Sindicatos apontam dificuldade em ajustar preços dos móveis

Com aumento de custos de matérias-primas, logística e outros, líderes sindicais apontam dificuldades em repassar preços dos móveis ao mercado

Publicado em 21 de junho de 2024 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo

A economia brasileira vem apresentando baixo crescimento do PIB e juros elevados que ainda são herança da pandemia. A inflação está relativamente contida e, apesar de o nível de empregos ter avançado, a geração de renda é baixa. O endividamento de um modo geral segue elevado, tanto nas empresas quanto nas famílias, e o crédito permanece bastante seletivo.

Nesse cenário, a situação se complica com o aumento de custos de matérias-primas apontados pelos sindicatos moveleiros – leia em reportagem na Revista Móbile Fornecedores 338 – e outros como dólar, petróleo e frete marítimo. Desse modo, a indústria moveleira brasileira passa a perder competitividade no mercado nacional e internacional diante da dificuldade e impossibilidade de repassar os aumentos dos preços em um mercado com compras contidas.

Repassar os aumentos dos custos ao varejo ou para consumidor final (no caso das indústrias que vendem diretamente para pessoas) tende a afetar ainda mais a demanda, na avaliação de Gisele Dalla Costa, presidente do Sindmóveis Bento Gonçalves. “As empresas vêm se desdobrando para administrar seus preços de venda e suas margens, mesmo conscientes de que isso tem limite. Aqui no Rio Grande do Sul, neste momento tão delicado, reajustar preços ficou ainda mais complicado”, diz – vale lembrar que móveis são bens duráveis, cujo consumo não é recorrente, então uma demanda menor torna o mercado mais competitivo.

Congresso Nacional Moveleiro ocorre em outubro

Para ela, fazer o repasse de preços ao consumidor em um movimento sincronizado é desafiador em um cenário de queda na demanda. “Não há nada que impeça que as empresas repassem ao preço final a elevação dos seus custos. Somente cabe sempre avaliar o impacto que isso terá junto ao mercado em que ela atua”, diz e acrescenta:

“Entendemos que sincronizar esse movimento tende a ser inviável, porque dentro do setor moveleiro existem nichos de mercado com diferentes características tanto na produção e venda dos produtos quanto nas escolhas do consumidor. É sempre importante preservar as particularidades de cada negócio e o impacto que um maior ou menor repasse do aumento dos custos pode trazer na lucratividade e competitividade”, afirma Gisele.

Vitor Guidini, presidente do Sindimol, destaca que a indústria moveleira enfrenta dificuldades para ajustar os preços dos produtos ao varejo devido à sensibilidade do consumidor final aos aumentos de preços. Além disso, o varejo pode resistir a esses ajustes para não perder competitividade, criando um impasse que dificulta o repasse dos custos adicionais.

Cimol

Vitor Guidini

Por isso, o sindicato considera que há dificuldades de fazer o repasse de preços ao consumidor em um movimento sincronizado entre os players fabricantes de móveis. “O Sindimol reconhece as dificuldades de repassar os aumentos de preços ao consumidor de maneira sincronizada”, frisa e pontua.

“Um movimento coordenado entre os fabricantes da nossa região pode, de fato, ajudar a distribuir melhor os aumentos, mas isso requer um alto nível de cooperação e alinhamento entre as indústrias da nossa região. Este é exatamente o ponto em que o sindicato pode contribuir de maneira significativa, facilitando o diálogo e a coordenação entre os diversos atores do setor de móveis”, considera.

Mauricio de Souza Lima, presidente do Sindimov-MG, afirma que qualquer ajuste de preço significa dificuldade para indústria, pois este reajuste precisa ser repassado para o varejo e quando chega no consumidor acaba trazendo queda em vendas. “O consumidor é que faz o mercado girar e sempre qualquer repasse de reajuste de preços traz retração de movimento”, frisa.

Sobre uma conscientização de aceitação pelo lojista para que melhore a condição de sobrevivência das indústrias moveleiras quanto ao aumento de preço, o presidente diz que o industrial já é consciente de que reajustes são necessários, mas que precisam ser trabalhados de forma a não impactar também a atuação do lojista. “A indústria hoje precisa estar repensando os processos de produção para conseguir melhorar os custos de produção e manter um padrão de preços sem impactar no consumidor final”, declara.

Sindimov-MG

custos de produção

Mauricio de Souza Lima

Acerca deste tema, o presidente do Sindimol diz que sem dúvidas é necessário conscientizar os industriais e obter a aceitação dos lojistas para melhorar a condição de sobrevivência de nossas indústrias. “No entanto, não é uma tarefa fácil fazer essa intersecção, pois os interesses de ambos são bastante distintos. Existem milhares de indústrias de móveis no Brasil, e os varejistas utilizam bem essa diversidade, explorando ao máximo a oferta de produtos e diferentes preços”.

Gisele do Sindmóveis Bento Gonçalves avalia que essa é uma questão que vai além da relação entre indústria e lojista. “É importante que o Brasil melhore o ambiente para os negócios, que o país cresça com solidez, que seja criada uma política industrial capaz de gerar competitividade ao segmento, que os juros baixem, que melhore o acesso ao crédito de longo prazo para empresas e famílias, entre outras medidas focadas no desenvolvimento do país”, opina e acrescenta:

“Em grande parte, os fatores elencados geram custos diretos e indiretos às empresas, desde a produção até a compra do bem final pelo consumidor, além de retirarem competitividade da produção, onerando o ciclo de negócios. Evidentemente, isso não elimina a negociação de preços entre compradores e vendedores, mas torna essa etapa menos decisiva ou relevante”.

Augusto Vasconcelos

preço dos móveis

Gisele Dalla Costa, presidente do Sindmóveis

Congresso Nacional rejeita Medida Provisória 1.227

Em decisão importante em prol da indústria brasileira, Medida Provisória 1.227/2024 restringia benefícios fiscais às empresas

Publicado em 20 de junho de 2024 | 08:00 |Por: Portal eMóbile

Em uma decisão importante para o setor industrial brasileiro, o Congresso Nacional rejeitou a parte mais controversa da Medida Provisória 1.227/2024, que restringia severamente benefícios fiscais às empresas. A decisão, anunciada pelo presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, atende a um pedido explícito de instituições industriais e entidades de classe, tal qual a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), que contaram com o massivo apoio da comunidade empresarial.

A MP, publicada em 04 de junho de 2024, visava aumentar a arrecadação federal restringindo a compensação de créditos de PIS/Pasep e Cofins, uma medida que, segundo o governo, poderia aumentar as receitas públicas no próximo ano, em detrimento da saúde financeira de empresas em diversos setores. Dessa forma, tendo enfrentado forte oposição da indústria, que argumentou que tais restrições seriam um golpe para a produção e o emprego no país, solicitando a impugnação da medida no Congresso.

