Preservação das florestas pelos fabricantes de painéis de madeira

Saiba como fabricantes de painéis de madeira cuidam de suas florestas e atuam com uma produção ambiental e social

Publicado em 3 de janeiro de 2023 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo

O uso de matéria-prima de fonte renovável é intrínseco ao negócio de produção de painéis de madeira. Desse modo, as empresas têm, ao menos precisam ter, a sustentabilidade como princípio essencial a atuação no mercado. Para saber mais a respeito disso, buscamos saber das fabricantes de painéis como têm empreendido a respeito da proteção ao meio ambiente em suas fábricas e preservação das florestas, durante a produção das chapas e na relação com os funcionários.

Berneck

Toda a madeira processada e comercializada pela Berneck® é proveniente de florestas plantadas, evitando a exploração de florestas nativas e garantindo o emprego e renda no campo para muitas famílias.

As práticas de manejo florestal sustentável, adotadas nas florestas, asseguram a utilização racional dos recursos naturais para a produção em escala e longo prazo da matéria-prima que abastece as fábricas. A proteção dos mananciais e a restauração das matas ciliares também fazem parte dos programas florestais da Berneck®.

Anualmente, a empresa planta mais de 7 milhões de árvores para colher, selecionar e transformar na matéria-prima dos produtos. “As florestas plantadas junto com as reservas nativas, contribuem na regulação dos ciclos hidrológicos, no controle de erosão e da qualidade dos solos, na conservação da biodiversidade, na captação ou sequestro de carbono, fundamental para reduzir os efeitos das mudanças climáticas no mundo”, afirma Graça B. Gnoatto, diretora comercial e marketing. No processo de replantio das florestas, a Berneck® adota o cultivo mínimo, sem utilizar o fogo para o preparo das áreas.

As unidades industriais da empresa foram inteiramente planejadas para realizar a captação da água da chuva para ser utilizada nos processos industriais. Os resíduos do processo de produção – como a casca do pinus e o pó da madeira gerado nos processos de classificação, moagem e lixamento – produzem calor e vapor para os processos produtivos e energia por meio da queima de biomassa.

Graça assinala que essa energia limpa e renovável corresponde a aproximadamente 50% da energia utilizada nos processos industriais, poupando recursos naturais e diminuindo os custos de produção. Parte dos resíduos são provenientes de resíduo de outras indústrias.

Berneck

Fábrica de Lages em abril 2021: Berneck busca sempre atualizar os parques fabris, investindo em novas tecnologias e em melhorias e atualizações nos processos

A empresa também desenvolve diversas ações destinadas à preservação do meio ambiente, como tratamento de efluentes, controle de poluição, gerenciamento de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, campanhas permanentes de educação ambiental, entre outras.

“A sustentabilidade está presente em todos as áreas. Desde o plantio e colheita de árvores à manufatura de produtos que são essenciais paras as necessidades humanas”, ressalta a diretora.

Ela acrescenta que a empresa investe no desenvolvimento técnico e humano de seus mais de 2,7 mil colaboradores diretos no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, por meio de treinamentos e programas especiais, como: programa de qualidade de vida, programa trainee, processos de recrutamento interno, bolsa auxílio para financiamento de cursos técnicos, graduação e pós-graduação, entre outros.

Movergs e Sindmóveis empossam novas diretorias

Os investimentos em tecnologia e inovação são constantes na Berneck, segundo Graça: “Não paramos nunca”. Dessa maneira, para incremento de produção, a Berneck iniciou em novembro do ano passado uma nova linha de revestimento com BP para os painéis de MDP e MDF.

Está instalando mais um parque industrial com previsão de inauguração para outubro deste ano, em Lages (SC) que terá uma linha de MDF e uma serraria para Pinus que irá aumentar em 75% a capacidade produtiva. “Para ano que vem, temos um incremento de grande porte na linha de MDP de Curitibanos, que nos permitirá dobrar a produção deste produto naquela planta”, expõe Graça.

Duratex

Responsável por cerca de 200 mil hectares de florestas plantadas e áreas de conservação distribuídas em fazendas próprias e arrendadas para o abastecimento das fábricas de painéis de madeira, a Duratex foi a primeira empresa da América do Sul a obter a certificação FSC® (Forest Stewardship Council®) para Manejo Florestal, segundo Giancarlo Tomazim, gerente de inovação corporativa & sustentabilidade.

Na estratégia de sustentabilidade da Duratex, o manejo florestal possui metas específicas, com previsão de atingimento até 2025, que refletem o comprometimento com o tema. “Dentre elas podemos destacar a de ter 100% das comunidades envolvidas no planejamento da colheita, assegurar que 100% das áreas próprias estejam com o manejo certificado e dobrar as bases genéticas”, aponta Giancarlo.

Duratex

Desde 1995, a Duratex possui o selo FSC® que atesta que as atividades são ambientalmente adequadas, socialmente benéficas e economicamente viáveis

As fábricas da Duratex contam com sistema de gestão ambiental, tem certificação ISO 14001. Essa isso permite, entre outras coisas, monitorar de forma consolidada o desempenho em cinco diferentes indicadores: água, efluentes, emissões, energia e resíduos. Além disso, a Duratex possui metas específicas de ecoeficiência, ligadas, por exemplo, a ampliação do uso de energia renovável, redução do consumo de água e do envio de resíduos para aterros.

Garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro para os cerca de 13 mil colaboradores é um dos grandes compromissos da Duratex, destaca o gerente de inovação.

“Este ano o DuraSeg celebrará o oitavo ano de atividade do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional. A iniciativa, que foi instituída nas 20 unidades industriais e florestais da companhia visando à meta de zero acidentes, já coleciona excelentes resultados, conquistamos a certificação OHSAS 18001 de Saúde e Segurança em diversas unidades operacionais”, destaca.

Segundo ele, os colaboradores são orientados sobre os cuidados que devem ser tomados durante as operações de modo que evitem ou minimizem os impactos das operações no meio ambiente, como não derrubar árvores nativas e não invadir áreas de conservação.

Eucatex

O environmental, social and corporate governance (ESG) vem ganhando destaque no âmbito econômico sendo um atrativo no mercado pelo fato de estarem associados à negócios sólidos, com baixo custo de capital e maior segurança contra riscos atrelados a fatores ambientais.

Além disso, são considerados substanciais ao desenvolvimento e negócios de uma empresa, levando os investidores a buscarem cada vez mais dados específicos de companhias para apoiar seus processos de tomada de decisão.

Desse modo, há décadas a Eucatex busca e desenvolve as melhores práticas ambientais, sociais e de governança, conhecidos como “Critérios ESG”, de acordo com Fernanda Abilio, coordenadora de tecnologia e meio ambiente na unidade floresta da Eucatex.

“É por meio do respeito à legislação, preocupação com a conservação dos recursos naturais, comunidades do entorno e colaboradores que a empresa busca excelência de atuação, desde o manejo responsável de suas plantações até a governança e gestão de pessoas”, diz.

Eucatex

O manejo das plantações objetiva produzir florestas de alta produtividade a custos competitivos, buscando a melhoria contínua do processo

A Eucatex considera os colaboradores os ativos mais valiosos da organização. Por isso, busca manter equipes sólidas e duradouras que são resultado de boa gestão, tratamento humanizado e adoção de ações de engajamento e estímulo ao bem-estar e progresso dos colaboradores, tanto próprios quanto os terceiros.

“Desenvolvemos treinamentos visando capacitação contínua a fim de aprimorar profissionais capacitados a conduzir equipes de diferentes perfis com competência, entrega de resultados e, sobretudo, desenvolvimento pessoal”, justifica Fernanda

O manejo das plantações objetiva produzir florestas de alta produtividade a custos competitivos, buscando a melhoria contínua do processo, com a adoção de procedimentos que consideram cuidados ambientais para a conservação e preservação das áreas nativas.

Atualmente, dos 38 mil hectares manejados pela empresa, cerca de 31 mil hectares são de florestas plantadas de eucalipto e mais de 5,8 mil deles são áreas destinadas exclusivamente à preservação e integração de recursos ambientais, como por exemplo a boa relação entre componentes da flora, fauna e recursos hídricos.

Preservação das florestas: Guararapes

Desde 1992, o reflorestamento faz parte do processo produtivo da Guararapes e os resíduos da madeira utilizada no processo de fabricação do compensado tornam-se matéria-prima na produção do MDF, prezando pela qualidade e sustentabilidade em toda cadeia produtiva.

Em paralelo, a empresa realiza o tratamento da água utilizada na produção. “A água é devolvida ao meio ambiente em condições superiores à captação e em total conformidade com o exigido pelos órgãos de proteção ambiental”, diz Jessica Hori, coordenadora de produto e especificação.

Além disso, a empresa possui certificações como o FSC® – Forest Stewardship Council® (Conselho de Manejo Florestal), que atestam o compromisso com um manejo florestal responsável, ou seja, ambientalmente correto, socialmente benéfico e economicamente viável.

