Abicol conta os desafios do setor colchoeiro em 2021
Um ano para ficar para a história: Rogério Soares, presidente da Abicol, conta sobre os desafios enfrentados pelo setor colchoeiro em 2021
Publicado em 20 de dezembro de 2021 | 10:00 |Por: Thiago Rodrigo
Os desafios enfrentados pelo setor colchoeiro em 2021, são praticamente os mesmos de diversos setores. Os eventos de 2020 ocorridos por conta da pandemia abalaram o mundo dos negócios a ponto de todos os líderes precisarem se adaptar, adaptar suas equipes e seus negócios para poderem sobreviver. Dentro desse cenário, estar à frente de uma associação, aumenta ainda mais o desafio, afinal, é uma posição de liderança temporária, por mandato, e que tem uma equipe de líderes (diretoria e associados).
Com isso, para Rogério Soares Coelho, engenheiro químico e industrial do setor colchoeiro e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol), o maior desafio deste ano foi manter, dentro e fora da associação, a mentalidade empreendedora, realista, ponderada e prática. “Há uma nova realidade, um novo consumidor, um novo mercado e precisamos aprender a ler o cenário e, ao mesmo tempo, entender tudo isso para trabalhar bem com a estratégia, dia após dia”, salienta.
Lidar, agir e superar tudo isso foi desafiador, um verdadeiro teste de resiliência para Coelho. A boa notícia, segundo ele, é que em associação, pelo menos, nunca se está sozinhos. “No caso da Abicol, estamos juntos com as maiores e mais bem conceituadas lideranças nacionais do ramo, isso faz muita diferença diante dos percalços”. E esses obstáculos não foram poucos: desabastecimento, elevação dos custos de produção, alta do dólar, sobrecarga da logística mundial, demora na chegada da vacina, mudanças regulatórias, entre outros.
Na visão de Coelho, o papel da liderança na condução de uma associação é ser o porta-voz do posicionamento de um setor inteiro, com ética e responsabilidade. Desse modo, como presidente da Abicol, ele fez prevalecer o que é importante para os colchoeiros como um todo, no conjunto, no coletivo. “Em associação, não deve haver espaço para interesses particulares ou individuais. É abrir muitas vezes de suas convicções para atender o que o setor deseja”, aponta.
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Para buscar soluções, o líder da associação de colchões, com toda sua equipe, levantou, em primeiro lugar, os principais obstáculos enfrentados e, principalmente, pelos associados. Houve a busca pela redução de imposto de importação de alguns insumos, sendo que no caso do TNT por exemplo, houve êxito de alíquota zero do imposto de importação por pelo menos oito meses. A entidade também passou a monitorar os preços de matérias-primas no mercado chinês para que os associados tivessem informações qualificadas para tomada de decisão.
A Abicol também realizou diversos levantamentos com informações do mercado de colchões (produção, comercialização, atividade da indústria, projeções de cenários, etc.) para que os fabricantes de colchões pudessem comparar a sua situação com informações consolidadas e direcionar sua estratégia individual. Elaborou o Programa de Acompanhamento do Mercado de Colchões (prática de apoio às ações de vigilância de mercado oficialmente realizada pelo Inmetro, Procon, entre outros) para evitar a proliferação de não conformidades no mercado e evitar que colchões irregulares invadam o mercado e seus efeito maléficos atinjam o consumidor.
O presidente também destaca que foi criado um sistema de qualificação de fornecedores de bases-box para diferenciar e valorizar marcas que adotam sistema de boas práticas e que disponibilizam bases com maior qualidade no mercado. “Encomendamos um estudo sobre o prazo de validade dos colchões sob o aspecto da proliferação de agentes biológicos para orientar o consumidor, com dados científicos, sobre quando que um colchão com muito tempo de uso passa a ser prejudicial à saúde do seu usuário. Adotamos a prática de compartilhamento de informações por meio de videoconferências com renomados especialistas sobre os mais diversos assuntos que impactam os nossos negócios: legislação trabalhista e previdenciária, LGPD, Economia Circular, entre outros. A informação é de uma riqueza incalculável”, diz Coelho – e no setor de colchões ela é ainda mais imprescindível.