Evento debate futuro sustentável de colchões

Compreendendo a legitimidade da solicitação e a inconstitucionalidade da MP 1.227, Rodrigo Pacheco devolveu os incisos 3 e 4 do artigo 1º e os artigos 5º e 6º da MP ao Poder Executivo, mantendo apenas partes da medida que não envolvem a restrição dos benefícios fiscais. “O trecho da MP foi cancelado por flagrante inconstitucionalidade. A Constituição Federal exige um período de noventa dias para que alterações tributárias entrem em vigor, o que não foi respeitado. Esta decisão garante a segurança jurídica necessária para a manutenção das atividades dos setores produtivos atingidos”, afirmou Pacheco.

Irineu Munhoz, presidente da Abimóvel, expressou satisfação com a decisão do Congresso: “Essa rejeição é uma conquista para o setor produtivo e para todos os brasileiros que dependem dele. A MP 1.227 representava um retrocesso na modernização do nosso sistema tributário e colocava em risco a viabilidade econômica de nossas empresas. Agradecemos ao Congresso e ao Governo por ouvir nossas preocupações e agir em defesa da justiça tributária e da competitividade em nosso país”.

A MP foi vista como uma forma de compensar a continuidade da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de pequenos municípios, uma política estimada em R$ 26,3 bilhões em 2024. Contudo, ao limitar a compensação de créditos tributários, a medida aumentaria em contraposição a carga fiscal sobre as demais empresas e setores, como o moveleiro, afetando seu fluxo de caixa e capacidade de investimento.

Como ressaltado em comunicado emitido pela Abimóvel, a MP 1.227 “comprometia a capacidade das indústrias de reinvestir em suas operações, prejudicando a inovação, a competitividade e a geração de novos postos de trabalho”. Leia o comunicado na íntegra aqui “Posicionamento sobre a medida 1.227”.

Com a rejeição da MP, a Abimóvel e outras entidades industriais reiteram a necessidade de um diálogo construtivo com o governo para encontrar soluções que equilibrem as contas públicas sem prejudicar o setor produtivo, priorizando-se, por exemplo, a redução das despesas públicas, uma medida por vezes negligenciada, e que mais efetivamente colaboraria para o equilíbrio fiscal.

Além de representantes da indústria, diversos senadores elogiaram a decisão de Pacheco, reforçando a importância de políticas fiscais que promovam um ambiente de negócios estável e promissor para o crescimento econômico e o fortalecimento da indústria brasileira de maneira justa e sustentável. Ato Declaratório do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 36, de 2024

Encontro Internacional de Colchões supera expectativas

Lideranças dos EUA, Europa, Turquia e Brasil, além de especialistas em ESG, pacto global e sustentabilidade, debateram o futuro sustentável dos colchões

Publicado em 19 de junho de 2024 | 09:45 |Por: Thiago Rodrigo

Realizado nos dias 13 e 14 de junho no Rio de Janeiro (RJ), o I Encontro Internacional da Indústria de Colchões contou com a participação de líderes do setor colchoeiro de todo o mundo e a presença do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, na abertura, reforçando a importância do evento realizado pela Abicol – leia a cobertura completa na edição 338 da revista Móbile Fornecedores em circulação em breve.

Em seu pronunciamento Alckmin elogiou a iniciativa da Abicol, destacando a importância do sono para uma vida saudável e produtiva. O presidente em exercício também se comprometeu a defender a inclusão dos colchões no Programa Minha Casa Minha Vida. O evento reuniu mais de 200 empresários do setor e teve como tema central “O Futuro Sustentável dos Colchões”.

Rodrigo de Melo, presidente da Abicol, afirmou que o encontro é um marco e que efetivamente mostrou caminhos para um futuro mais verde e sustentável na indústria colchoeira. “Reunir os líderes de entidades dos EUA, Europa e Turquia, e ainda, ter a presença do presidente em exercício foi um grande feito”, pontuou.Encontro Internacional de Colchões

Ryan Trainer, presidente da International Sleep Products Association (Ispa), traçou um panorama do mercado americano, mostrando que os impactos da pandemia ainda não foram completamente superados e deu ênfase ao programa de reciclagem de colchão em seu país, o Mattress Recycling Council.

Frederik Lauwaert, diretor geral da European Bedding Industries Association (EBIA), contou como o mercado europeu vem investindo no ecodesign e se preparando para cumprir legislações que determinam a logística reversa dos colchões.

Já Osman Güler, presidente da International Mattress Industries Association (IBIA), concentrou sua apresentação no uso de tecnologia e automação nos processos produtivos nas indústrias da Turquia, inclusive com uso da robótica.

Com estas apresentações, o I Encontro Internacional da Indústria de Colchões fortaleceu conexões e criou oportunidades de negócios, de forma a contribuir para o desenvolvimento da indústria colchoeira.

Além das apresentações internacionais, o I Encontro Internacional da Indústria de Colchões contou com palestras de especialistas em sustentabilidade, ESG, logística reversa e normas e certificações no setor colchoeiro, entre outros temas.

Ricardo Voltolini, CEO e fundador da consultoria Ideia Sustentável, com mais de 25 anos de experiência no mercado, palestrou sobre inovação, desafios e oportunidades. Também avaliou a política ESG da Abicol, destacando que a iniciativa está muito bem fundamentada e agora as empresas precisam colocar em prática o que prega a política.

Abicol

Encontro Internacional da Indústria de Colchões - Colchões

Presidente da Abicol, Rodrigo Melo, renunciou ao cargo logo após o evento

“Esse encontro é estratégico para inserir a sustentabilidade como o grande drive da indústria colchoeira. A gente nunca discutiu tanto esse tema, as novas gerações estão querendo colchões mais sustentáveis e os atores de mercado estão dispostos a valorizar o capital e o investimento das empresas que pensam dessa maneira. Então um encontro como esse traz a perspectiva da sustentabilidade como elemento de orientação que mede, protege e gera valor”, concluiu Ricardo Voltolini.

Carlo Linkevieius Pereira, CEO do Pacto Global da ONU, falou sobre a adesão de empresas e entidades brasileiras ao Pacto Global, mostrando como a implantação de políticas ambientais pode contribuir para a imagem das empresas.

“O Pacto Global é uma iniciativa das Nações Unidas só que liderado por empresas e a gente busca onde estão as oportunidades para as empresas em qualquer setor com relação à sustentabilidade. E, claro, há desafios também e é preciso pensar como a gente consegue superar esses desafios ambientais, sociais e de governança. A gente é uma grande família empresarial para lidar com esses temas”, ponderou Carlo Pereira.

