AHEC reúne três talentosas designers para o 3daysofdesign

A feira que acontece em Copenhagen mostrará como três talentosas designers conseguiram inovar utilizando diferentes tipos de madeiras

Publicado em 6 de junho de 2023 | 18:25 |Por: Deborah Natalie

A feira que acontece em Copenhagen mostrará como três talentosas designers conseguiram inovar utilizando três espécies de madeiras duras americanas

A capital da Dinamarca irá sediar dos dias 7 a 9 de junho, a Three, uma exposição que explora o potencial criativo de madeiras duras americanas.

Além disso, o evento também irá apresentar a nova geração de designers escandinavos – parte do aclamado festival anual 3daysofdesign.

Com as cadeias de suprimentos globais interrompidas e a crise climática, a indústria do design se readaptou à necessidade urgente de repensar o fornecimento de madeira e produtos feitos da matéria-prima.

Pensando nisso, o American Hardwood Export Council (AHEC) propôs às três designers participantes da exposição, que utilizassem três madeiras em suas produções: o carvalho vermelho, a cerejeira e o bordo.

Cada uma representando um país nórdico diferente – Anne Brandhøj da Dinamarca, Pia Högman da Suécia e Anna Maria Øfstedal Eng da Noruega – as três designers foram selecionadas pelo AHEC por sua afinidade com materiais naturais e seus compromissos com a produção sustentável.

Diferentes perspectivas para o design

Cada uma das designers recebeu uma espécie diferente das madeiras duras americanas – carvalho vermelho, bordo e cerejeira – e foram encorajadas a explorar suas propriedades e versatilidade.

Desafiadas a usar suas madeiras para desenvolver objetos únicos ou peças de mobiliário, as designers foram encarregadas de registrar seus pensamentos e descobertas enquanto trabalhavam, gerando uma narrativa por meio de vídeos, esboços, fotografias e palavras.

Da esquerda para a direita: Pia Högman, Anne Brandhøj e Maria Øfstedal Eng.

Da esquerda para a direita: Pia Högman, Anne Brandhøj e Maria Øfstedal Eng.

Três talentosas designs

Cured Series por Pia Högman (Suécia)

Pia Högman, uma das três talentosas designs, cresceu fascinada pela casca de bétula, um material tradicionalmente usado para criar objetos do cotidiano.

Embora o material raramente seja usado hoje em dia, o avô da designer era carpinteiro, então muitos dos itens que ela encontrava no cotidiano eram fabricados a partir desse material, o que a levou repensar em como a casca de bétula poderia ser usada hoje.

Ela usou o material para criar objetos em pequena escala, incluindo tigelas e travessas, objetos de mobília e até telhas para uma estrutura arquitetônica. “Quando encontro um material que acho interessante, quero mergulhar nele e ver todas as possibilidades”, conta.

Aplicando o mesmo pensamento em pesquisa ao carvalho vermelho americano, Högman descobriu que essa madeira tem um potencial igualmente inexplorado, por ser frequentemente negligenciada em favor do carvalho branco.

Com o intuito de mudar essa percepção, ela descobriu como vários tratamentos de superfície podem oferecer novas experiências visuais e táteis.

Novas experiências visuais e táteis

Novas experiências visuais e táteis

Novas experiências visuais e táteis

Na Three, Högman apresenta um conjunto de cinco cadeiras, cada uma tratada com um acabamento que realça a estrutura do carvalho de uma forma diferente.

Dispostas em um espectro de cores, as cadeiras incorporam painéis lineares e curvos, com detalhes que destacam os veios longos da madeira.

A designer espera que seus experimentos ajudem o carvalho vermelho a ser visto sob uma alternativa.

“Meu objetivo como designer não é simplesmente produzir produtos que qualquer um possa fazer; é mais importante para mim contribuir para algo maior, como dar uma nova vida aos materiais”, conclui.

Inner Beauty por Anne Brandhøj (Dinamarca): uma das três talentosas designs

A designer dinamarquesa Anne Brandhøj produz objetos enigmáticos que cruzam a fronteira entre o funcional e escultura.

Em uma visita a uma serraria local, Brandhøj mudou seu foco para materiais naturais e renováveis que ela mesma conseguiria adquirir.

Ela começou a extrair sua própria madeira e a testar o que aconteceria se ela começasse a moldar a madeira antes de secá-la, valorizando assim as imperfeições, os nós e rachaduras, assim como as distintas qualidades das faces.

Esses detalhes são as características que definem os designs que ela produz agora em sua oficina em Copenhague, que ela descreve como “esculturas funcionais ou móveis esculturais”.

Brandhøj fica fascinada com as diferentes formas e substâncias que descobre dentro do tronco de uma árvore recém-cortada, como musgo ou fungo.

“Você não sabe o que vai encontrar ao abrir e acho isso muito bonito”, diz ela.

São justamente esses tipos de formas que a designer explora com a cerejeira na Three.

