O que 2019 deixa de experiência e o que 2020 acena como expectativas

Todo início de ano carrega por si uma grande carga de esperança. O ano de 2019 começou superando todas as expectativas dos pelo menos 10 anos anteriores

Publicado em 13 de dezembro de 2019 | 11:03

O Brasil vinha de uma política econômica centrada na intervenção governamental, compreendida como “nova matriz macroeconômica”, que foi um conjunto de medidas  adotadas a partir de 2011 no inicio do governo Dilma Rousseff , com base em politicas de forte intervenção governamental na economia. Tais medidas combinaram política monetária com a redução da taxa de juros e política fiscal com dirigismo no investimento elevação de gastos, concessão de subsídios e intervenção em preços. A NMA é apontada como uma das causas da crise econômica de 2014. Esta mesma NME consistiu também no abandono do tripé-macro-econômico adotado no governo Fernando Henrique Cardoso.

Você que atua no setor moveleiro sabe o impacto negativo que essa opção política econômica teve no desempenho da atividade econômica, já que não existe “almoço grátis” até mesmo na política social do país.

Pela primeira vez desde o regime militar os brasileiros escolheram caminhar pela receita da direita liberal. Claro que o resultado das eleições foi muito mais um repúdio ao sistema que “quebrou” o país do que uma aposta com convicção no novo governo.

O que vivemos em 2019, portanto, foi um período de adaptação de um carro que ia em uma determinada direção e que teve seu rumo alterado sem tempo de avaliar a rota desejável para que o sucesso fosse alcançado de forma mais tranquila.

O balanço de 2019 mostra o quanto a economia estava desajustada, o quanto a nossa constituição “cidadã” está fora de sincronia com o mundo moderno e o quanto ainda precisa, pode e deve ser feito neste país.

Esta análise não entra no campo da ideologia, afinal, os anos que antecederam o desastre Dilma tiveram suas doses de acertos (e claro que de erros também, como por exemplo, o período de maior valorização das comodities da história e que não foi aproveitado como deveria pelo governo da época).

O setor moveleiro, mais do que não estar imune a tudo isso, certamente é um dos que mais sofre com instabilidades políticas e econômicas, por diversas razões, que não serão tratadas a fundo aqui por falta de espaço e tempo.

O mobiliário não é uma prioridade efetiva da população (embora nas intenções até seja), somado às opções feitas pelo setor, especialmente na última década, para ampliar a escala de produção, nos fizeram refém de uma oferta maior do que a demanda, resultando em um erro grave em economia. Tudo isso aliado às oscilações políticas e econômicas do Brasil fizeram que o ano de 2019, apesar de toda expectativa gerada no início, termine como sendo apenas um ano de preparação para a retomada, que ao que tudo indica está às portas.

O ano de 2020 promete! Os indicadores de desempenho da economia indicam que, salvo uma grande crise internacional, teremos de fato oportunidades de retomar um  crescimento a partir de agora sustentável. Mesmo que se questione a precariedade de nossa infraestrutura, temos como elemento animador o investimento que a China pretende fazer no país nesta área como uma oportunidade que não tivemos nos últimos anos.

Não é possível afirmar se o setor moveleiro irá aproveitar este momento de crescimento previsto. Penso que num todo não imediatamente, mas existem empresas prontas para surfar nesta nova onda. É o que temos visto em nossas visitas aos polos moveleiros, tanto nas visitas in loco quanto nas participações em feiras e eventos.
Percebemos esse interesse também no nosso ciclo de palestras, que aconteceu em 2019 em seis cidades do Brasil, onde pudemos trocar informações e percepções sobre o futuro do setor moveleiro e os desafios e oportunidades do marketing digital – veja mais sobre Marketing Digital na coluna de Kika Fazollo no portal Emobile:

A boa notícia é que ainda dá tempo para se planejar e se preparar para aproveitar este momento especial que será 2020. Se eu acredito que dias melhores virão? Sim, acredito!

Apesar da política, a crença no Brasil produtivo é enorme e não podemos nos manter refém de tudo negativo que houve até agora. Precisamos reforçar nossa esperança e trabalhar para que 2020 seja de fato um ano de mudanças e resultados diferentes para todos nós!

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