Começa oficialmente o 11º Congresso Nacional Moveleiro
Com palestras, negócios, exposição de móveis e premiação de design, 11º Congresso Nacional Moveleiro debate o setor em meio a mudanças climáticas
Publicado em 1 de outubro de 2024 | 10:45 |Por: Thiago Rodrigo
Começou o 11º Congresso Nacional Moveleiro. Realizado pela Abimóvel em parceria com a Fiep em sua sede em Curitiba (PR), entre hoje e amanhã (1 e 2 de outubro), tem como foco principal como a indústria moveleira brasileira pode ajudar na reconstrução de vidas e na recuperação econômica em áreas atingidas por catástrofes. Cerca de 700 participantes são esperados, entre arquitetos, designers, influenciadores e representantes da indústria e do varejo.
O presidente da Abimóvel, Irineu Munhoz, fez discurso previamente a representantes do Sebrae e da Fiep e disse que “em tempos de desastres naturais e crises ambientais, nossa indústria tem a missão de criar soluções que unam sustentabilidade e inovação para ajudar”.
Recheado de palestras, negócios, exposição de móveis e premiação de design, o evento aborda os impactos de tragédias ambientais, discutirá a responsabilidade social e sustentável da indústria moveleira e muito mais – confira a programação completa. Na primeira palestra do primeiro dia, “Vivências e lições aprendidas com as catástrofes do Rio Grande do Sul”, dois empresários compartilharam suas experiências com o ocorrido no estado gaúcho no primeiro semestre deste ano.
Wagner Ávila é empresário na área de estética e atuou nos resgates no Rio Grande do Sul, responsável por toneladas de doações para o estado. Ele contou sua experiência na catástrofe climática que ocorreu no estado gaúcho este ano, com a água tomando aos poucos ruas, casas, comércios e indústrias. Ele viabilizou a ideia de criar “flutuantes”, peças de madeira para levar, inicialmente, animais de grandes portes.
“Levamos animais, famílias e alimentos para quem não queria sair de dentro de suas casas, além de geradores. Foi inacreditável ver que algo tão pequeno dentro de uma caçamba pudesse gerar algo tão grande. Um pequeno movimento gerou uma ação enorme de ajuda”, diz Wagner. O pai do empresário faz móveis com restos de madeiras para as pessoas que perderam tudo na tragédia. “No meio da destruição, ainda se gera alegria e se pode construir algo para alguém”.
“Essa história é sobre fazer a diferença. É sobre ter a coragem de agir e acima de tudo é sobre acreditar. Hoje, estamos aqui para diminuir a distância entre a tristeza e a felicidade”, destacou Wagner antes de agradecer aos presentes e a quem ajudou com doações e de outras formas o estado do Rio Grande do Sul.
Presidente da Movergs e da feira Fimma Brasil, diretor da Multimóveis, Euclides Longhi esteve no palco para também compartilhar uma experiência de que em setembro de 2023, na maior catástrofe climática do estado, tiveram 360 mil pessoas atingidas e 21 mil desalojadas. Acabou sendo uma prévia do que ocorreu em 2024. “A catástrofe começou na Serra Gaúcha, com a chuva iniciando e demorando uma semana para chegar em Porto Alegre, a 9 metros acima do nível do mar”, contou.
“No dia 27 de abril, quando começou a chuva, ficamos em casa. Em 30 de abril teve um desmoronamento e nossa empresa é a mais alta, tivemos interditado a avenida principal. Dias depois tivemos 834 desmoronamentos”, disse. Para angariar doações, Euclides sugeriu a aquisição pelo Centro da Indústria e Comércio (CIC) e disse que o estado que mais colaborou foi o Paraná, agradecendo também à ajuda da Abimóvel e do Sima. “A solidariedade é de todo mundo e isso nos enche de orgulho”.