Supersalone 2021: sustentabilidade e ciclo de vida do móvel
Presidente do Salone del Mobile, Maria Porro diz que empresas estão olhando mais para sustentabilidade e o ciclo de vida do móvel
Publicado em 7 de setembro de 2021 | 19:40 |Por: Thiago Rodrigo
“Todo mundo está falando de sustentabilidade, mas espero que não seja tarde”, disse Maria Porro, a nova presidente do Salone del Mobile Milano, que realiza a maior feira de design de móveis do mundo. O iSalone, como é conhecido, ocorre em formato especial neste ano ainda atípico, como Supersalone 2021 desde o dia 5 e até o dia 10 deste setembro.
Na coletiva de imprensa neste dia 7 de setembro, ela apontou que o móvel, feito de tantos materiais, parece ser simples de ser manufaturado, mas não é. Para além do produto acabado seja com madeira, metal, pedras, couros, vidros e outros componentes e insumos, uma parte muito importante do mobiliário é o ciclo de vida, considerando não apenas de onde o móvel vem, mas para onde o móvel vai, e também a responsabilidade social das empresas moveleiras.
“Há uma outra vida depois, eu sinto que as marcas estão pensando a respeito desse aspecto. Não é menos é mais, mas talvez estejamos voltando para a essência do móvel”, disse e acrescentou: “Penso que as empresas de móveis têm de pensar em ambas as partes: de onde vem e para onde vai, além dos materiais, as condições de trabalho das pessoas da empresa, os locais de trabalho são bons ou não, eles usam boa energia?”.
– Mobiliário brasileiro no Supersalone
Diante dessas questões, ela considera que o Salone del Mobile tem a oportunidade de questionar e debater isso enquanto as empresas fazem o mesmo com base na pesquisa. “O filósofo italiano Petrosini me disse que o ser humano é um agricultor e um guardião. Se for somente um guardião, o mundo para. Se for somente um fazendeiro, o mundo pode ser destruído. O balanço está entre esses aspectos”, disse Maria.
Ela não acredita que tem de parar a pesquisa, porque faz parte da natureza do ser humano, mas fazer o mesmo balanço e dar a mesma importância tanto para o lado guardião quanto para o lado fazendeiro/agricultor, sendo importante falar da essência da empresa para todos. “É importante comunicar para os consumidores. Somos responsáveis pelo produto e pelo reuso, a segunda vida do móvel”.
Maria Porro comentou sobre os escritórios de trabalho. “Talvez as marcas de móveis possam oferecer serviços, então, não somos apenas vendendo a cadeira, mas além de vendendo, porque afinal é um negócio, mas também para manter o móvel. Então há também uma segunda vida. Sim, é preciso mais a essência, não só o produto, mas a história dele, que dure”.
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