Também possui o ISO 14001 – International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização), que confirma que são uma empresa que segue padrões internacionais de qualidade e gestão ambiental.

Somado a isso, ao longo da história da Guararapes, a empresa sempre buscou investir constantemente na modernização das unidades fabris, seja para suprir as necessidades de ampliação da produção, oferecer produtos mais inovadores e sustentáveis ou para atender os mercados mais exigentes.

Reportagem publicada originalmente na Móbile Fornecedores 308

Sustentabilidade na exportação de móveis

Empresas do Brazilian Furniture contam com apoio da Abimóvel para melhor gestão sustentável em ação que tem dado resultados

Publicado em 2 de janeiro de 2023 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

Sustentabilidade, sustentabilidade, sustentabilidade. Bater nessa tecla pode parecer exaustivo, entretanto é um método fundamental que beneficia empreendimento e sociedade, as pessoas e o planeta. Afinal, há muitos caminhos para o futuro das empresas de todo o mundo e a maioria deles apontam para a sustentabilidade como pilar essencial.

Por isso que a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) em parceria com a Apex-Brasil, criou o Programa de Sustentabilidade do Setor do Mobiliário (Simb) para as empresas participantes do Projeto Brazilian Furniture. Iniciado em 2017, o Simb visa promover o processo de aprimoramento da prática da gestão sustentável na indústria moveleira.

Um dos principais objetivos do Simb é fomentar e apoiar iniciativas que aproximem os elos da cadeia produtiva gerando sinergias, potencializando as vantagens comparativas nacionais relacionadas ao setor de base florestal e promovendo maior consumo de madeira certificada de manejo florestal sustentável.

Com efeito, irá colaborar para a maior inserção da indústria moveleira brasileira no mercado mundial. “O aumento da demanda de madeira certificada, por exemplo, contribuirá para o aumento da oferta de madeira e, consequentemente, para o aumento do estoque de carbono (reforçando a redução de emissões de GEEs)”, explica a diretora executiva da Abimóvel, Cândida Cervieri.

Rometal e o uso de sistemas deslizantes no mobiliário

A Abimóvel criou o programa para mostrar que o setor moveleiro brasileiro está ciente do contexto da realidade da cadeia do mobiliário no País, buscando trabalhar de forma proativa na transformação dela. Desse modo, é claro que a sustentabilidade é uma força essencial que colabora para isso, sendo um processo de aprimoramento da prática da gestão em suas três vertentes: econômica, social e ambiental.

“A criação e abordagem da ‘sustentabilidade na indústria de móveis’ tem o propósito de promover o tema da gestão sustentável no setor do mobiliário e colaborar para que as empresas do projeto aprimorem a prática da gestão. O objetivo sempre foi o de transformar o Brazilian Furniture em uma evidência de qualidade para as marcas das empresas”, diz Cândida.

O Brazilian Furniture tem procurado transmitir para os mercados interno e externo um forte compromisso do Brasil com a evolução contínua da gestão sustentável do setor moveleiro, quer seja ela econômica, social ou ambiental.

“É imprescindível mostrar que as empresas brasileiras estão empreendendo sustentavelmente e que estamos fazendo o dever de casa”, destaca Cândida

O primeiro movimento da Abimóvel para criar o Simb foi aderir ao Fórum do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), o que ocorreu no final de 2018, no mesmo dia em que a Apex-Brasil também oficializou a sua associação. O segundo passo foi compreender qual as políticas estratégicas e linhas de ação que necessárias observando a cadeia produtiva moveleira, o mercado mundial e as melhores práticas de mercado.

“A metodologia do programa focou em alguns pilares de trabalho a partir da realização de um diagnóstico das empresas do Projeto Setorial, permitindo que elas se autoavaliassem e, imediatamente, recebiam um Plano de Ação para melhor ampliar sua capacidade de gestão sustentável e, com isso, aumentar a competitividade internacional”, explica a diretora da Abimóvel. A partir disso seria possível começar a tornar a indústria moveleira nacional referência em sustentabilidade no exterior.

Planos de sustentabilidade na exportação de móveis

Além de ter um Plano de Trabalho, o Simb conta com uma Plataforma de Diagnóstico — que está sendo aperfeiçoada em função das demandas e funcionalidades —, além de um corpo técnico e de consultores que trabalham na construção e implantação de cada ação a ser desenvolvida.

“A cada ciclo de dois anos, reavaliamos as atividades com os parceiros e indústrias, sempre com o olhar no mercado global, na agregação de valor, na melhoria da gestão, na diferenciação e na evolução do posicionamento da indústria no mercado”, destaca a diretora. Também é construído uma rede de parceiros que em estreita sinergia trabalham de mãos dadas no apoio às indústrias e ao setor moveleiro.

Para participar dos projetos da Abimóvel, como o Brazilian Furniture e do Simb é necessário que as indústrias sejam associadas. Ao se associar, as empresas têm acesso a um portfólio de ações, produtos, estudos de inteligência comercial, bem como outros diversos serviços.

No caso do Simb, há alguns deveres exigidos e essas regras de “compliance” fazem parte dos protocolos de proteção e de gestão das indústrias e das entidades. Nomes e informações das empresas são mantidas em sigilo na realização dos diagnósticos, planos de ação e atividades decorrentes.

Execuções nos últimos anos

1 – Desenvolvimento e implementação de Plataforma de Diagnóstico de Sustentabilidade;
2 – Entrega e acompanhamento do Plano de Gestão de cada indústria;
3 – Plano de Capacitação;
4 – Articulação de parcerias nacionais e internacionais;
5 – Plano e Estratégia de Comunicação;
6 – Manual de Exportação Sustentável para os mercados-alvos;
7 – Estudo/viabilidade para a implantação de certificação/selo para a indústria;
8 – Estudo/Inventário da Pegada de Carbono do setor moveleiro brasileiro.

O cronograma de execução do Simb é dividido em sete ciclos de três meses cada um, indicando as atividades e entregas de cada produto em cada ciclo. “Um trabalho focado e obstinado da equipe da Abimóvel e um grupo de pesquisadores/estudiosos foram contratados, pois a entidade tem presente a importância do tema e do planejamento para os próximos passos que vamos empreender para a alavancagem da indústria brasileira”, explica Cândida.

Tudo para atender melhor o mercado – local e mundial – cada dia mais competitivo e exigente. “Não só quanto às questões de certificação, design, qualidade, mão-de-obra, mas também de gestão da sustentabilidade em todas as suas vertentes”, salienta.

No biênio 2017-2018, o processo foi diferente. Foi feito o mapeamento de oportunidades das melhores práticas locais e mundiais; análise de vários estudos e pesquisas internacionais; mapeamento dos concorrentes; criação de mecanismos de interação com os parceiros internacionais e as indústrias, entre outros. Isso porque, segundo a diretora, era necessário ter um embasamento dos fatos, dos cases mundiais e da capacidade de compreensão de como o projeto poderia avançar de forma a melhorar a performance das empresas. “Nossas equipes e consultores estarão reunidos em breve para finalizar a compilação das ações e estratégias para 2021-2023”, pontua.

Cases de sustentabilidade na exportação de móveis

Cândida aponta que há muitos casos de destaque de empresas que estabeleceram protocolos de gestão em sustentabilidade e que são referência para o setor moveleiro. Entre elas estão Grupo Todescchini (RS), Etel Carmona (SP), Caemmun (PR), Tramontina na unidade de Belém (PA), Sier (MG), Ornare (SP), Tidelli (BA), James (SC), Officina Móveis (PB).

Essas empresas têm casos que envolvem ações de tratamento de resíduos, reaproveitamento de matérias-primas, práticas de economia circular, planos de logística reversa, certificações e todos os tipos de normas ambientais, econômicas e socialmente sustentáveis.

“É imprescindível, neste momento, mostrar que as empresas brasileiras estão empreendendo sustentavelmente e, ao mesmo tempo, dar transparência e foco ao mercado – local e mundial –, que estamos fazendo o dever de casa. Embora ainda tenhamos muito a avançar, somos uma indústria e um setor que se destaca em práticas mundiais de certificação, gestão, implementação de metodologias e processos de produção limpa”, define Cândida – é por tudo isso que o Simb atua.

Reportagem publicada originalmente na Móbile Fornecedores

ESG na indústria moveleira: Sayerlack

Na sexta parte dos cases de ESG na indústria moveleira, Marcelo Cenacchi, diretor da Sayerlack conta como atua com o conceito

Publicado em 30 de dezembro de 2022 | 09:00 |Por: Thiago Rodrigo

Entre 19 e 30 de dezembro, apresentamos entrevistas especiais sobre a aplicação do conceito de ESG na indústria moveleira. Serão seis fornecedores, Biesse, Dexco, Farben, Henkel, Killing e Sayerlack, que contam como incorporaram os conceitos de ESG, a colaboração que gerou para a empresa, sociedade, meio ambiente e clientes, entre outros.