Já Gilberto Alvarez Giusepone Junior, membro Civil da Comissão Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, apresentou as ações que estão sendo realizadas no âmbito do governo federal.

“A grande importância de eventos como esse é exatamente conectar e aproximar as relações entre a comissão nacional dos objetivos de cunho sustentável com o trabalho que a Abicol tem realizado. É importante dizer que a Abicol nos seus documentos ESG tem exatamente essa proximidade de objetivos que a secretaria geral do Presidente da República também tem. Então aproximar, estreitar relações e propor parcerias com o objetivo de implementar a agenda 2030 do Brasil é muito importante”, enfatizou Gilberto Álvarez.

Encontro Internacional da Indústria de Colchões - Colchões

Encontro Internacional de Colchões

O evento também teve quatro painéis com convidados para debater assuntos relacionados ao tema principal. No primeiro participaram o empresário Luciano Gois; o lojista Irís Gelbcke; o assessor técnico do Inmetro, Marcelo Monteiro, e como mediadora a diretora executiva da Abicol, Adriana Pierini. O tema deste painel foi: A Indústria Brasileira de Colchões – Desafios e Oportunidades.

“Um evento como esse da Abicol é importante porque desperta a necessidade de aplicar características mais sustentáveis nos produtos que vão fazer diferença na hora da compra, na hora da venda e para se ter o sono perfeito”, ponderou Íris Gelbeck, representante dos lojistas no I Encontro Mundial da Indústria de Colchões.

Já o assessor técnico da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Marcelo Monteiro destacou a volta da classificação de rico do colchão para o nível III e o retorno da obrigatoriedade de registro e anuência de importação como conquistas recentes. “Estamos sempre prontos a atuar em conjunto com a Abicol nas questões de regulação e fiscalização”, acrescentou.

Para Adriana Pierini, diretora executiva da Abicol, “a importância de reunir associações de países diferentes está em proporcionar essa reflexão do que é comum, do é diferente e como podemos juntos enfrentar os desafios, principalmente a questão da sustentabilidade. É muito interessante quando nós percebemos essa conexão, esse compartilhamento, essa interação entre os mercados, assim cada um de nós, em termos de país ou território, consegue refletir sobre como juntos podemos enfrentar ou aproveitar o conhecimento adquirido dos outros mercados para avançar com maior agilidade”, destacou ela.Encontro Internacional da Indústria de Colchões - Colchões

Na sequência foi tratado sobre A Indústria Colchoeira na Turquia, com a participação do empresário Andrey dos Anjos; o CEO da Overseas, Rene de Oliveira; o presidente da IBIA, Osman Güler; o diretor da IBIA Expo, Erdem Taylanli e mediação do jornalista Renato Strauss.

“A tecnologia é uma grande aliada nesta jornada em busca do colchão mais sustentável, mas passa também pelo emprego de materiais mais amigáveis ao meio ambiente”, disse Osman Güler.

O painel O Mercado Europeu de Colchões contou com a participação de Frederik Lauwaert, diretor geral da EBIA; o diretor da C-Core Brasil, Juliano Carlos; o empresário Felipe Mendonça; o diretor do TripleR, Rik Holvoet, e teve mediação do jornalista Thiago Rodrigo.

“Na Europa a pressão pela logística reversa vem aumentando. Em breve indústrias de todos os países serão responsáveis por recolher os produtos no final do ciclo de vida. Muitos estudos já analisam qual a melhor destinação para estes resíduos, mas ainda estamos longe de ter todas as respostas”, admite Frederik Lauwaert.

Já o painel O Mercado de Colchões nos Estados Unidos teve participação do presidente da Ispa, Ryan Trainer; do empresário Rogério Coelho e mediação da jornalista Inalva Corsi.

“A sustentabilidade é um assunto muito complexo e amplo, não é um assunto que uma empresa ou uma parte da indústria pode resolver por conta própria, requer toda uma mudança de valor, desde os produtos químicos até a montagem dos colchões, do consumidor até a reciclagem… E criando uma boa comunicação entre todas as partes durante essa mudança de valor, acredito que a indústria pode entender quais são suas prioridades, o que os consumidores querem, o que os varejistas querem, o que é capaz e o que é possível de se realizar e, através dessa conversa, então poderemos progredir e tornar as empresas mais sustentáveis, ensinou Ryan Trainer.

“Durante o evento tivemos muita troca de informação sobre sustentabilidade, sobre ESG, sobre reciclagem de produtos, indústria 4.0 e muita coisa sobre mercado, especialmente sobre o mercado internacional de colchões. Tivemos dias muito produtivos e agora temos que digerir tudo isso”, destacou Rodrigo de Melo, presidente da Abicol.

O evento teve entrega de troféus às empresas que registraram boas práticas no site da Abicol e a entrega de certificados aos alunos que finalizaram o curso Trilha ESG – Um caminho sem volta, desenvolvido pelo Instituto Impulso. Os diretores da Abicol também entregaram ao presidente em exercício, Geraldo Alckmin, um manifesto assinado por várias entidades contra o tarifaço de insumos químicos.Encontro Internacional de Colchões

Como funciona reciclagem de colchões nos EUA

Ryan Trainer, presidente da Ispa, contou no Encontro Internacional da Indústria de Colchões como funciona reciclagem de colchões nos EUA

Publicado em 18 de junho de 2024 | 10:45 |Por: Thiago Rodrigo

Na última sexta-feira, foi realizado no Hotel Rio Othon, no Rio de Janeiro, o primeiro Encontro Internacional da Indústria de Colchões. Organizado pela Abicol (Associação Brasileira da Indústria de Colchões), teve a participação de líderes do setor colchoeiro de todo o mundo para discutir “O Futuro Sustentável dos Colchões” – leia tudo a respeito na edição 338 da Móbile Fornecedores.

Na palestra do presidente da Ispa (International Sleep Products Association), Ryan Trainer, e responsável por um dos programas mais importantes de reciclagem de colchão, o Mattress Recycling Council, nos Estados Unidos, o profissional falou sobre o mercado de colchões no país e explicou como funciona a reciclagem de colchões nos EUA.

As vendas de colchões nos Estados Unidos chegaram a 40 milhões de unidades em 2023, mas o valor de compra caiu em 7%, algo que não vai se alterar em 2024, mas Ryan espera que em 2025 isso melhore. “A faixa menor de preço foi afetada, significa que a parte menos abastada da classe tem menor poder de compra”, disse. Nos EUA, a inflação permanece alta, prejudicando o poder de compra das pessoas.

