Repensar o morar durante a pandemia!

Publicado em 20 de maio de 2020 | 18:29

Com a crise da pandemia, vamos ter de lidar com a nossa capacidade para tomar decisões e escolher estratégias baseadas em um cenário de incertezas sobre a cadeia produtiva de móveis, sem saber ao certo o que esperar para os próximos meses.

Tentar construir cenários realistas ou pessimistas poderão abrir novas possibilidades no campo pessoal e profissional, permitindo minimizar nossos bloqueios e estimulando nossas habilidades para fazer escolhas.

É um exercício diário traçar diferentes leituras e caminhos a seguir. A tecnologia nos obrigou a migrar para o mundo on-line e por enquanto estamos nos adaptando a essa rotina diária.

A pandemia trouxe impactos no morar, determinou novos hábitos para o isolamento social, trouxe a necessidade de repensar e organizar a casa para o trabalho remoto e adaptar os espaços aos novos interesses, individuais e compartilhados. Nesse novo contexto, o móvel tem um importante papel. A indústria moveleira vai ter que lançar mão de novidades, sair da zona de conforto, arriscar mais para lançar soluções de móveis flexíveis, adaptáveis e que permitam mais funções. Muitas vezes, o design permite adaptações em espaços reduzidos ou vão ter de repensar a customização do espaço, contratando um profissional de marcenaria.

Muitas perguntas vão surgir na cabeça do consumidor para fazer essas mudanças dos espaços da casa: quais atividades realizar, o que funciona e o que precisa ser repensado, o que pode reformar, vender ou comprar, como fazer uso do espaço de forma inteligente, etc. O design terá um importante papel nessa transformação dos ambientes da casa.

Sobre esse tema design, trago aqui outra oportunidade de olhar a crise e buscar soluções em outros canais de venda de móveis. Visitando a feira Las Vegas Market em janeiro desse ano, nos Estados Unidos, ficou muito claro a forte penetração de móveis importados da Ásia, oferecendo um estilo jovem e ampla gama de modelos muito alinhados à decoração moderna, minimalista, aconchegante e atemporal.

Perguntei-me porque não aprofundamos as discussões para aonde caminha o gosto no segmento móvel e o design no contexto global? Podemos nos inspirar em países como Coréia do Sul, Indonésia, Malásia e China que tem culturas muito distintas, mas que estavam apresentando na Las Vegas Market muitas novidades de móveis com design, destacando funcionalidade, com soluções pensadas para pequenos espaços, percepção de modernidade e boa relação de custo x benefícios, modelos que atenderiam bem às expectativas dos consumidores brasileiros.

A casa mobiliada vai continuar a ser o sonho para a maioria dos brasileiros, e agora, mais do que nunca, é a hora de olhar para o comportamento do consumidor brasileiro, quais são essas mudanças de hábitos, crenças e valores. Temos aqui um país de muitas diferenças culturais e sociais, um país muito regionalizado, tropical e solar, e designers extremamente criativos. Seria muito oportuno promover essa troca de experiências entre o designer e a indústria para ampliar o diálogo para soluções alinhadas ao momento.

As indústrias que conseguirem antecipar essa percepção de inovação do mobiliário, a criatividade de escolher os materiais, texturas, cores, aprofundar as parcerias com seus fornecedores na busca de soluções projeto do móvel e no design, terão mais oportunidades de cair no gosto do consumidor pós-pandemia.

Estimular a integração e o colaborativismo da cadeia produtiva móvel, com certeza vai trazer soluções criativas para um futuro ainda incerto.

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