Portal eMóbile | Quando a empresa incorporou o ESG em seu negócio e como foi essa introdução, simples, difícil, com muitos investimentos, transformações?
Marcelo Cenacchi | A sustentabilidade é pauta constante nos quase 54 anos da Sayerlack e, antes mesmo da sigla ESG ganhar destaque, os três valores apontados: Meio Ambiente, Social e Governança; já faziam parte da forma de fazer negócios e estão descritas na Missão e nos valores da empresa.

Desta forma, os investimentos e as transformações foram implementados e absorvidos ao logo de várias décadas.

A Estação de Tratamento de Efluentes foi inaugurada em 1998. A Sayerlack foi pioneira e provavelmente a primeira empresa da região a ter uma ETE em suas instalações tratando todo o efluente gerado e devolvendo a água totalmente limpa, ao meio ambiente. Hoje, parte da água tratada é usada para regar os jardins e para abastecer um reservatório exclusivo do sistema de combate a incêndios, de 1 milhão de litros; um investimento mais recente.

No social, desenvolvemos inúmeros programas de estímulo a educação, geração de renda e direcionamento de jovens na carreira. Já chegamos a ter salas de aula nas dependências da empresa para fornecer graduação de ensino médio (como um supletivo), assim como aulas de informática. O Projeto Crescer, envolvia as mães e esposas de colaboradores em conteúdo de economia doméstica e geração de renda.

Com a evolução de nosso time, as necessidades foram mudando e hoje desenvolvemos projetos com jovens, com o foco no em seu desenvolvimento para o ingresso no mercado de trabalho, inclusive em processos de seleção para concorrerem a vagas de aprendizes, na própria Sayerlack.

Seguimos evoluindo e investindo em tintas e vernizes mais amigáveis e em todos os processos de gestão, atuando de forma responsável em relação ao meio ambiente e à comunidade. Este é um processo evolutivo e de constante melhoria.

Sayerlack

Sayerlack

Marcelo Cenacchi

eMóbile | Como o ESG colaborou para a empresa gerar menos danos ao meio ambiente, mais fruto à sociedade e ter uma governança exemplar junto aos clientes?
Cenacchi | Entendemos que uma empresa só é perene quando seu propósito é maior do que os produtos que fabrica. Foi assim que a Sayerlack foi fundada e seguimos com essa responsabilidade na determinação de nossos valores.

Como uma empresa que desenvolve tintas e vernizes para que a madeira, em todos os seus usos, tenha uma vida longa; pensamos em cada etapa do nosso processo em que podemos ser sustentáveis utilizando os recursos naturais de forma consciente: desde a pesquisa e desenvolvimento de produtos com matérias primas de fontes renováveis, formulações isentas de metais pesados, resinas de baixo teor de ácido acrílico livre e de solvente residual, até o tratamento de toda a água utilizada em nossos processos.

A Sayerlack foi a precursora no desenvolvimento e na disseminação das tecnologias não agressivas ao meio ambiente, como os produtos e sistemas UV e base Água que estão em constante evolução.

eMóbile | Quais novas práticas foram realizadas pela empresa podem servir de exemplos em cada um dos três pilares do ESG na indústria moveleira?
Cenacchi | Os mais recentes, observado os pilares de Governança e Social, foi em 2015, quando o comitê de ética da Renner Sayerlack S.A, formado por representantes da alta administração de nossas unidades de negócio e os representantes da área de recursos humanos, elaboraram o Código de Ética. Um guia de orientação e de conduta das relações da empresa com todas as partes interessadas norteando as ações e relacionamentos, em todas as atividades.

No ambiental, estamos investindo em um novo sistema de tratamento das emissões atmosféricas geradas na fabricação de resinas. Instalamos um reservatório com 1 milhão de litros de água, exclusivo do sistema de combate a incêndios. Importante salientar que a água que abastece este reservatório de 1 milhão de litros é reaproveitada da nossa estação de tratamento de efluentes. Para isso, adicionamos um segundo tratamento para que possa ser utilizada em equipamentos de combate à incêndios.

Os recursos naturais também são monitorados mensalmente e através de várias investimentos e campanhas de uso consciente, conseguimos uma redução importante nos últimos 4 anos. Reduzimos o consumo de água em 12% e o de energia elétrica, em 4% mesmo com o aumento de equipamentos, reatores e sistemas de produção. Em 2021, 96,35% dos resíduos gerados foram destinados para reciclagem ou reaproveitamento.

eMóbile | Quais impactos positivos do negócio foram potencializados a partir do ESG? Quais impactos negativos foram minimizados?
Cenacchi | As pequenas sementes que temos plantado ao longo dos anos, contribuíram para transformar a realidade de muitas pessoas, famílias e empresas. Somos uma multinacional brasileira presente em mais de 90 países por ter uma atuação responsável, pautada pela ética e pelos nossos valores. O que está no DNA da Sayerlack, é o que realmente acreditamos e, principalmente, o que praticamos.

eMóbile | Quais sugestões que a empresa dá para indústrias de móveis e fornecedores do setor antes de implementarem as práticas ESG?
Cenacchi | Acreditamos que zelar pelo meio ambiente, cuidar das pessoas e ter princípios éticos e morais universais para a condução do negócio, são fatores primordiais se queremos contribuir para um mundo melhor. É obrigação de cada um como cidadão e das empresas, trabalhar de forma correta e honesta, oferecendo condições adequadas para que todos que contribuam para o negócio possam evoluir, se desenvolver e prosperar.

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Indústria 4.0 como manufatura avançada

Indústria 4.0 é a revolução dos processos produtivos e tem na produção conectada o próximo passo para produção de móveis

Publicado em 29 de dezembro de 2022 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo

O processo produtivo da indústria em geral ganhou um conceito que promete revolucionar toda a fabricação de produtos. A Indústria 4.0 é a nova fase da manufatura e propõe fábricas inteligentes com tecnologias para automação e troca de dados utilizando conceitos de sistemas físico-cibernéticos, Internet das Coisas (IoT) e dados na nuvem.

Divulgado pela primeira vez na Hannover Messe em 2011, foi projetado pelo Governo Federal Alemão para assegurar o futuro do país como local de produção com fabricação personalizada para os clientes por meio da interligação dos componentes envolvidos com as mais modernas tecnologias de comunicação e informação.

Indústria 4.0 no setor moveleiro

O nome dessa nova filosofia de trabalho surgiu da verificação do que modificou a indústria no mundo nos últimos cem anos. Iniciada na mecanização, a indústria passou pela eletrificação, evoluiu para a automação e agora chega à interligação.

“Estamos no limite da quarta revolução que inclui a internet, ou seja, tudo conectado”, frisa o engenheiro e diretor de métodos, ferramentas e sistemas da Homag Group, Ernst Esslinger.

O princípio da Indústria 4.0 são sistemas físico-cibernéticos ligando objetos reais com informações de objetos virtuais e processos por meio de informações em rede. “Além do celular, os carros são conectados, as casas têm conexões, isso já são sistemas físico-cibernéticos. Agora eles começam a entrar na indústria”, aponta o engenheiro da Homag. Desta forma, os produtos futuros e meios de produção terão capacidade de comunicação e poderão ser interligados flexivelmente.

Desafios para a Indústria 4.0

No entanto, para a Indústria 4.0 acontecer de fato, é necessário que interfaces sejam padronizadas no mundo todo, como máquinas e modelos de diferentes marcas. Outro impeditivo são os sistemas de tecnologia da informação (TI).

Segundo Esslinger, quando a internet passa pela máquina, cresce a ameaça destes sistemas que transmitem automaticamente informações para as linhas de produção e a totalidade dos sistemas TI envolvidos podem apontar vulnerabilidades, mesmo se são individualmente seguros. Por isso é necessária uma certeza de segurança em TI.

Outro obstáculo, para o engenheiro de software da Dancamac, fornecedora de máquinas da italiana Biesse, Domingos Dellamonica Júnior, é a mão de obra qualificada.

“Softwares da Indústria 4.0 são complexos e englobam ponto de venda, geração de lotes, otimização dentro do esquema produtivo da fábrica, controle de estoques de materiais, análises de custos e tempos de produção entre outros. Somente com pessoal capacitado é possível extrair o máximo do que maquinário e software podem oferecer”, assinala.

Estado de implementação da Indústria 4.0

(x) Interligação das máquinas
(x) Produção personalizadas dos clientes
(x) Peças inteligentes
( ) Dados na nuvem
( ) Sistemas físico-cibernéticos
( ) Interfaces padronizadas
( ) Segurança de TI
Fonte: Homag

Produção conectada

Os componentes da Indústria 4.0 englobam, aborda o engenheiro da Dancamac, conceitos e softwares cujo desenvolvimento está sendo projetados. “Temos certeza de que a indústria moveleira do Brasil caminhará em direção a sua versão 4.0, com investimentos em automação, softwares inteligentes, e capacitação profissional”, analisa. Enquanto o conceito ainda não seja operado em sua totalidade hoje as fábricas podem usufruir de parte deste processo.