De acordo com ele, nos Estados Unidos, quando as pessoas se mudam elas compram um colchão, sendo o mercado imobiliário um gatilho para o setor colchoeiro do país. Antes da Covid-19, a confiança do consumidor era mais de 90%, caiu para 50% depois, mas aumentando ano a ano.

Desse modo, um pouso suave pode estar sendo vivida na economia estadunidense de acordo com Ryan. “As perspectivas para a economia norte-americana o mercado imobiliário ruim em 2024 e com leve melhora para 2025. O nosso Banco Central anunciou que as taxas de juros vão cair no fim do ano, o que é bom para o setor imobiliário e consequentemente o setor de móveis e colchões”, disse.

Também informou que desde a Covid, muitos consumidores estadunidenses deixaram de comprar produtos para comprar serviços, sendo que nos últimos cinco anos, houve uma considerável queda de consumo de colchões no país. Os Estados Unidos também têm sido bem agressivos contra produtores estrangeiros, com medidas antidumping contra China desde 2018 e, em 2023, contra mais de dez países.

Com isso, outros países entraram no mercado estadunidense, com crescimento principalmente do México. Na dinâmica do mercado atual, muitos varejistas de colchões procuram ser multicanais com a compra online. Outra dinâmica é que a cadeia de suprimentos teve disrupções moderadas por conta da China estar importando menos.

Abicol

reciclagem de colchões nos EUA

Ryan Trainer, presidente da Ispa: “Sustentabilidade não é um problema que uma única empresa ou segmento pode resolver, precisa uma cidade inteira para resolver isso, desde a origem dos produtos químicos até o final da cadeia”

Reciclagem de colchões nos EUA

Acerca das questões regulatórias de colchões, Ryan Trainer pontou que os Estados Unidos não possui um sistema parecido com o que o Brasil tem do Inmetro. Lá, existem dois padrões de segurança, um para tornar os produtos mais resistentes e outro uma etiqueta de composição do produto de acordo com algumas regras.

Sobre sustentabilidade, a maior questão que surgiu nos Estados Unidos esteve baseada na reciclagem, com vários estados requerendo isso, como Califórnia e Oregon, e criando um conselho de reciclagem de colchões com métricas e cobrando uma pequena taxa para reciclar.

Uma questão está no fato de quem paga a conta, se é a indústria ou o consumidor. “Quem vai pagar pela reciclagem, o consumidor ou o produtor? Agora é o consumidor que paga, é recorrente esta luta, mas é preciso ter um design que considere também a reciclagem”, afirma e acrescenta: “Buscamos entender quais os processos para a melhor reciclagem dos produtos e como as pessoas podem fazer mais dinheiro com o material reciclado”.

Desde que o programa de reciclagem começou em 2015, foram reciclados mais de 3 milhões de unidades, evitando a ida de de 13,3 milhões de m³ de material para lixões. “A indústria sofre pressões para ser mais sustentáveis, não é algo que uma indústria empresa ou associação vai resolver, mas uma cadeia toda para tornar os produtos mais sustentáveis, um entendimento global”, pontua.

Presidente da Abicol renuncia ao cargo e entidade faz convocação de eleição

Aas matérias-primas são, a maior parte, aço, espuma, madeira é difícil de reciclar, assim como o tecido. “Fizemos pesquisas e buscamos ver o impacto ambiental do processo de reciclagem, para cada colchão reciclado evitamos o gasto de 500 galões de água”, diz.

Os desafios operacionais que a indústria de colchões dos Estados Unidos tem no quesito reciclagem são automatizar os problemas, achar novos usos para a espuma que é reciclada, estudar novas maneiras para as molas ensacadas que são difíceis de desmontar. “Os adesivos utilizados para juntar os diferentes produtos podem criar problemas grandes para separação no momento da reciclagem, desagregar ele é muito complicado. Também estão sendo examinados os tecidos e fibras e suas reciclagens”, explica.

O programa MRC – Mattress Recycling Council conduz pesquisas para encontrar os melhores mercados para os produtos reciclados, sendo utilizados na parte central dos colchões, uso em móveis e superfícies de assentos. “Procuramos ver se podemos mudar outros materiais usados no colchão, como por exemplo o tecido, do qual trabalhamos em um material para veículos elétricos e baterias”, diz

Alguns dos produtos reciclados pelo programa MRC tem a divulgação restrita aos poucos clientes, mas Ryan salienta que a entidade busca maior expandir suas ações e produtos.Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Consumidor estadunidense

A entidade também faz pesquisas para saber com os consumidores e vendedores de colchões para saber como pode tornar a indústria de colchões mais sustentável. “Se o vendedor não sabe ou entende a questão da sustentabilidade, pensando que o consumidor não se importa e só procura preço, isso não vai funcionar. Precisamos envolver o consumidor e o varejista nessa estratégia de sustentabilidade”, destaca. A entidade também quer ajudar os fabricantes a serem mais sustentáveis e Ryan também mostrou como as leis federais atuam no país norte-americano.

Ele ainda explicou que o consumidor estadunidense médio quer um produto mais sustentável se não custar mais caro. Somente 10% a 15% dos consumidores pagariam mais caro por um produto sustentável, reciclável e com menos emissão de carbono. “Mas mais da maioria não se importa e por isso temos um esforço grande na educação dos consumidores. Sustentabilidade inclui materiais naturais, mas existem outros aspectos que vão além disso”, afirmou.

Segundo o presidente da Ispa, há uma tendência de não utilizar alguns materiais, com alguns sendo banidos pelo governo. “Temos de fazer nossas escolhas sem poder estar limitados na relação de materiais que podemos utilizar”, disse Ryan sobre os produtos de composição de colchões. “Há uma pressão para a reciclagem nos EUA”, frisou. Para finalizar, Ryan fez convite para a Ispa Sustainability Conference que será realizada em setembro na cidade de Charlotte.

Playlist com vídeo de boas práticas das empresas homenageadas no Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Evento debate o futuro sustentável dos colchões

Abicol promove Encontro Internacional da Indústria de Colchões com palestrantes estrangeiros para discutir o futuro sustentável dos colchões

Publicado em 13 de junho de 2024 | 23:15 |Por: Thiago Rodrigo

Nesta quinta (13), o Rio de Janeiro (RJ) sediou o primeiro Encontro Internacional da Indústria de Colchões com a participação de líderes do setor colchoeiro de todo o mundo e com presença do vice-presidente Geraldo Alckmin na abertura. O evento, organizado pela Abicol (Associação Brasileira da Indústria de Colchões), reúne mais de 200 empresários do setor até esta sexta (14/06).

Sob o tema “O Futuro Sustentável dos Colchões”, o encontro explora e molda o caminho para um futuro mais verde e sustentável na indústria colchoeira, principalmente em um momento em que o Brasil discute o perigo da desindustrialização.

