‘Semear Sonhos’: a proposta criativa da CASACOR 2025

Tema da CASACOR 2025 propõe que habitantes das cidades se apaixonem pelo futuro. A marca também anunciou sua expansão para a Costa Rica

Publicado em 15 de janeiro de 2025 | 09:24 |Por: Júlia Magalhães

A CASACOR, a maior plataforma cultural de arquitetura, paisagismo, arte e design de interiores das Américas, apresentou sua proposta criativa para 2025: “Semear Sonhos”.

O tema foi definido pela equipe curatorial após uma análise aprofundada de cenários e tendências e foi revelado no início de dezembro, no Teatro Cultura Artística em São Paulo, durante o Eixos CASACOR — evento anual que explora o futuro da arquitetura e do design, oferecendo novas perspectivas para arquitetos e patrocinadores.

A apresentação contou com uma exploração visionária liderada por Marko Brajovic, arquiteto e designer especializado em biomimética — área que se inspira na natureza para desenvolver soluções sustentáveis e inovadoras para desafios humanos. Formado em arquitetura pela Universidade de Veneza e com mestrado em Design Paramétrico, Brajovic é conhecido por suas colaborações com grandes marcas e instituições culturais, criando projetos que unem design, arte e natureza.

O Atelier Marko Brajovic apresentou a obra “Cidade-Floresta”, uma introdução inspiradora às reflexões propostas pela CASACOR para 2025, reforçando o compromisso da marca com questões contemporâneas que impactam o mercado.

Durante o evento, a CASACOR também anunciou sua expansão para a Costa Rica, na América Central, o lançamento de um novo site totalmente reestruturado para melhorar a experiência do usuário e a data da mostra paulistana, seu principal evento do calendário, que ocorrerá de 20 de maio a 27 de julho de 2025.

Semear Sonhos: pilares e conceito para CASACOR 2025

A proposta “Semear Sonhos” se fundamenta em três pilares essenciais: sonhos coletivos, ecossistemas em cooperação e confluência de saberes.

  • Sonhos coletivos: convida os profissionais a refletirem sobre a importância de sonhar coletivamente e imaginar um futuro desejável, pautado pela harmonia e colaboração.
  • Ecossistemas em cooperação: propõe a integração entre o ambiente urbano e a natureza, transformando as cidades em ecossistemas vivos e desafiando a tradicional separação entre construções e o meio ambiente. A ideia é criar cidades que funcionem como florestas.
  • Confluência de saberes: defende a colaboração entre disciplinas e culturas, promovendo a transdisciplinaridade como um caminho para soluções inovadoras e sustentáveis, conectando áreas como arquitetura, engenharia, biologia e ciências sociais.

Livia Pedreira, presidente da curadoria, destaca a urgência de repensar práticas urbanas diante do crescimento populacional. “O mais recente Relatório das Cidades Mundiais da ONU-Habitat aponta que 68% da população viverá em áreas urbanas até 2050. Hoje, essa média já é de 56%. A pesquisa da CASACOR destaca a natureza como uma aliada nas cidades, onde a vida acontece. É preciso imaginar um novo modo de morar e sonhar coletivamente, em um pacto planetário pela sobrevivência da espécie humana.”

Imaginar o futuro: a visão de Marko Brajovic

“As coisas não acontecem se não puderem ser imaginadas”, afirma Marko Brajovic ao apresentar uma provocação inspiradora: a Marginal do Rio Pinheiros, em São Paulo, transformada em uma área coletiva com águas próprias para banho e vegetação tropical, funcionando como uma floresta alimentar urbana.

Esse cenário, viabilizado pela biomimética, baseia-se em processos regenerativos e interações metabólicas para tratar água e distribuir informações. A visão propõe uma cidade onde todas as formas de vida cooperam em uma rede integrada, unindo arquitetura biológica, atividades produtivas e coexistência abundante.

Marko acredita que sofremos de uma “incapacidade de visualizar futuros possíveis” e busca reativar essa habilidade por meio de seus projetos. Ele destaca que os habitantes das cidades precisam se apaixonar pelo futuro e transcender a lógica mercantil, entendendo que a sobrevivência depende da cooperação entre todos os seres, humanos e não humanos.

Além da colaboração, a natureza ensina processos regenerativos que podem ser aplicados às cidades. Em vez de parques isolados, ele propõe uma cidade-floresta, onde o verde se espalha por todos os cantos, levando consigo vida, frescor e qualidade do ar.

Para Marko, os parques contemporâneos são espaços onde as cidades do futuro nascerão, pois já abrigam lojas, eventos e ativações. Ele enfatiza a necessidade de apropriação e empatia pelos parques, criando uma identidade coletiva. Quando os habitantes se reconhecem nesses espaços, torna-se possível imaginar e construir cidades mais sustentáveis e integradas à natureza.

CASACOR São Paulo 2025 no Parque da Água Branca

Guiada por essa visão de futuro, a CASACOR São Paulo realizará sua 38ª edição no Parque da Água Branca, um espaço verde urbano com grande importância histórica e cultural. Com seus 137 mil metros quadrados de Mata Atlântica preservada, o parque, inaugurado em 1929 e protegido como patrimônio, representa um refúgio natural único na cidade, unindo história e natureza.

“Tivemos a sorte de encontrar o Parque da Água Branca para abrigar a próxima edição da CASACOR São Paulo. Nossa pesquisa curatorial destaca a necessidade de um novo pacto com a natureza, onde os saberes natural, vernacular e científico convergem para oferecer alternativas em meio à transição climática”, afirma Lívia Pedreira, presidente da curadoria.

Para André Secchin, CEO da CASACOR, o local é o cenário ideal para 2025: “Encontramos o espaço perfeito para falar de futuros possíveis, conectando a vida urbana ao ambiente natural. A ocupação do parque busca reimaginar seu potencial, promovendo a regeneração cultural, ambiental e social e destacando a importância das áreas verdes no desenvolvimento urbano.”

A CASACOR São Paulo 2025 acontece de 20 de maio a 27 de julho, no Parque da Água Branca (Rua Dona Ana Pimentel, 40), com apoio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) e do Governo do Estado de São Paulo.

Foto destaque: São Paulo 2050 – a Marginal do Rio Pinheiros reimaginada como área coletiva e multiespécie. Créditos: Atelier Marko Brajovic

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