A interligação dos processos deixará para trás a conexão piramidal de um nível com outro, pois todos estarão conectados no mesmo nível. “Não existe mais degrau e conexões separadas. Todos podem conversar com todos”, define Esslinger.

O que já há da Indústria 4.0 na produção de móveis é a produção conectada, ou seja, interligação de máquinas, produção personalizadas para clientes e peças inteligentes. “Isso significa que são peças que tenham em código de barras suas informações”, aponta Esslinger.

Interligação

Cinco elementos essenciais são
1 – Componente digital
2 – Máquina inteligente
3 – Conexão vertical
4 – Conexão horizontal
5 – Peça inteligente

Conexão Vertical – Venda > Pedido > Dados > Planejamento > Sistemas de produção

Conexão Horizontal – Estoque > Corte > Pulmão > Bordas > Classificação > Furação > Montagem > Embalagem

A Homag oferece essa produção conectada que passa pela venda ao cliente, construção, geração de dados, planejamento, estoque, corte, classificação/alimentação, revestimento, bordas, furação, inserção de ferragens, montagem, embalagem e assistência técnica.

Sendo que os softwares são importante passo deste processo. “São programas para o escritório, vendas, produção, tudo integrado. É um passo enorme para fazermos essa mudança, assim como para os fabricantes, que não comprarão só a máquina”, diz.

Esslinger enfatiza que, hoje, uma máquina sem a parte de TI em volta dela não tem mais funcionalidade. “É como um smartphone sem internet”, salienta e acrescenta: “Temos esse conceito de produção conectada já funcionando e temos linhas em vários lugares do mundo. A Homag tem esses sistemas e podemos apresentar em simuladores 3D. Os problemas no futuro serão bem menores se todos tiverem com a mesma ideia”.

Soluções de Indústria 4.0

Desenvolvedora de softwares para todas as etapas de uma fábrica moveleira, a Promob está atenta a esse movimento da Indústria 4.0. Segundo o arquiteto de soluções P&D, Elemar Rodrigues Severo Júnior, para uma produção conectada, o programa para elaboração de projetos da empresa faz o planejamento da produção, gera e distribui de forma automatizada todas as informações necessárias para automação das diversas etapas do processo produtivo – incluindo corte, usinagem e acabamento.

“Nossas soluções convertem o desejo do consumidor, expressado no trabalho dos designers de interiores, em planejamento e programas que as máquinas conseguem entender e executar. Além disso, também orientam os processos de embalagem e logística”, afirma.

O arquiteto de soluções enfatiza que isso opera em conjunto “com mecanismos de coleta de dados e sensores espalhados pela fábrica que retroalimentam constantemente os sistemas acelerando a geração de indicadores que apoiam a decisão, permitindo acompanhamento em tempo real da fábrica e otimizando o processo produtivo por meio de lotes em tamanho ótimo e aproveitamento máximo de recursos”, considera.

Case Hali

Na produção conectada para Lote 1, Ernst Esslinger, da Homag, usa como exemplo a empresa Hali, da Áustria, que fabrica móveis para escritório. Com a implementação da produção conectada, a empresa consegue ter 48 milhões de variações em 15 dias de trabalho, com taxas de mercado de 25-30 dias de trabalho. “O setup de uma linha para outra é feita em 1,5 segundo e a empresa teve aumento de desempenho de 30% com o mesmo número de funcionários, muito próximo a uma produção sem mão de obra”, declara o engenheiro.

Para Dellamonica Júnior, da Dancamac, uma fábrica de móveis inteligente define os processos produtivos que permitem tanto a flexibilidade necessária quanto o volume de produção exigido. “Com maquinário certo e software de gestão, desenho e vendas, a fábrica opera com pouco descarte de material, alta produtividade e poucos funcionários, permitindo menores custos na produção e prazos de entrega melhores”, destaca.

Com investimento em pesquisa e desenvolvimento de máquinas e softwares, a Biesse criou o bProcess, solução de gestão de fábrica que permite controlar, por meio do uso de etiquetas e leitores de código de barras, todo o processo produtivo dentro da fábrica. “As máquinas podem ser conectadas em rede e, em conjunto com impressoras e leitores de código de barras, planifica e rastrea todo fluxo produtivo por meio do bProcess”, explica Dellamonica Júnior.

Para uma produção totalmente flexível em uma média indústria, o engenheiro da Dancamac exemplifica que a fábrica pode ter uma célula Winstore para organização do estoque de chapas e preparação de pilhas já na sequência de trabalho; centro de usinagem nesting Rover FT, “que trabalha com chapas inteiras separando peças individuais com fresagem precisa e executando furação vertical das peças, além de sinalizar que a própria máquina pode aplicar etiquetas que identificam cada peça que é produzida”, explica; e uma coladeira de borda. “Uma fábrica como essa é capaz de ser operada com poucos funcionários e de forma muito eficiente pelo software que otimiza esquemas de corte nesting e sequencia o consumo de chapas”, enaltece.

Reportagem publicada originalmente na Móbile Fornecedores 277

ESG na indústria moveleira: Killing

Em mais um case de ESG na indústria moveleira, o consultor de novos negócios da Killing, Felipe Killing Schemes, compartilha tudo sobre o assunto

Publicado em 28 de dezembro de 2022 | 09:00 |Por: Thiago Rodrigo

Entre 19 e 30 de dezembro, apresentamos entrevistas especiais sobre a aplicação do conceito de ESG na indústria moveleira. Serão seis fornecedores, Biesse, Dexco, Farben, Henkel, Killing e Sayerlack, que contam como incorporaram os conceitos de ESG, a colaboração que gerou para a empresa, sociedade, meio ambiente e clientes, entre outros.

Portal eMóbile | Quando a empresa incorporou o ESG em seu negócio e como foi essa introdução, simples, difícil, com muitos investimentos, transformações?
Felipe Killing Schemes | É difícil precisar quando a empresa incorporou o ESG, pois essa sigla veio recentemente ao mercado e ao nosso vocabulário. Porém, a Killing já trabalha com esse conceito desde sua fundação. Mas, claro, sempre temos que melhorar novos indicadores, novos métodos e outros pontos a serem trabalhados. Começamos a ter uma governança maior, uma gestão unificada sobre isso em 2018.

eMóbile | Como colaborou para a empresa gerar menos danos ao meio ambiente, mais fruto à sociedade e ter uma governança exemplar junto aos clientes?
Schemes | Primeiramente, no caso da indústria química, resíduo é custo, é matéria-prima que compramos e não utilizamos em nossos produtos. Esse é um grande ganho, intrínseco ao modelo de negócio, ter eficiência na geração de resíduos é questão de sobrevivência no nosso mercado.

A governança praticada desde os primórdios até hoje, junto aos nossos clientes, comprova os nossos 60 anos de atuação no mercado. Se não tivéssemos isso, não teríamos 60 anos de história. E, no ano 2000, a Killing começou o processo de governança coorporativa, com a criação de uma holding, e um conselho de administração com profissionais externos. Ao longo desse tempo, o conselho foi se envolvendo nessas questões ambientais e de conceito ESG, considerados muito importante para a empresa.

eMóbile | Quais novas práticas foram realizadas pela empresa podem servir de exemplos em cada um dos três pilares?
Schemes | Na verdade, trabalhamos sempre com quatro pilares, a governança é um deles. A existência do conselho de administração é o principal dessa prática, que atua sobre a empresa e a diretoria. Na questão econômica, a empresa tem uma política muito rígida quanto a endividamento e gestão de riscos, é uma empresa muito sólida financeiramente para perdurar por muito tempo.

Tivemos resultados positivos por muitos anos consecutivos e isso também é um ponto muito importante. Na questão social, a pintura de museus e escolas e a promoção do meio-frango, que é uma ação que arrecadou R$ 300 mil e apoiou instituições e ONGs, enquadradas na estratégia social da empresa.

Marcos Quintana

Killing

Felipe Killing Schemes

Na questão ambiental, a questão da gestão de resíduos integrada, em que tratamos o resíduo como se fosse um exame de um paciente, em que identificamos as ineficiências da empresa, para atuar não só na destinação do resíduo, mas na causa da geração dele. Dessa forma, minimiza a geração de resíduos e causa menor impacto ambiental possível. Temos a questão também de que levamos soluções aos clientes, trabalhamos muito forte com produtos à base hot melt ou base água, que não tem solvente, e que geram impacto ambiental bem menor lá na ponta.

eMóbile | Quais impactos positivos do negócio foram potencializados a partir do ESG? Quais impactos negativos foram minimizados?
Schemes | A questão de colocar na ponta do lápis e montar uma estratégia social para a empresa, onde ela causa mais impacto, incluindo a parte ambiental, acaba concentrando os recursos onde eles vão ter um maior retorno tanto ambiental, quanto social.