 

Diferentes tipos de formas que a designer explora com a cerejeira

Diferentes tipos de formas que a designer explora com a cerejeira

Brandhøj incentiva as pessoas a tocarem em seus designs para entenderem a sensação distinta dessa madeira em particular.

“Para algumas pessoas, madeira é apenas madeira”, diz ela, “mas para mim, diferentes tipos de madeira proporcionam experiências completamente diferentes”.

Sno Shelves, Footstool and Stool por Anna Maria Øfstedal Eng (Noruega)

A designer de móveis e utensílios domésticos Anna Maria Øfstedal tem uma veia rebelde que se manifesta nas obras que produz.

Sua linguagem de forma única, que se inspira nas paisagens de floresta selvagem da Noruega rural, desenvolvida como uma reação contra as geometrias lineares que de outra forma dominam o mundo do design.

Seu processo é altamente intuitivo, muitas vezes seguindo dicas do material com o qual está trabalhando, em vez de uma ideia preconcebida de como o objeto será usado.

“Algumas pessoas gostam de desenhar no papel, mas eu prefiro pensar com as mãos”, explica ela.

Ao trabalhar com a madeira, ela experimenta ferramentas que vão do cinzel à motosserra, para criar contornos irregulares.

Os resultados podem ser suaves ou multifacetados, mas todos parecem altamente enraizados no mundo natural.

Com bordo americano, a designer se surpreendeu ao encontrar uma madeira durável que se comporta de maneira semelhante ao freixo norueguês com o qual ela está familiarizada, mas oferece características ainda mais marcantes.

“Quando você esculpe, cria uma paisagem orgânica que é esteticamente agradável”, diz ela.

Isso a inspirou a criar um trio de objetos de mobiliário que combinam suas geometrias de forma livre com os volumes lineares que, até agora, ela evitava.

 

Trio de objetos de mobiliário que combinam suas geometrias de forma livre

Trio de objetos de mobiliário que combinam suas geometrias de forma livre

Trio de objetos de mobiliário que combinam suas geometrias de forma livre

Seguindo as dicas da maneira como o musgo se espalha pela superfície de uma rocha, os designs de Øfstedal Eng incluem uma estante que justapõe prateleiras usinadas em Router CNC altamente texturizadas, um escabelo e um banquinho que destacam os anéis anuais do bordo.

Espécies subutilizadas de madeira dura americana na mão de três talentosas designs

À primeira vista, as três madeiras utilizadas pelas designers para a criação de suas peças crescem abundantemente nas florestas americanas de folhosas.

Contudo, isto equivale a 40% do volume florestal de madeiras duras dos EUA.

Porém, atualmente, são subutilizadas no setor de design.

Além disso, elas são facilmente renováveis e servem como armazenadoras naturais de carbono.

Em outras palavras, essas espécies de madeiras são fortes, táteis, versáteis e esteticamente atraentes – mas ainda assim possuem características próprias.

Carvalho vermelho

Todavia, o carvalho vermelho americano é uma madeira com apelo estético, a madeira é dura e pesada com resistência à flexão, é considerada a espécie dura mais difundida nas florestas da América.

Ou seja, um material resistente com excelentes propriedades de dobragem a vapor, fácil de terminar e envernizar, tornando-o uma escolha ideal para móveis e interiores.

Bordo

Agora, um “primo próximo” do bordo europeu e do sicômoro, o bordo americano é uma espécie de clima frio que favorece os estados do norte.

Ao mesmo tempo que é uma madeira predominantemente branca cremosa, também é resistente, podendo ser usinada e polida para um acabamento muito suave, tornando-a a favorita para pisos esportivos em todo o mundo.

Contudo, é também a principal fonte de xarope de bordo.

Cerejeira

Em seguida, a cereja americana. Esta madeira varia de rosa a marrom avermelhado e escurece quando exposta à luz.

Contudo ela é facilmente usinada e produz um acabamento vítreo suave quando lixado e polido.

Igualmente, isso a torna adequada para aplicações de torneamento, painéis e folheados, e suas propriedades acústicas a tornam ideal para instrumentos musicais e auditórios.

Agora que você conheceu um pouco do trabalho dessas três talentosas designs, confira mais imagens de suas peças em 3daysofdesign.

Sobre o American Hardwood Export Council (AHEC)

De antemão, saiba que por mais de três décadas, o American Hardwood Export Council (AHEC) é o maior representante da indústria madeireira dos EUA.

Primordialmente, defendendo o desempenho, a sustentabilidade e o potencial para design das madeiras de lei americanas em todo o mundo.

Agora, como a principal associação internacional de comércio da madeira de lei para a América do Norte, o AHEC opera um programa sem fins lucrativos.

Sobretudo, o que representa milhares de empresas envolvidas na produção e exportação de madeira – desde pequenas serrarias familiares até grandes fabricantes de pisos.

Deste modo, ela é estabelecida para unir esse amplo espectro de empresas com uma única voz global.

Portanto, o AHEC construiu com sucesso uma marca reconhecida internacionalmente, comercializando mais de 20 espécies de madeira de lei americana e aumentando a demanda em todo o mundo.

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