Para o tema, a Abicol convidou Ispa (International Sleep Products Association), dos EUA; Ebia (European Bedding Industries Association), da Europa; e Ibia (International Mattress Industries Association), da Turquia, para falar sobre sustentabilidade, logística reversa, responsabilidade da cadeia produtiva e compartilhar casos de sucesso e as novas tendências do setor colchoeiro – leia mais sobre a fala de cada um deles e muito mais na cobertura completa do evento na edição 338 da Móbile Fornecedores.

O I Encontro Internacional da Indústria de Colchões quer fortalecer conexões, criar oportunidades de negócios e contribuir para o desenvolvimento da indústria de colchões através de conteúdo relevante para a atualidade do setor, explorando as diversas realidades de diferentes partes do mundo.

Abicol

Abicol

Personalidades presentes no evento entre ex-presidentes da Abicol, o presidente da República em exercício Geraldo Alckmin com o presidente da Abicol, Rodrigo Melo ao lado direito

Entre os palestrantes estão Ryan Trainer, presidente da ISPA e responsável por um dos programas mais importantes de reciclagem de colchão, o Mattress Recycling Council, faz sua apresentação nesta sexta. Frederik Lauwaert, diretor geral da europeia Ebia e Osman Güler, presidente da associação turca Ibia, falaram hoje sobre o ecodesign na indústria de colchões europeia e a possibilidade de fornecedores turcos dentro dos parâmetros de sustentabilidade.

Além das apresentações internacionais, o I Encontro Internacional da Indústria de Colchões conta com palestras de especialistas em sustentabilidade, ESG, logística reversa e normas e certificações no setor colchoeiro, entre outros temas. Hoje, Ricardo Voltolini, CEO e fundador da consultoria Ideia Sustentável, com mais de 25 anos de experiência no mercado, palestrou sobre inovação, desafios e oportunidades.

Palestrantes do segundo dia
Carlo Linkevieius Pereira, CEO do Pacto Global da ONU, é uma das presenças confirmadas e vai falar nesta sexta-feira sobre a adesão de empresas e entidades brasileiras ao Pacto Global. Gilberto Alvarez Giusepone Junior, é membro Civil da Comissão Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e vai apresentar as ações que estão sendo feitas na esfera do governo federal.

O presidente da Abicol, Rodrigo de Melo, destaca a importância deste momento, que coloca o Brasil como protagonista no cenário mundial de produção de colchões, e enfatiza que as expectativas para o evento são as melhores. “Ao final do encontro queremos apresentar soluções e insights para a produção de colchões mais sustentáveis”, pontua.

Abicol

Abicol

Abicol entregou documento com demandas da inclusão de colchões no financiamento da casa própria, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida

Programação segundo dia
Dia 14 de junho, sexta-feira
9h – Abertura e Pacto Global – Rede Brasil, com Carlo Pereira
10h – 18h – ISPA – O Mercado de Colchões nos Estados Unidos, com Ryan Trainer
Ryan Trainer, Rogério Coelho e Inalva Corsi
11h – Comissão Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com Gilberto Álvarez Giusepone Junior
12h – Boas Práticas do Setor Colchoeiro do Brasil
13h – Política ESG Abicol

I Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Quando: 13 e 14 de junho
Onde: Rio de Janeiro – Rio Othon Palace (Av. Atlântica, 3264 – Copacabana)
eventosabicol.org/encontromundial

Vice-presidente da República no Encontro de Colchões

Geraldo Alckmin confirma presença na abertura do Encontro Internacional da Indústria de Colchões, nesta quinta e sexta-feira

Publicado em 11 de junho de 2024 | 14:15 |Por: Thiago Rodrigo

O vice-presidente da República Federativa do Brasil, Geraldo Alckmin, estará presente na abertura do I Encontro Internacional da Indústria de Colchões. O evento, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Colchões – Abicol, entre os dias 13 e 14 de junho, no Rio de Janeiro, vai debater “O Futuro Sustentável dos Colchões”.

Alckmin tem se mostrado receptivo às demandas do setor colchoeiro, como em agosto do ano passado quando recepcionou uma comitiva da Abicol e recebeu demandas que afetam diretamente o setor colchoeiro e a população brasileira, como consequência; também atuou de forma decisiva junto ao Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), da Câmara de Comércio Exterior (Camex), para renovar a suspensão de aplicação da tarifa antidumping para fios de poliéster, commodity essencial para a indústria têxtil nacional.

Uma dessas demandas, de extrema relevância para a população brasileira trata da inclusão de colchões no financiamento da casa própria, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida.

“Sabemos que dormir mal é um dos principais fatores responsáveis pelo esgotamento físico e mental, o que pode ocasionar acidentes de trabalho, afastamentos e redução da produtividade dos trabalhadores em geral”, destacou na época o presidente da Abicol, Rodrigo de Melo, acrescentando que a entidade está inteiramente disposta a mobilizar o setor colchoeiro na preparação de uma série específica de colchão, de alta qualidade, para ser o carro-chefe dos colchões desse programa habitacional.

I Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Quando: 13 e 14 de junho
Onde: Rio de Janeiro – Rio Othon Palace (Av. Atlântica, 3264 – Copacabana)
eventosabicol.org/encontromundial

Programação do Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Dia 13 de junho, quinta-feira – Das 14 às 19 horas
– Sustentabilidade na Indústria Brasileira de Colchões: Inovação, Desafios e Oportunidades, com Ricardo Voltolini
– Painel: A Indústria Brasileira de Colchões – Desafios e Oportunidades
– IBIA, com Osman Guler | A Indústria Colchoeira na Turquia |Inovação e Tecnologia.
– EBIA, com Frederik Lauwaert | O Mercado Europeu de Colchões | Ecodesign e medidas compulsórias na UE a partir de 2025.
– ISPA, com Ryan Trainer | O Mercado de Colchões dos Estados Unidos | Medidas de proteção de mercado, economia circular e logística reversa.

Dia 14 de junho, sexta-feira, das 9 às 12 horas
– Pacto Global – Rede Brasil, com Carlo Pereira
– Comissão Nacional para os ODS da Secretaria Geral da Presidência da República, com Lavito Bacarissa
– Apresentação da Política ESG da Abicol
– Boas Práticas do Setor Colchoeiro do Brasil

Obispa Design é adquirida pela Cin Participações Societárias

Indústria especializada em acessórios metálicos foi adquirida por US$ 10 milhões, assinalando movimento de renovação

Publicado em 10 de junho de 2024 | 09:15 |Por: Thiago Rodrigo

Consolidada fornecedora de acessórios metálicos e componentes para as indústrias da moda, moveleira e segmento de arquitetura, a Obispa Design inicia um momento de renovação em sua trajetória de quase 40 décadas de tradição e reconhecimento no mercado de alto padrão: a indústria metalúrgica foi adquirida pela Cin Participações Societárias. O grupo, que também é acionista das empresas Cinex e Cini Innovation Lab, protagonizou o negócio cujo investimento aproximado é de US$ 10 milhões.