Isso nos ajudou a gerar mais impacto com o mesmo recurso e achar ganhos de ineficiência dentro da empresa, de processos produtivos que consumiam mais energia, ou de produtos que causavam maior impacto ambiental, que conseguimos fazer escolhas e tomar decisões para ter mais retorno e menos impacto.

eMóbile | Quais sugestões que a empresa dá para indústrias de móveis e fornecedores do setor antes de implementarem as práticas ESG?
Schemes | Acredito que a indústria de móveis, como um todo, poderia, realmente, ir atrás do que causa maior impacto. No caso da madeira, a questão do selo FSC, de origem renovável, será que essa madeira, mesmo sendo de origem renovável, será que está vindo de áreas certificadas com o selo. A questão também da gestão de fornecedores e empresas, será que eles realmente estão engajados no conceito ESG?

Não adianta a empresa olhar para isso sozinho, ela tem que olhar para a cadeia de terceiros e de fornecedores. Então, buscar empresas que tenham certificações internacionalmente reconhecidas, que tenha parâmetros e governança para provar esses indicadores para o cliente. Essa transparência que é importante. E também outra questão é o descarte de móveis, devemos olhar para produtos que durem mais tempo, para evitar o retrabalho.

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Indústria 4.0 na produção de móveis

Indústria 4.0 na produção de móveis e as soluções que oferece hoje para uma produção conectada

Publicado em 27 de dezembro de 2022 | 12:00 |Por: Thiago Rodrigo

A evolução dos processos produtivos nos últimos anos ganhou um conceito que promete revolucionar toda a fabricação de produtos de diversos setores. A Indústria 4.0 é essa nova fase da indústria e a Homag apresentou palestra, em 2016, apontando os caminhos para esse sistema de produção de manufatura avançada. Igualmente, destacou as soluções que a Homag oferece para uma produção conectada e inteligente.

Na ocasião, o diretor de métodos, ferramentas e sistemas da Homag Group, Ernst Esslinger, explicou sobre a “produção conectada” da Homag e deu como exemplo a empresa Hali, da Áustria, que fabrica móveis para escritório. Com a implementação da produção conectada, a empresa tem 48 milhões de variações em 15 dias de trabalho, com taxas de mercado de 25-30 dias de trabalho.

“O setup de uma linha para outra é feita em 1,5 segundo e tem aumento de desempenho de 30% com o mesmo número de funcionários, muito próximo a uma produção sem mão de obra”, falou Esslinger.

Indústria 4.0 na produção de móveis

O engenheiro, que atua na construção de máquinas e nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, contou que a Homag tem sistemas que ajudam os fabricantes de móveis e os clientes a identificarem tudo o que precisam em um sistema só.

“Todas as variantes e as necessidades que os clientes necessitam e tem, vocês conseguem com essa solução. Todos os dados informados são passados diretamente para a indústria por sistema, não mais manualmente. Teremos em cada peça seu código para saber o que terá de ser feito em cada peça. Essas peças vão para fábrica, o código passa para as máquinas que saberá o que terá de ser feito, quando terá de ser feito e em quanto tempo terá de ser feito. Assim, é feito todo o sistema de corte, colagem, furação, tendo uma produção completa e ainda contar com a assistência técnica da empresa”, explicou o especialista.

A ideia, segundo ele, é passar todas as informações de uma só vez já na venda. “Com essa única informação concebida na venda, todo o sistema de produção funcionará sem erros”, frisa. Na Homag desde 1985, Esslinger falou sobre o próximo passo. “É o serviço, o pós-venda onde evoluímos bastante e temos bastante coisas a oferecer”, afirmou. Neste sentido, empresa oferece o Hotline e TeleService, já oferecido no Brasil, o ServiceApp e ServiceBoard, não presente no país, além de peças de reposições originais.

O que é a Indústria 4.0

O conceito não é um produto, é uma filosofia e projeto de trabalho, segundo Esslinger, e que foi iniciado pelo governo alemão para não deixar que as empresas do país morram no futuro. A ideia de fazer a conectividade e de fazer a produção funcionar com menos mão de obra e mais interligação entre as máquinas foi o que inspirou.

O nome surgiu após verificarem o que modificou, nos últimos 100 anos, a indústria no mundo e chegou-se à conclusão sobre essas evoluções. Ela iniciou pela mecanização, passou pela eletrificação e automação e chega hoje à interligação. “Estamos no limite da quarta revolução que inclui a internet, a rede, ou seja, tudo conectado”, frisou o engenheiro da Homag.

O princípio da Indústria 4.0 são os sistemas físico-cibernéticos que são embutidos em sistemas de softwares e que tem endereços próprios na internet. “Além do celular presente no bolso de vocês, hoje os carros são conectados, as casas têm conexões, isso já são sistemas físicos-cibernéticos. Agora eles começam a entrar na indústria. Não será mais piramidal e todos estarão conectados no mesmo nível”, lembrou.

Indústria 4.0 na indústria moveleira

O que já existe da Indústria 4.0 na produção de móveis é a interligação de máquinas, produção personalizadas para os clientes e peças inteligentes. “Isso significa que são peças que tem em código de barras suas informações”, destacou.

Por outro lado, há outros fatores que não estão aptos ou estão no caminho, como dados nas nuvens, que é um conceito novo que já está avançado, ou seja, seus dados estão em algum servidor, mas que que peca na segurança.

Os sistemas cyber-físicos, a não existência de interfaces padronizadas “que existe dentro na Homag, mas se entrar produtos de terceiros isso se perderá”, e a segurança de IT, são outros desafios a serem superados.

No futuro, com a Indústria 4.0 haverá a produção vertical e horizontal. “Isso pode ser sempre variado na própria empresa ou entre terceiros. Um exemplo é o cliente Nobilia, fabricante de cozinhas individuais, uma diferente da outra, mas que não pode fazer trabalhos em vidro, por exemplo, mas que contam com um fornecedor que oferece o vidro para eles”, contou Esslinger.

O conceito de produção conectada oferecido pelo Grupo Homag passa pela venda ao cliente, construção, geração de dados, planejamento, estoque, corte, classificação/alimentação, revestimento, bordas, furação, inserção de ferragens, montagem, embalagem e assistência técnica. E o software tem papel fundamental nisto.

“Temos softwares para as máquinas, mas ele será ainda mais importante no futuro, até porque são softwares para o escritório, vendas, tudo integrado. Nossos vendedores não devem vender apenas máquinas, mas também sistemas”, salientou Esslinger.

Manufatura avançada no setor moveleiro

“É um passo enorme para que a empresa possa fazer esse tipo de mudança, mas isso não é um desafio apenas para nós, mas também para vocês fabricantes que não comprarão só uma máquina. Uma máquina hoje sem a parte de TI em volta dela não tem mais funcionalidade. Por exemplo, o que faria sem um smartphone sem a internet? O sistema de trabalho será alterado, e a maneira de trabalho dos funcionários também, que terão de estar mais qualificados”, apontou.

Em relação a outros setores, o setor moveleiro está próximo da Indústria 4.0, de acordo com o engenheiro da Homag. Para que a ela seja uma realidade, as principais condições são as interfaces padronizadas e a segurança em TI.

“Devemos entrar nessa mudança e entender que isso será diferente daqui para frente. Acredito que se começarmos a fazer a mudança agora, a indústria terá um grande futuro. Toda empresa terá de entrar no conceito de Indústria 4.0 e hoje deve estar se preparando para começar a conhecer esse tema, que acontecerá paulatinamente. E se hoje for investido em produção conectada, isso será um grande passo para entrar na Indústria 4.0”, afirmou o palestrante alemão.

Esslinger fez questão de ressaltar que para muitos isso pode ser utopia, algo muito distante, mas ele pensa que essa “manufatura avançada” certamente acontecerá. “Acredito que nos próximos cinco anos tenhamos as informações necessárias para ter o primeiro sistema completo de Indústria 4.0 funcionando”, diz e acrescenta:

“Podemos garantir que as máquinas de hoje serão capazes de ser integradas ao sistema de Indústria 4.0. O que gostaríamos é que vocês fabricantes levem esses sistemas a sério e estudem ele. Se um concorrente for mais rápido que você ele será alguém mais forte. Não queremos que todos saiam correndo daqui agora e que mudem tudo para Indústria 4.0, mas sim estudar e começar a pensar que esses processos serão aplicados no futuro”.

Reportagem publicada originalmente na Móbile Fornecedores 277

ESG na indústria moveleira: Henkel

Michelle Tenchella, responsável pelo Departamento Técnico da Henkel na América do Sul, diz como funciona o ESG na empresa

Publicado em 26 de dezembro de 2022 | 09:00 |Por: Thiago Rodrigo

Entre 19 e 30 de dezembro, apresentamos entrevistas especiais sobre a aplicação do conceito de ESG na indústria moveleira. Serão seis fornecedores, Biesse, Dexco, Farben, Henkel, Killing e Sayerlack, que contam como incorporaram os conceitos de ESG, a colaboração que gerou para a empresa, sociedade, meio ambiente e clientes, entre outros.

