Juros baixos e melhores opções de investimento no setor, além de pequenas obras, reparos e melhorias em casa, provocadas pelo isolamento, se refletem na demanda por projetos e desafiam profissionais a criar novas formas de atendimento
Publicado em 17 de dezembro de 2020 | 12:22 |Por: Thiago Rodrigo
Embora seja cedo para mensurar o impacto da pandemia do coronavírus na construção civil e no mercado imobiliário alguns indicadores apontam para uma rápida recuperação e já aquecem os negócios de design e arquitetura pelo país. A redução da taxa básica de juros, a Selic, a 2% ao ano – o menor nível da história – é um dos principais termômetros.
O setor reagiu rápido com a possibilidade de melhor rentabilidade aliada a segurança de investimento em bons empreendimentos. É um movimento que ganha ainda mais força porque os juros baixos também incentivam a troca do aluguel pela casa própria.
Outro fator que contribuiu para a reação foram as pequenas obras. Com grande parte da população passando mais tempo em casa e o pagamento do auxílio emergencial aos que tiveram perda na renda, simples reparos e algumas melhorias foram colocadas em prática.
“No período de isolamento, as pessoas passaram a repensar melhor a forma como se relacionam com a própria casa e o quanto de fato ela atende às demandas do dia a dia”, diz Raphael Tristão, CEO da construtech Archademy, primeiro e maior Market Network de arquitetura e design no Brasil.
– Rejeitos de madeira se convertem em painel OSB
Estudo realizado pela construtech revela que mais de 85% dos escritórios sediados na Archademy geraram propostas no período de isolamento social. Ao todo, 77,5% dos escritórios receberam solicitações de projetos focados no lar, dos quais 59,5% abrangiam reformas no layout geral.
Dos pedidos, 50,5% envolviam adaptação das casas para home office, enquanto 47,5% demandavam também adequação dos espaços de convivência da família e 21,5% incluíam reformatação do ambiente para crianças. “As nossas necessidades e atividades mudaram dentro de casa. Com a quarentena, o olhar das pessoas está mais voltado para questões conceituais, como conforto e usabilidade do lar, para o que a casa de fato representa para elas”, destaca o arquiteto Renato Mendonça.
Ele mantém seu escritório na Archademy e apresenta o programa “24h para redecorar”, transmitido no canal HGTV e, agora, também no Home&Health. O escritório, inclusive, triplicou o número de propostas na pandemia.
Não foi diferente com a arquiteta Michelle Mariotto, da 2Me Arquitetura. Ela fechou mais de 3 projetos nesse período de quarentena e se adaptou para atender os clientes de forma 100% remota, por videoconferência e telefone. “Tenho percebido a demanda dos clientes por casas menores, mais fáceis de cuidar, que trazem mais conforto e praticidade, palavras-chaves que deverão nortear os trabalhos mesmo no pós-coronavírus”.
A especialista gravou uma série de vídeos, com dicas de como fazer pequenas modificações no ambiente, melhorando iluminação e utilizando objetos de decoração estratégicos, e postou nas redes sociais do escritório. “Tivemos um engajamento ótimo e queremos manter essa rotina para expor melhor o nosso trabalho e ajudar os clientes a terem mais qualidade de vida nesse momento”, conta.
Para Tristão, há um aumento nas alternativas para recorrência de projetos durante a crise, com novos serviços, principalmente aqueles cujo processo seja majoritariamente digital. Porém, o ticket médio dos projetos tende a diminuir, visto o cenário de crise econômica que estamos vivenciando”, analisa. “Isso vai aumentar a necessidade de os escritórios otimizarem seus processos e reduzirem custos, para que possam aumentar o volume de serviços prestados por mês. Capacidade de prospecção ativa também será essencial para os escritórios daqui para frente”, complementa.
A Archademy é o primeiro e o maior Market Network de Arquitetura e Design de Interiores do Brasil. Por meio de sua plataforma e comunidade a Archademy capacita arquitetos com conteúdos especializados, fomenta transações em seus centros de negócios, possibilita o gerenciamento de projetos e oferece crédito para a realização de projetos.
Hoje a comunidade Archademy conta com 50 mil arquitetos, o que representa 30% do mercado brasileiro. A startup, fundada em 2016, já acelerou a consolidação de mais de 1.000 escritórios desde sua criação. A construtech investe também na captação de clientes corporativos para serem disputados através de concorrência entre os escritórios que estão no programa de aceleração.
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