O valor, integralmente aportado com capital próprio pela Cin Participações Societárias, será aplicado em uma série de ações de médio e longo prazo destinadas a reativar e potencializar os diferenciais pelos quais a marca consolidou sua posição de referência no mercado nacional.

“A Obispa sempre foi aclamada pelo alto grau técnico com a manufatura industrial, uma característica herdada de suas origens italianas, pela excelência em produtos e vanguarda em termos de design. O aporte colaborativo da Cin Participações Societárias e sua expertise à frente de outras empresas, contribuirá para ampliar esse propósito de diferenciação pela excelência”, comenta o fundador e acionista da Cin Participações Societárias, César Cini, que também é CEO da Cinex Tecnologia para Arquitetura e da Cini Innovation Lab.

Top Móbile 2024: finalistas em Fabricantes de Móveis

Marco estratégico na trajetória empresarial da Cin Participações Societárias, a incorporação evidencia outro aspecto importante, que é a confiança no potencial da indústria brasileira, especialmente no Rio Grande do Sul, na avaliação do empreendedor e empresário.

“O fortalecimento das empresas gaúchas é mais necessário do que nunca. Investir no Estado representa nosso compromisso com o crescimento da região, contribuindo para a manutenção e geração de empregos diretos e indiretos, e prosperidade socioeconômica de onde a empresa está inserida”, aponta.

A Cin Participações Societárias é a acionista majoritária de outra empresa de referência no seu segmento de atuação, a Cinex Tecnologia para Arquitetura. Também sediada em Bento Gonçalves, protagoniza o desenvolvimento de soluções inovadoras em vidro e alumínio, sendo reconhecida por sua competência técnica e seu design de vanguarda.

O terceiro negócio sob o comando do grupo é o Cini Innovation Lab, um laboratório de pesquisa e criação em Monastier di Treviso, na Itália, que conecta empresas italianas e brasileiras para gerar soluções inovadoras e exclusivas.

Obispa Design

A história da Obispa tem seu início marcado pela ousadia de empresários bento-gonçalvenses que, na década de 80, apostaram em uma joint-venture com a empresa italiana Officina Bigiotteria Italiana (obi.it), de Firenze, líder em acessórios de metais nobres, fornecedora para marcas de luxo mundialmente relevantes no segmento fashion.

O resultado desse empreendimento tornou-se real no dia 21 de novembro de 1986, quando a Obispa Design iniciou suas atividades trazendo tecnologia, inovação, qualidade, design e experiência europeia. Fabricar acessórios metálicos para artefatos de couro e calçados foi o primeiro passo.

O sucesso veio consolidado e expresso numa carteira de clientes que incluem pequenos, médios e grandes fabricantes de artefatos. O conhecimento adquirido na trajetória vitoriosa na área de acessórios para moda possibilitou à Obispa Design conquistar espaço também no segmento de acessórios para móveis.

Assim, no ano de 2000, a empresa diversificou seu negócio, mas manteve a linha de ação: criar produtos sofisticados e tecnológicos para um mercado exigente no segmento de decoração de ambientes. Logo passou a produzir uma variedade de acessórios de design de luxo. Consolidou-se como protagonista na arte de transformar metais em objetos de desejo.

Atualmente seus produtos atendem às principais indústrias moveleiras do país, além de serem apreciados por clientes do varejo, da arquitetura e da indústria da moda. Sua sede fica na cidade de Bento Gonçalves-RS, e emprega cerca de 50 colaboradores, entre diretos e indiretos.

Cin Participações Societárias

A Cin Participações possui sólida posição financeira, resultado de investimentos cuidadosamente planejados e de uma governança corporativa rigorosa. Como parte de sua estratégia de expansão, investiu na Cinex em inovação e colaboração internacional, mantendo no prédio da Cini Innovation Lab, o CinexLab Itália desde 2008, um laboratório de pesquisa e criação em Monastier di Treviso, na Itália.

O CinexLab Itália colabora com designers, fornecedores europeus e promove sinergias com a equipe brasileira de Pesquisa e Desenvolvimento, resultando em produtos aclamados mundialmente, como a Coifa Pura, do Studio Adriano Design.

Em consonância com seus planos de crescimento, está previsto para 2024 o lançamento do CinexLab São Paulo, um espaço inovador, diferenciado e aberto para os clientes interagirem com os produtos da empresa e cocriarem soluções customizadas.

Em 2023, a Cin Participações alcançou um marco significativo na trajetória de expansão da Cinex, com a inauguração da Casa Cinex e da Casa Cin Concept, com investimentos de aproximadamente de R$ 10 milhões. No mesmo ano, a empresa investiu cerca de R$ 5 milhões em sua Flagship CinexArch SP, localizada na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, reconhecida como o epicentro da arquitetura e decoração no país.

Produção de móveis cresce em abril

Produção de móveis cresce em abril comparado a março, com grande alta em relação ao mesmo mês de 2023 devido ao calendário

Publicado em 7 de junho de 2024 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

Após dois meses de crescimento no ano e queda em março, a produção de móveis cresceu 2,9% em abril em relação ao mês imediatamente anterior. Em relação com igual período do ano anterior, foi registrado brusco aumento de 17,6% – vale citar que abril de 2024 (22 dias) teve 4 dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (18).

O acumulado do ano da produção de móveis volta a ser positivo, de 3,2% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, segue em queda, de 1,1% na produção de móveis. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo IBGE.

Produção de móveis em 2024

  Jan Fev Mar Abr
Mês anterior 3,4% 2,2% 3,4% 2,9%
Mesmo mês de 2023 0,5% 2,7% 7% 17,6%

Produção industrial

A produção industrial recuou 0,5% na passagem de março para abril, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 1%. Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. No acumulado do ano, o setor industrial cresceu 3,5%. Na comparação com abril de 2023, houve avanço de 8,4%. Em 12 meses, a indústria acumula expansão de 1,5%.

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“Entre os segmentos que mostram recuo na produção, há alguns com pesos importantes, como o setor extrativo, que recuou 3,4% nesse mês, devido à queda na produção tanto do minério de ferro como do petróleo; além do setor de alimentos, que também teve queda de 0,6% em abril. Esses dois setores representam cerca de 30% da estrutura industrial”, analisa André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal.