Portal eMóbile | Quando a empresa incorporou o ESG em seu negócio e como foi essa introdução, simples, difícil, com muitos investimentos, transformações?
Michelle Tenchella | Há mais de três décadas a Henkel dá atenção para a questão da sustentabilidade, por exemplo, um dos pilares da ESG. Com o passar dos anos, a empresa trata o tema como fundamental e conta com um direcionamento global para que o tema seja tratado com prioridade.

O Brasil segue os preceitos estabelecidos ao longo de toda a cadeia de valor, desde a produção até as parcerias com clientes. Além disso, a Henkel é comprometida em apoiar entidades filantrópicas locais com engajamento dos seus colaboradores.

Os produtos e tecnologias, em todas as áreas de negócio, são continuamente desafiados e desenvolvidos para apoiar ainda mais o desenvolvimento sustentável e reduzir o impacto ambiental. Foram implementadas diversas iniciativas, como o Fator 3, para reduzir o consumo de energia e água em 3% a cada ano nas fábricas de Jundiaí e Itapevi. Além disso, aumentamos as oportunidades de reciclagem nas duas fábricas. São iniciativas que, juntas, têm um impacto importante para a região.

eMóbile | Como colaborou para a empresa gerar menos danos ao meio ambiente, mais fruto à sociedade e ter uma governança exemplar junto aos clientes?
Tenchella | Os clientes estão cada vez mais exigentes e atentos às práticas de cada empresa. Uma decisão de compra ou acordo com um parceiro passa a ter como valor o histórico se a companhia é ou não sustentável e a maneira como exerce a sua governança. Essas decisões passaram a ser fundamentais neste processo e a Henkel tem um histórico positivo com ações de sustentabilidade, cada vez mais reforçadas a partir do momento em que revisadas e atualizadas a todo instante.

Em 2010, a Henkel estipulou uma meta de reduzir sua pegada de carbono na produção em 65% até 2025. Até o final de 2021, a Henkel já havia reduzido pela metade sua pegada de CO2 em produção. Para isso, a empresa também se concentra em melhorar sua eficiência energética e fornecer 100% de sua eletricidade exclusivamente de fontes renováveis até 2030. Até o final de 2021, a Henkel transitou totalmente a produção em 21 países, incluindo na Colômbia e na França, para eletricidade 100% renovável. Hoje, a Henkel já está com 68% de uso de eletricidade renovável.

Ainda em 2021, a Henkel aumentou ainda mais sua estratégia de sustentabilidade no negócio, reduziu as emissões de CO2 em suas operações (em especial a conversão para eletricidade verde) e avançou mais no fornecimento sustentável de matérias-primas, bem como em finanças sustentáveis, entre outros.

A empresa também está ativamente comprometida em construir uma verdadeira economia circular, trabalhando com vários parceiros ao longo de toda a cadeia de valor e cooperando em iniciativas internacionais como o Plastic Bank e a New Plastics Economy pela Fundação Ellen MacArthur.

A ambiciosa estratégia de embalagem da empresa visa reduzir e reciclar materiais de embalagem e impedi-los de entrar no ambiente. Uma de suas metas de destaque até 2025 é que 100% das embalagens da Henkel sejam recicláveis ou reutilizáveis. No final de 2021, a participação já estava em torno de 86%.

Henkel

Henkel

Michelle Tenchella

Vale ainda destacar que a Henkel também está trabalhando de forma constante para aumentar a proporção de material reciclado em suas embalagens para mais de 30% para todas as embalagens plásticas para seus produtos de bens de consumo em todo o mundo até 2025. No final de 2021, a empresa aumentou essa participação para aproximadamente 18%.

Além disso, a empresa também fez um bom progresso em sua jornada para obter 100% de seu óleo de palma de forma responsável. Em 2021, a empresa conseguiu 93% de suas exigências totais e os derivados como matérias-primas certificadas de acordo com o modelo de equilíbrio de massa RSPO (Roundtable on Sustainable Palm Oil).

A companhia credita tal sucesso à sua colaboração de longa data com a organização de desenvolvimento Solidaridad, que apoia pequenos agricultores de óleo de palma na América do Sul, África e Ásia. Até hoje, os parceiros foram capazes de impactar positivamente cerca de 36.000 agricultores familiares em todo o mundo.

Quando o assunto é governança, O Mundo de Pesquisadores é uma iniciativa educacional internacional criada pela Henkel em 2011 que visa incentivar as crianças a explorar o mundo da ciência e fazer a pesquisa divertida. Hoje, a iniciativa está presente em 11 países: Alemanha, Itália, Polônia, Turquia, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Índia, Argentina, Chile, Brasil e México. Durante esse período, mais de 34.000 crianças participaram de cursos.

O Mundo de Pesquisadores está no Brasil desde 2019. A Henkel estabeleceu uma aliança do setor público e privado com a cidade de Itapevi, onde está localizada uma das fábricas da empresa no país, para realizar aulas práticas de ciências como parte da iniciativa.

Foram realizadas 126 turmas para atender alunos do 4º ano das 40 escolas do ensino fundamental de Itapevi. No total, foram atendidas 3.058 crianças, mais de 86% do total de crianças matriculadas. A Henkel se orgulha de avançar em tais processos e mostra que a companhia está no caminho certo para fazer um mundo melhor.

eMóbile | Quais novas práticas foram realizadas pela empresa podem servir de exemplos em cada um dos três pilares?
Tenchella | Trabalhar em conjunto com os clientes é fundamental para manter as iniciativas rodando em um círculo virtuoso. As constantes mudanças fazem com que as metas sejam revistas. Recentemente, a empresa traçou um plano para abordar questões, como por exemplo o Quadro de Metas 2030+, baseado em três pilares:

Planeta Regenerativo: ação que possibilita um futuro de carbono circular e líquido zero transformando os negócios, produtos e matérias-primas sustentados pela ciência e inovação. Como por exemplo: Redução de 50% de emissão de CO2 por tonelada de produto. Redução de 28% de consumo de água por tonelada de produto, aumento de 18% de material reciclado em nossas embalagens de bens de consumo.

Comunidades Prósperas: comprometimento da empresa em ajudar as pessoas a levar uma vida melhor por meio da força coletiva do negócio e das marcas, apoiando a equidade, educação e bem-estar. Mais de sete milhões de vidas impactadas, através de projetos como Plastic Bank e Mundos de Pesquisadores, por exemplo.

Parceiro confiável: ter empresas parceiras que possuem os mesmos pensamentos da companhia é fundamental. O crescimento com propósito passa por escolhas de quem também tem valores semelhantes. Neste sentido temos a iniciativa reciChein, em parceria com a Basf. Nela, usamos a tecnologia de blockchain para criar um mercado de reciclagem em que todos os envolvidos sejam positivamente impactados, fomentado a circularidade em toda cadeia.

eMóbile | Quais impactos positivos do negócio foram potencializados a partir do ESG? Quais impactos negativos foram minimizados?
Tenchella | Sem dúvida nenhuma, o impacto positivo é trabalhar e colher resultados para ajudar a viver em um mundo melhor do que temos atualmente, minimizando problemas futuros. Quando o assunto é tratado como prioridade, faz com que as pessoas que estão à sua volta também passem a fazer o mesmo. A contribuição de cada um é essencial e isso que temos como propósitos na Henkel: crescer com propósito, melhorar a vida de todas as pessoas inseridas no processo, diminuir os danos ao meio ambiente e oferecer as melhores soluções naquilo que produzimos.

É importante mencionar também que impacto negativo é minimizado, por exemplo, quando se enfrenta uma escassez de matéria-prima. Quanto menor a dependência, maior a possibilidade de ofertas na cadeia de valor.

eMóbile | Quais sugestões que a empresa dá para indústrias de móveis e fornecedores do setor antes de implementarem as práticas ESG?
Tenchella | O mercado moveleiro é, dentro da área industrial, uma importante atuação da Henkel no Brasil. E desde sua atuação no país, a empresa tem como desafio oferecer aos nossos clientes novas tecnologias de adesivos sustentáveis ao meio ambiente que promovam a redução do consumo excessivo de energia e geração de resíduo na linhas de produção, tendo como principais resultado: os ganhos de eficiência de processo e qualidade do produto final.

É imprescindível para a companhia contar com parceiros e fornecedores que compactuam dos mesmos valores. Isso é um ponto comum dentro da Henkel no mundo todo.

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ESG na indústria moveleira: Farben

Edmilson Zanatta, CEO da Farben, conta como a indústria de tintas atua conforme os pilares de ESG na indústria moveleira

Publicado em 23 de dezembro de 2022 | 09:00 |Por: Thiago Rodrigo

Entre 19 e 30 de dezembro, apresentamos entrevistas especiais sobre a aplicação do conceito de ESG na indústria moveleira. Serão seis fornecedores, Biesse, Dexco, Farben, Henkel, Killing e Sayerlack, que contam como incorporaram os conceitos de ESG, a colaboração que gerou para a empresa, sociedade, meio ambiente e clientes, entre outros.

