inclusive de sucessão.
O risco que corremos neste momento é o efeito “manada”. Aquele em que quando algo está dando certo em determinado lugar se transforma em alvo e referência. Sendo “copiado” e na maioria das vezes, sem que as condições básicas para o sucesso (que funcionou ou está funcionando no outro lugar) sejam implantadas.
O primeiro grande erro de gestão é copiar modelos e fórmulas sem levar em conta a cultura empresarial, o posicionamento da empresa no mercado, sua capacidade produtiva, seu modelo de gestão, entre outros.
– O futuro do setor moveleiro: você está lendo o mercado corretamente?
Tempos atrás era assim que as coisas aconteciam. Sempre houve empresas moveleiras referência. E sempre grande parte dos competidores “miravam” nelas buscando fazer a mesma coisa, de preferência com um preço mais competitivo. Eram os tempos das grandes margens de rentabilidade, o que tornava possível esperar que resultados acontecessem sem grandes esforços de construção de bases firmes.
Nos tempos que estamos vivendo, em que se fala de margem de 2, 3 ou 4% em alguns casos, e em que a capacidade produtiva instalada está com respeitável ociosidade, o cenário impõe um nível melhor de certeza para se promover inovação, mudanças e transformações.
Aí é que está o problema: hoje em dia não existe ambiente favorável às transformações necessárias com a certeza e segurança que os modelos de gestão no passado recente recomendavam, ou sugeriam, com os planejamentos estratégicos para 5, 10, 15 anos. Os planos de negócios e outros instrumentos que proporcionavam um certo nível de certeza e segurança.
Como inovar em tempos difíceis? Bem, é importante mencionar que exatamente por ser necessário, em um tempo com tão poucas certezas, é exatamente agora que as lideranças e cabeças pensantes acima da média irão se sobressair.
Há quase seis anos, em uma Movelsul, uma destas empresas expoentes atualmente me proporcionou uma oportunidade única de enxergar o futuro a partir da perspectiva de uma cabeça pensante diferenciada. Lembro como se fosse hoje. Foi em uma conversa muito proveitosa que ele me desenhou o cenário moveleiro e de sua empresa para os próximos anos. Um visionário? Certamente sim! Mas não apenas isto.
Em nosso ciclo de palestras 2019 “O futuro do setor moveleiro”, na temática “O que o setor moveleiro pode esperar para a próxima década” (veja também “Marketing Digital: Desafios e oportunidades‘, apresentado neste mesmo ciclo de palestras por Kika Fazollo, marketing da Móbile), eu friso que tudo que estamos vivendo e experimentando não pode ser considerado uma grande surpresa, afinal já foi previsto ou anunciado (O Futuro é passado no presente).
Portanto, o grande líder é aquele que consegue fazer a leitura correta do seu passado e presente e enxergar o futuro. Com ou sem inovação tecnológica, pois a inovação desejada pode estar muitas vezes na maneira de fazer as coisas. E não em uma transformação tecnológica (estas não surgem todo dia).
Mais do que nunca procurar enxergar seu ambiente competitivo, e quando isto ou não estiver claro, ou avalie que seja importante confirmar (ou não estas leituras) estará na hora de procurar um profissional qualificado em estratégia de mercado para interpretar o cenário e projetar um caminho mais seguro.
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