“Isso sem falar de outras atividades importantes e que assinalaram taxas negativas nesse mês, como, por exemplo, derivados de petróleo e biocombustíveis e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos. Mesmo com poucas atividades mostrando recuo na produção, essas por conta de seus pesos, pressionam o total da indústria para o sinal negativo”, acrescenta.

Abicol destaca ações ESG em evento

Ações ESG da Abicol são destaques em Encontro Internacional da Indústria de Colchões que ocorre nos dias 13 e 14 de junho

Publicado em 5 de junho de 2024 | 08:00 |Por: Thiago Rodrigo

As ações ESG desenvolvidas pela Abicol adotam abordagem estratégica que beneficia o setor, preparando as empresas brasileiras de colchões para antecipar-se às novas normas governamentais e adequá-las às mudanças comportamentais dos consumidores e ao cenário produtivo global. No entanto, essas ações não beneficiam apenas o setor; a entidade também se preocupa em colaborar para um mundo mais sustentável, saudável e socialmente justo em sentido mais amplo.

No I Encontro Internacional da Indústria de Colchões, que será realizado dias 13 e 14 de junho, no Rio de Janeiro, e reúne os principais líderes mundiais do segmento para discutir o futuro dos colchões, o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Colchões, Rodrigo de Melo, será um dos painelistas do evento. Entre os temas a serem abordados pelo presidente da Abicol estão as ações da entidade rumo à Política ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança).

De forma pioneira, a Abicol elaborou sua Política ESG com o propósito de impulsionar a produção sustentável de colchões no Brasil. Além de orientar a indústria para se adaptar às mudanças globais, a política prioriza a saúde, o bem-estar e a inclusão social. A Abicol lançou sua Política ESG em outubro de 2023 com o objetivo de orientar, em todo o território nacional, a produção e comercialização de colchões de maneira ambientalmente responsável, socialmente inclusiva e economicamente viável.

Segundo Rodrigo de Melo, dessa forma a entidade pretende contribuir ativamente para a melhoria da saúde e bem-estar das pessoas, promovendo a sustentabilidade urbana e fortalecendo parcerias globais para o desenvolvimento sustentável.

“A Política da Abicol está entre as ações pioneiras no contexto ESG no Brasil, estabelecendo a meta de posicionar o setor de colchões na vanguarda da economia circular e das melhores práticas sociais e de governança”, afirma Rodrigo, acrescentando que o fato de estar sendo moldada em colaboração com os associados da entidade é o que torna viável a iniciativa.

“Essa abordagem colaborativa não apenas simplifica a implementação da política, mas também estimula uma valiosa troca de experiências entre os membros, promovendo um aprendizado mútuo”, emenda Rodrigo. Além disso, a Política ESG da Abicol está alinhada com as demandas e o cenário mundial, incorporando uma visão que reflete as melhores práticas adotadas internacionalmente.

Para garantir sua relevância e eficácia, a Abicol não olhou apenas para dentro, mas buscou insights valiosos através de trocas com institutos internacionais e a colaborações com associações colchoeiras de países como EUA e outros da União Europeia, permitindo uma ampla gama de perspectivas, enriquecendo a política com abordagens diversificadas e bem-sucedidas observadas globalmente.

Abicol

Abicol

Assinatura da Política ESG – Luciano Raduan Dias, Presidente do Conselho Superior; Rodrigo de Melo Presidente da Abicol; Luis Fernando Ferraz, coordenador da Comissão de Sustentabilidad

ESG da Abicol

A Política ESG Abicol foi desenvolvida com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que integram a Agenda 2030 e consistem em um conjunto de 17 objetivos interrelacionados para proteger o planeta e garantir paz e prosperidade para a humanidade. “Com a participação dos associados, escolhemos cinco objetivos para serem priorizados nesta primeira fase de implantação da política”, lembra o presidente da entidade.

Na dimensão ambiental, a política enfoca a inovação sustentável na indústria de colchões, promovendo produtos e processos ecologicamente responsáveis, como colchões recicláveis e produção com redução de resíduos. Estimula parcerias para soluções sustentáveis, reduzindo o uso de recursos e emissões de gases.

Prioriza materiais de baixo impacto, investimento em pesquisa para eficiência energética e promove descarte responsável de colchões usados, visando reduzir a poluição e incentivar a reciclagem. Indica que a indústria pode adotar a Inovação Aberta, compartilhando ideias e tecnologias para promover a sustentabilidade, o que envolve o compartilhamento de práticas, a participação em fóruns e a colaboração em pesquisas.

Na dimensão social, a prioridade é a saúde e o bem-estar dos consumidores. As metas incluem educar, fornecendo informações acessíveis sobre a importância do sono de qualidade, orientando sobre escolhas de colchões e substituição dos antigos, além de promover a conscientização sobre dormir o suficiente para prevenir doenças e acidentes. Além disso, a inovação em conforto e suporte ao corpo também é priorizada por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, com o objetivo de melhorar a qualidade do sono dos usuários.

Já na dimensão da governança da Política ESG da Abicol, são estabelecidos objetivos como a busca por colaborações e parcerias com diversas entidades para projetos sustentáveis, como pesquisa conjunta e responsabilidade social. Adota uma estrutura de governança transparente, estabelecendo que as metas de sustentabilidade sejam mensuráveis e que haja relatórios regulares sobre seu progresso.

Também indica que a indústria estabeleça parcerias estratégicas e engajamento de stakeholders, garantindo simultaneamente a segurança dos trabalhadores, a promoção da diversidade e inclusão, e colaborando com comunidades locais em projetos sociais e desenvolvimento sustentável.

Implementação da política

Quanto a implementação, Rodrigo de Melo afirma que a entidade lançou uma política factível: “A Abicol está ciente que a política vai ser tocada pelos colaboradores da indústria. Vamos preparar nossos times para que a política possa ser executada por todos da indústria colchoeira”.

Segundo ele, o caminho é implementar gradualmente, começando pelo básico. E conclui destacando que a pauta ESG é uma questão que preocupa o setor colchoeiro de muitos países: “muitas mudanças estão por vir. Estamos no momento oportuno, dentro do que o contexto exige de forma executável” .

Para muitos associados, a política representa uma jornada para todo o setor. O coordenador da Comissão de Sustentabilidade da Abicol, Luís Fernando Ferraz, esclarece que o documento é flexível; ele é adaptável e deve ser aprimorado de acordo com as demandas e inovações.

A associação, com o auxílio de consultores, pretende guiar as empresas associadas, facilitando a implementação de boas práticas ambientais, relatórios de governança e o engajamento com a sociedade.