Portal eMóbile | Quando a empresa incorporou o ESG em seu negócio e como foi essa introdução, simples, difícil, com muitos investimentos, transformações?
Edmilson Zanatta | A Farben, tem introduzido os conceitos da ESG desde início da sua operação em 1993, sempre com olhar e ações para cuidado com meio ambiente, social e introduzindo na condução do negócio as boas práticas de governança. Em 2021 com a maior divulgação da sigla ESG em eventos, palestras e entidades de classes incorporamos no nosso Planejamento Estratégico na linha de visão até 2025, ações especificas que contemple objetivos da ODS e ESG. Desde 2021 somos signatários do Movimento ODS de Santa Catarina, conseguindo o selo ODS 2022.

eMóbile | Como colaborou para a empresa gerar menos danos ao meio ambiente, mais fruto à sociedade e ter uma governança exemplar junto aos clientes?
Zanatta | Temos um setor de reciclagem desde início das operações da empresa, onde todo resíduo gerado é feito seu destino adequado, sendo 100% reutilizado e não indo para aterros.

Nossas embalagens metálicas são descartadas adequadamente (vai para reprocessamento) e temos logística reversa com trabalho junto as cooperativas (Eu Reciclo). Recebido Selo de melhores práticas de sustentabilidade ambiental pela Associação Comercial e Industrial de Criciúma – ACIC em 2021. Nossos solventes utilizados no processo produtivo são recuperados através de uma empresa terceirizada.

Implantamos em 2021 uma máquina automática de lavação de tachos em circuito fechado, reduzindo VOC’s internos aumentando a qualidade do ar e a insalubridade no ambiente de trabalho.

As borras de tinta sem condições de serem reaproveitadas são encaminhadas para blendagem e cooprocessamento de resíduos, dando um destino mais nobre aos resíduos, explorando todo o seu potencial energético. Resíduos recicláveis como papel, papelão e plásticos são destinados a empresas de catadores de materiais recicláveis da região.

Farben

Farben

Edmilson Zanatta

Temos um coral formado por colaboradores desde 1997, com apresentações anuais nos hospitais da região e asilos, levando através da música a alegria e conforto. Realizamos campanhas internas para arrecadação de alimentos não perecíveis, material de limpeza, fraldas geriátricas, tampas plásticas, agasalhos, etc. Presente Farben para os recém-nascidos de todos os colaboradores. Temos benefícios aos colaboradores como assistência médica e auxílio cartao alimentação. Temos matriz de carreira para todos os gêneros, programa de formação de jovem aprendiz e estagiários.

Desde início das atividades da empresa buscamos aprimorar nossa governança, através da implantação de ferramentas e consultorias que nos auxiliassem como em 2003 iniciamos parceria com a Fundação Dom Cabral, umas das melhores escolas de negócios do mundo, com adoção do planejamento estratégico, monitorias internas em várias áreas como de processo e finanças, cursos para dirigentes e acionistas.

Somos certificados com a ISO 9001/2015 desde 2003. Em 2008 foi fundado nosso conselho consultivo ,de acionistas e da família. Temos desde 2020 nosso Código de Conduta aos colaboradores, facilitando que nossas regras e políticas sejam cumpridas internamente.

eMóbile | Quais novas práticas foram realizadas pela empresa podem servir de exemplos em cada um dos três pilares?
Zanatta | Meio ambiente: Compra de energia renovável no mercado livre. Estudo para medir nosso efeito estufa – GEE. Buscar aumentar nossas fontes de energias renováveis como projeto energia fotovoltaica. Troca de todas nossas lâmpadas da empresa para led. Temos ETA para tratamento de água e reaproveitamento da água da chuva, para uso nos banheiros da empresa e resfriamento de equipamentos.

Social: parceria com universidades da região com curso profissionalizante de pintura para pessoas com vulnerabilidade social, nome do projeto Reconstruindo a cidadania. Parceria com instituição de ensino a Satc de Criciúma/SC no projeto Cobusiness, que agrega uma série de ações que estimulam a inovação, o empreendedorismo e a educação. É um espaço, pensado para desenvolver soluções inovadoras para os negócios. Bolsa de estudos de até 50% para incentivar a capacitação dos nossos colaboradores.

Parceria com Instituição de ensino da região (UNISATC) com objetivo de contratar jovens com formação técnica e que tenham interesse de fazer um curso de graduação com bolsa integral. Patrocínio de escolas de vôlei para crianças e adolescentes nas comunidades de Criciúma e região e vôlei profissional Sub-20 da região. Incentivo fiscal através do FIA- Fundo da Infância e Adolescência, Fundo do Esporte, Lei Rouanet e Fundo do Idoso.

Governança: implantação programa de Compliance (código de conduta colaboradores, canal de Ética Farben monitorado pela KPMG, empresa de auditoria externa.

eMóbile | Quais impactos positivos do negócio foram potencializados a partir do ESG? Quais impactos negativos foram minimizados?
Zanatta | Estudo para criação de um Instituto mantido pela empresa. Fortalecer a Governança da empresa com criação de um comitê interno de integridade para acompanhar Canal Linha Ética da empresa que está sendo implantado.
Implantação da Avaliação de Impacto B (BIA) do Brasil, ferramenta que permite analisar e acompanhar a evolução da performance da empresa de acordo com padrões de desempenho e impacto positivo reconhecidos pelo mercado, mede impactos socioambientais. A análise é realizada em cinco áreas: Governança, Trabalhadores, Clientes, Comunidade e Meio Ambiente.

Competitividade de mercado, prospecção de novos clientes que buscam empresas engajadas com questões socioambientais. Preparação da empresa para ser de classe mundial. Desenvolvimento de novos produtos que utilizam matérias-primas sustentáveis. Reutilização dos paletes de madeiras utilizados internamento, evitando a extração novas MP’s. Doação de álcool 70% durante a pandemia para várias entidades da região e colaboradores.

eMóbile | Quais sugestões que a empresa dá para indústrias de móveis e fornecedores do setor antes de implementarem as práticas ESG?
Zanatta | Orientação para análise do destino dos seus resíduos gerados na industrialização de seus produtos, forma de uso da água na empresa, logística reversa. Pesquisa de clima junto aos colaboradores para medir nível de satisfação. Rever todos os processos internos para implantar programa de boas práticas de governança.

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Desafios em cadeia para a Indústria 4.0

Com mais automação e sistemas inteligentes, indústria começa a seguir outros rumos em busca de produção integrada e eficiente

Publicado em 22 de dezembro de 2022 | 08:00 |Por: Portal eMóbile

A Revolução Industrial mudou a forma como as fábricas se comportam. A possibilidade de utilizar máquinas no dia a dia e substituir o trabalho do homem por processos automatizados foi crucial para o desenvolvimento da indústria e a busca por tecnologias modernas, como a Indústria 4.0.

Muito mais do que produção em série e máquinas modernas, integração é a palavra-chave. “Os grandes avanços na automação moderna tornaram possíveis a convergência de todos os estágios da cadeia de produção moveleira”, afirma o diretor da Ligna, Christian Pfeiffer.

Iniciativas em países como a Alemanha – muito disso por conta da Ligna, feira internacional de máquinas e equipamentos realizada em Hannover – começaram a moldar uma realidade palpável para a situação.

De acordo com informações da Ligna 2015, a ideia era levar aos visitantes a possibilidade de vivenciar o funcionamento dessas criações, não apenas por meio da observação dos expositores, mas também com a participação em visitas guiadas, palestras e ações paralelas.

Essa mudança de cultura refletiu na organização da feira que, em sua próxima edição, será repaginada para oferecer uma experiência mais integrada aos visitantes.

Todas as notícias da indústria moveleira

“O novo layout reflete a convergência de vários setores da indústria da madeira historicamente ou culturalmente separados. Hoje não há mais uma divisão clara entre os tipos de operação”, define Pfeiffer.

Iniciativas assim são os primeiros passos para uma nova revolução industrial na qual não haja separação entre os níveis. Da manufatura ao consumidor, a integração deve ser total. Mas, para isso, é preciso investir em estrutura.

Segundo o gerente executivo de inovação e tecnologia do Senai Nacional, Marcelo Prim, ainda não existem desenvolvimentos específicos para a indústria brasileira, porém, pode haver iniciativas pontuais baseadas principalmente no conceito da Indústria 4.0 – nome dado pelo governo alemão para o programa que busca a integração industrial por lá.

“A Indústria 4.0 é uma tendência que veio para ficar. É uma combinação de tecnologias já existentes, mas com arquitetura complexa. O grande papel da indústria do futuro é tornar simples uma cadeia cada vez mais complexa utilizando elementos básicos da tecnologia”, diz.