A primeira ação neste sentido foi realizada durante workshop com a facilitadora da ONU e especialista em ODS, Debora Regina Irie, no mesmo dia do lançamento da política. Agora é a fase de adesão e de elencar ações já realizadas em suas indústrias e que contemplem aspectos da política que é aberta também a indústrias não associadas que queiram aderir.

Em 2024, a Abicol lançou o curso “Trilha de Aprendizado ESG – Um Caminho Sem Volta”, que está preparando as equipes das indústrias associadas para formalizarem suas políticas ESG. A primeira turma do curso, realizado no modelo ensino à distância, se formou no final de maio. Veja mais aqui: https://trilhadeaprendizadoesg.com.br.

Você sabia?
– Que a indústria de colchões é uma das que mais dá destinação correta aos resíduos industriais? Toda a sobra de espumas, por exemplo, é aproveitada na produção de espuma AG (aglomerada) usada na fabricação de travesseiros e outros produtos que levam partes de espuma.
– Que mais de 900 milhões de garrafas pets já foram retiradas do ambiente para produção de PET Micronizado MP 05, utilizado na produção de espumas?
– Que mais de 5 milhões de garrafas pets já foram retiradas do meio ambiente para uso como fios em tecidos que revestem colchões brasileiros?

I Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Quando: 13 e 14 de junho
Onde: Rio de Janeiro (Rio Othon Palace)
Saiba mais: eventosabicol.org/encontromundial

Programação do Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Dia 13 de junho, quinta-feira
– Sustentabilidade na Indústria Brasileira de Colchões: Inovação, Desafios e Oportunidades, com Ricardo Voltolini
– Painel: A Industria Brasileira de Colchões – Desafios e Oportunidades
– IBIA, com Osman Guler: a Indústria Colchoeira na Turquia; Inovação e Tecnologia
– EBIA, com Frederick Laauwaert: O Mercado Europeu de Colchões; Ecodesign e medidas compulsórias na UE a partir de 2025
– ISPA, com Ryan Trainer: O Mercado de Colchões dos Estados Unidos; Medidas de proteção de mercado, economia circular e logística reversa.

Dia 14 de junho, sexta-feira
– Pacto Global Rede Brasil, com Carlo Pereira
– Comissão Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria-Geral da Presidência da República, com Lavito Bacarissa
– Apresentação da Politica ESG Abicol
– Boas Práticas do Setor Colchoeiro do Brasil

Brasil reúne os maiores fabricantes de colchões do mundo

Em evento inédito no País, empresários discutem sustentabilidade na fabricação de colchões e compartilhar as novas tendências do setor colchoeiro

Publicado em 3 de junho de 2024 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo

O Rio de Janeiro (RJ) irá sediar o primeiro Encontro Internacional da Indústria de Colchões com a presença dos maiores líderes do setor colchoeiro de todo o mundo. O evento, organizado pela Abicol (Associação Brasileira da Indústria de Colchões), ocorrerá entre os dias 13 e 14 de junho.

Sob o tema “O Futuro Sustentável dos Colchões”, o evento quer explorar e moldar o caminho para um futuro mais verde e sustentável na indústria colchoeira, principalmente num momento em que o Brasil discute o perigo da desindustrialização.

Pensando nisso, a Abicol convidou a Ispa (International Sleep Products Association), dos EUA, a Ebia (European Bedding Industries Association), da Europa, e a IBIA (International Mattress Industries Association), da Turquia, para falar sobre sustentabilidade, logística reversa, responsabilidade da cadeia produtiva e compartilhar casos de sucesso e as novas tendências do setor colchoeiro.

O I Encontro Internacional da Indústria de Colchões quer fortalecer conexões, criar oportunidades de negócios e contribuir para o desenvolvimento da indústria de colchões através de conteúdo relevante para a atualidade do setor, explorando as diversas realidades de diferentes partes do mundo.

Top Móbile 2024: Fornecedores da Indústria

Alguns dos palestrantes serão Rodrigo de Melo, presidente da Abicol, que falará sobre as ações da Abicol rumo à política ESG; Ryan Trainer, presidente da ISPA e responsável por um dos programas mais importantes de reciclagem de colchão, o Mattress Recycling Council; Frederick Lauwaert, diretor geral da europeia EBIA; e Osman Güler, presidente da associação turca IBIA.

Além das apresentações internacionais, o I Encontro Internacional da Indústria de Colchões contará com palestras de especialistas em sustentabilidade, ESG, logística reversa e normas e certificações no setor colchoeiro, entre outros temas.

Ricardo Voltolini, CEO e fundador da consultoria Ideia Sustentável, com mais de 25 anos de experiência no mercado, palestrará sobre inovação, desafios e oportunidades. Carlo Linkevieius Pereira, CEO do Pacto Global da ONU, é uma das presenças confirmadas e vai falar sobre a adesão de empresas e entidades brasileiras ao Pacto Global.

Abicol

Abicol

Rodrigo de Melo, presidente da Abicol

Assuntos do encontro

Análise de Cenários: compartilhamento de experiências, desafios e avanços em normas, regulamentos e mercado.
Políticas ESG: discussões aprofundadas sobre políticas Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) específicas para o setor colchoeiro no mundo.
O Futuro Sustentável dos Colchões: tecnologia, inovação e gestão sustentável.

Programação do Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Dia 13 de junho, quinta-feira
– Sustentabilidade na Indústria Brasileira de Colchões: Inovação, Desafios e Oportunidades, com Ricardo Voltolini
– Painel: A Industria Brasileira de Colchões – Desafios e Oportunidades
– IBIA, com Osman Guler: a Indústria Colchoeira na Turquia; Inovação e Tecnologia
– EBIA, com Frederick Laauwaert: O Mercado Europeu de Colchões; Ecodesign e medidas compulsórias na UE a partir de 2025
– ISPA, com Ryan Trainer: O Mercado de Colchões dos Estados Unidos; Medidas de proteção de mercado, economia circular e logística reversa.

Dia 14 de junho, sexta-feira
– Pacto Global Rede Brasil, com Carlo Pereira
– Comissão Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria-Geral da Presidência da República, com Lavito Bacarissa
– Apresentação da Politica ESG Abicol
– Boas Práticas do Setor Colchoeiro do Brasil

Números do setor colchoeiro brasileiro

Indústrias de colchões: 356 plantas produtivas, sendo 130 na região Sudeste, 84 na região Sul, 25 no Centro-Oeste, 19 no Norte e 98 no Nordeste
Número de empregos diretos: 32 mil
Representatividade dos associados da Abicol: 70% do volume produzido

I Encontro Internacional da Indústria de Colchões

Quando: 13 e 14 de junho
Onde: Rio de Janeiro (Rio Othon Palace)
eventosabicol.org/encontromundial


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