Nessa equação entram diversos aspectos conhecidos como automação, robótica e internet. A combinação desses fatores, integrados a sistemas de gestão, pode gerar não apenas ganhos de produtividade, como controles mais eficientes e informação em tempo real.

Internet das coisas

O nome é autoexplicativo: uma coisa com internet. Imagine controlar objetos do dia a dia por meio da rede mundial de computadores. Em resumo, isso é a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). E como a comunicação eficiente é fundamental para o sucesso de uma empreitada como essa, estar conectado é absolutamente necessário.

Especialista e estudioso sobre o tema, Dana Blouin conceitualiza a IoT como a integração de objetos do cotidiano que permitem interações para geração de pontos de dados. Essas informações são então utilizadas para promover contexto e experiências mais ricas para o que cada pessoa faz. “Esses dados realmente ganharão poder quando conseguirmos realizar análises preditivas que nos ajudarão a economizar tempo e dinheiro”, prevê.

Com máquinas e objetos atuando de maneira mais inteligente, a agilidade de processos torna-se tangível. Em uma indústria moveleira, por exemplo, um sistema interligado consegue informar ao setor de matéria-prima se algum material está em falta na produção, ou prever quando será necessário realizar uma parada técnica.

Tudo isso depende de infraestrutura preparada para receber as inovações. No Brasil, ainda existe um longo caminho a ser percorrido nesse sentido. Com empresas seguindo modelos mais tradicionais, a inovação é um campo menos explorado. Características culturais da sociedade brasileira atravancam um pouco a evolução de alguns processos.

“Por conta dos altos preços, com muitos impostos de importação embutidos, as soluções acabam chegando no País com valores maiores”, destaca o gerente de marketing da Wisidea – empresa especializada em IoT –, Bruno Costa.

Entraves para a Indústria 4.0

No Brasil, o cenário 4.0 ainda é algo distante. De acordo com o coordenador de sistemas fabris inteligentes da Fundação Certir, Jefferson Luiz Ramos Melo, a maior parte da indústria do País ainda está entre 2 e 2.5.

O coordenador explica que hoje é preciso pensar em maneiras de traçar caminhos para que as empresas formem planos de ação pensando em alcançar esse novo patamar. “É necessário primeiro arrumar a casa para depois fazer o avanço tecnológico”, enfatiza.

Um dos grandes obstáculos é a falta de produtividade da indústria nacional. A indústria do futuro tem como base otimizar processos que já são eficientes. A tentativa de fazer isso com processos que ainda não estão preparados para receber aplicações inovadoras pode não gerar resultados.

Indústria 4.0 no setor moveleiro

É preciso elevar a qualidade de produção das indústrias, pensando em sistemas de automação, fabricação limpa e poucos estoques, além de promover a renovação do parque fabril, visto que máquinas ultrapassadas não são capazes de trabalhar em sistemas conectados.

“É preciso pensar em uma atualização tecnológica para depois implantar os sistemas”, reforça Melo. Além disso, outro aspecto inerente à indústria do futuro é o empoderamento das pessoas envolvidas no processo. Treinamentos voltados à recepção e atuação de acordo com as informações disponíveis permitem que haja autonomia para a tomada de decisão.

O diretor de tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Alfredo Delgado, salienta que um dos maiores impedimentos é a infraestrutura deficitária de internet do País. “Quando se tem esse tipo de defeito, há diversos problemas que podem surgir. Se não há segurança na infraestrutura, não dá para deixar tudo online.”

A falta disso também complica um dos elos da cadeia: a comunicação com o consumidor. Espera-se que uma indústria moderna consiga adaptar sua linha de produção para um modelo altamente flexível, possibilitando a fabricação de produtos customizados dentro do processo fabril. Isso somente é possível com linhas modernas e conectadas.

Discussões para a Indústria 4.0

A Abimaq já vem falando do assunto há algum tempo. No ano passado, a indústria do futuro foi tema do seminário Abimaq Inova, que envolveu especialistas sobre o assunto para tratar da evolução do parque nacional.

Dados apresentados durante o evento reforçaram a estrada que ainda existe pela frente: estima-se que países em desenvolvimento há uma média de 60 robôs no chão de fábrica para cada 10 mil trabalhadores. No Brasil, esse número cai para oito.

Iniciativas como o Laboratório de Comissionamento Virtual, parceria da Abimaq com o Instituto Mauá de Tecnologia, Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também vieram para apoiar a busca por inovação industrial.

Delgado, da Abimaq, acrescenta que as conversas caminham para diversas vertentes além das máquinas. Softwares, nanotecnologia, internet, treinamentos e como integrar todos esses aspectos precisam ser abordados. “É fundamental que a máquina interaja com o software, é um espaço ciber-físico. E isso está sendo trazido cada vez mais para o mundo real.”

Revoluções industriais

Entenda quais as são mudanças na produção industrial até a criação da Indústria 4.0

– Indústria 1.0: produção mecânica e motores a vapor
– Indústria 2.0: divisão de trabalho, produção em massa e energia elétrica
– Indústria 3.0: sistemas eletrônicos e de TI, com foco em produção automatizada
– Indústria 4.0: utilização de sistemas ciber-físicos, integração fabril e conectividade

O que é a Indústria 4.0?

– Máquinas inteligentes
– Sistemas conectados entre si
– Fluxo constante de informação
– Algoritmos para tomada de decisão automática
– Controle em tempo real
– Internet segura
– Fábricas flexíveis
– Pessoal altamente qualificado
– Produção eficiente

Reportagem publicada originalmente na Móbile Fornecedores 277

ESG na indústria moveleira: Dexco

Na segunda parte dos cases de ESG na indústria moveleira, Guilherme Setubal, gerente de ESG da Dexco, compartilha tudo sobre o assunto na companhia

Publicado em 21 de dezembro de 2022 | 09:00 |Por: Thiago Rodrigo

Entre 19 e 30 de dezembro, apresentamos entrevistas especiais sobre a aplicação do conceito de ESG na indústria moveleira. Serão seis fornecedores, Biesse, Dexco, Farben, Henkel, Killing e Sayerlack, que contam como incorporaram os conceitos de ESG, a colaboração que gerou para a empresa, sociedade, meio ambiente e clientes, entre outros.

Portal eMóbile | Quando a empresa incorporou o ESG em seu negócio e como foi essa introdução, simples, difícil, com muitos investimentos, transformações?
Setubal | A Dexco já nasceu como uma empresa ESG e sempre teve isso nos seus valores e ações. Fomos a primeira empresa do hemisfério Sul a ter a certificação florestal FSC, temos gestão dos nossos fornecedores por meio do nosso programa GFD há anos e montamos um comitê de sustentabilidade há mais de 10 anos. Na área social, sempre tivemos ao lado das nossas comunidades onde temos fábricas, ao lado dos nossos colaboradores e outros stakeholders. Já a nossa Governança sempre foi referência e considero isso um dos pontos fortes da Itausa, nossa maior acionista.

Em abril de 2021 a Dexco constituiu formalmente a área ESG, quanto todas as frentes do ESG foram agrupadas sob a mesma diretoria com o objetivo de trabalhar de forma mais estruturada e transversal na Companhia. Saímos de uma atuação ESG vertical para uma atuação transversal. Nesse sentido, a constituição da área se deu de forma natural e sem grandes transformações, mas sim adaptações.

Dexco

Dexco

Guilherme Setubal

eMóbile | Como colaborou para a empresa gerar menos danos ao meio ambiente, mais fruto à sociedade e ter uma governança exemplar junto aos clientes?
Setubal | A Dexco publicou, recentemente em seu site, as novas metas ESG. No link (baixe o e-book na sessão download) estão explicações em detalhes de cada uma das nossas 16 metas. Será através dessas metas que a Dexco vai continuar contribuindo para a sociedade com um todo. São metas como redução de emissão de escopo 1 e 2, redução do consumo de água dos produtos Deca, investimento em inovação para melhorar a experiência de reforma e construção, aumento de mulheres na liderança, logística reversa de embalagens, entre outras.

eMóbile | Quais impactos positivos do negócio foram potencializados a partir do ESG? Quais impactos negativos foram minimizados?
Setubal | As metas estabelecidas em parceria com o negócio e a área ESG vão trazer inúmeros impactos positivos. As metas, conforme publicadas, foram desenvolvidas de modo a desafiar o negócio e a gerar impacto positivo. Alguns exemplos são as metas de redução de emissões de escopo 1 e 2, redução de água, eliminação de plástico nas embalagens, entre outras.

eMóbile | Quais sugestões que a empresa dá para indústrias de móveis e fornecedores do setor antes de implementarem as práticas ESG?
Setubal | É importante que as empresas, antes de adotar práticas ou metas ESG, olhem qual é a sua real materialidade. As metas e práticas devem estar focadas no que é de fato material para a empresa. No caso da Dexco, temos a questão das remoções florestais, emissões de escopo 1 e consumo de água na Deca.

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